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Carlos Sperança

Porto Velho já vivencia um apagão de mão de obra


Porto Velho já vivencia um apagão de mão de obra - Gente de Opinião

Reação cabe a quem sofre

Focando a passagem da década anterior para esta, o livro Banzeiro Ò Kòtó, da documentarista Eliane Brum, pode ser visto como o retrato das esperanças dos ambientalistas de que a proteção da floresta pudesse se tornar uma ideia-força vencedora. A ideia vencedora, como já se assiste com a reversão de expectativas da Lei Geral do Licenciamento Ambiental, é que o progresso justifica a degradação, amenizada eventualmente nos casos mais graves por leis reguladoras e programas regenerativos.

O livro propõe a escolha entre a vida e a morte: “O futuro depende da nossa capacidade de transformar radicalmente o modo como nossa espécie se coloca em relação a si mesma e ao que chama de natureza”. Transformação que viria ao cabo de uma a guerra climática por sobrevivência que envolvesse a política, daí a criação do movimento “Amazônia Centro do Mundo”, situando a floresta “e outros enclaves de natureza como centros geopolíticos do mundo humano do planeta”.

Nesta década a ideia da Amazônia como centro do mundo não virou ideia-força e a boiada passou confortavelmente. O livro, porém, é mais que um apelo à preservação – é um manifesto contra o colapso climático. A autora acha pouco remodelar o capitalismo, afirmando que é “preciso refundar a pessoa humana” a partir da aliança entre povos com floresta e sem floresta. Como todos sofrem as consequências, é uma perspectiva ainda aberta.

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Em discussão

A Comissão de Infraestrutura do Senado, que tem na presidência o senador Marcos Rogério (PL-RO) convocou audiência do organismo para discutir a questão do saneamento básico de Rondônia orçado em cerca de R$ 5 bilhões. Na lista de convocados para o encontro, todo mundo importante neste contexto, mas dois dos principais interessados na questão, o atual prefeito Porto Velho Leo Mores (Podemos) e o governador Marcos Rocha foram “escanteados”. Que a Comissão não esqueça de incluir nossos mandatários na lista, mesmo porque as mágoas da política devem ser esquecidas.

Desvendando

Buscando esmiuçar os levantamentos do processo da migração rondoniense, diante dos números do IBGE, cheguei algumas conclusões. Tivemos migração interna em Rondônia, com muitas famílias de agricultores deixando o Cone Sul rondoniense, Zona da Mata, região central, Bacia Leiteira em direção a Nova Mamoré e Ponta do Abunã. Para fora do estado, em busca de terras os rondonienses avançaram para o sul do Amazonas –região do Apuí – e Mato Grosso na região de Conilza. E para os estados do sul do País o fenômeno é mais recente com a massa trabalhadora buscando melhores empregos e salários em Santa Catarina e no Paraná.

Onda de feminicidios

É alarmante a onda de feminicidios que varre o País e Rondônia está ponteando o ranking de casos proporcionalmente as populações dos estados. Diariamente temos registros desta matança sangrenta das mulheres, com crimes de ódio inexplicáveis, tamanho número de facadas ou de tiros desferidos nas vítimas. Desde mulheres mutiladas, com seus cadáveres atirados em rios, mantidos em refrigeradores aos pedaços ou concretadas. Verdadeiros filmes de terror, até ultrapassando cenas apavorantes do gênero. Onde vamos parar? E esta situação está bem próxima: Porto Velho é um dos municípios recordistas desta matança. É coisa de louco!

Um apagão

Com tantas empreiteiras recrutando mão de obra em Rondônia, para a construção civil em Manaus, São Paulo, Paraná e Santa Catarina, Porto Velho já vivencia um apagão de mão de obra no segmento. Já se tornou um desafio encontrar pedreiros, carpinteiros, pintores, azulejistas e encanadores até para pequenos reparos nas residências ou apartamentos. E como a maioria dos bons profissionais migraram para outros estados em busca de melhores salários são comuns os dissabores com os remanescentes. O mesmo problema se verifica na contratação de secretarias domésticas ou diaristas. Estão sumindo do mapa.

No Sul do País

No sul do País, cujos estados seguem recrutando mão de obra em Rondônia com carros de altos falantes, o apagão se estende até aos supermercados, panificadoras, demais estabelecimentos comerciais, cooperativas e frigoríficos. Por conta disto, cidades como Chapecó (SC), Cascavel (PR) e Joinville (SC) estão também lotadas de haitianos e venezuelanos. Nos hospitais muitos maqueiros e profissionais da saúde. Também médicos rondonienses estão migrando para Curitiba (PR), interior de São Paulo e cidades de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, onde se praticam melhores salários. 

O poder aquisitivo

O poder aquisitivo do portovelhense tem caído muito nos últimos anos. A capital é muito dependente do contracheque do funcionalismo dos governos estadual e federal, da prefeitura de Porto Velho e demais poderes. Descontando uma elite do funcionalismo dos três poderes recebendo salários mais elevados, a média geral no comercio e prestação de serviços é bem mais baixa. Como consequência temos algumas situações interessantes: o custo dos imóveis em Cacoal, na região do Café é mais caro do que os da capital, que vive uma bolha imobiliária. E o custo de vida nos supermercados é mais caro em Vilhena. É coisa de louco!

Via Direta

 *** Com a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro, os partidos conservadores se mobilizam no Congresso Nacional para uma anistia geral para os envolvidos nos condenáveis atos de vandalismo de 8 de janeiro *** É o fim da picada, como diriam nossos antigos bravos pioneiros. Até agora o Dnitt não licitou as obras de reformas no porto Cai N’Agua em Porto Velho há tempos paralisadas *** Se conclui que não podemos ficar submissos as diretrizes do Amazonas que prioriza os portos em seus municípios, deixando a capital rondoniense a ver navios *** Que nossa bancada federal deixe de cochilar e entre mais firme nesta questão. Chega de submissão a marinha amazonense.

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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