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Carlos Sperança

O ambiente político em 2024 ainda é hostil para os petistas nas eleições municipais rondonienses e acreanas


O  ambiente político em 2024 ainda é hostil para os petistas nas eleições municipais rondonienses e acreanas - Gente de Opinião

Situação perigosa

O Equador não tem limites territoriais com o Brasil. No entanto, compartilhamos com esse país o maior bem da humanidade: a Amazônia. Por isso os fatos no território equatoriano interessam ao Brasil e ao mundo. O Equador foi desafiado pelo crime organizado. Qualquer pessoa que tem a couraça mental para assistir aos noticiários da TV sabe que o crime desafia a sociedade no Brasil a cada minuto. Conseguir armas, legal ou ilegalmente, ficou tão fácil quanto encomendar pizza.

O Brasil, portanto, tem na situação no Equador um aviso claro de que as ações de proteção da Amazônia precisam ter alcance legal, solidário e humanitário em toda a linha, porque se o Estado equatoriano perder, há o grave risco de uma queda do tipo dominó nos países vizinhos. Não se pode apenas olhar de fora para o Equador e simplesmente pretender que tudo será resolvido pela espécie de “GLO” que o presidente Daniel Noboa decretou – o “estado de conflito armado interno”.

A ousadia do crime, ao tomar uma emissora de TV, foi impressionante e terrível, porque, a exemplo das Torres Gêmeas atacadas nos EUA, a reação do governo pode ser ainda mais terrível. Se a cada ação ousada do crime um governante com pretensões a ditador decretar “estado de conflito armado interno” a sociedade poderá ser atacada de duas formas: pelo crime e pelo Estado. Aliás, isso já aconteceu no Brasil, há cem anos.

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A expectativa

Em Rondônia e no Acre onde o PT levou pau com a ascensão do bolsonarismo nas últimas eleições, a expectativa dos partidos alinhados é que o presidente Lula melhore sua popularidade neste ano para que os candidatos as prefeituras municipais da aliança petista tenham suas chances no pleito deste ano. Em Rondônia, o mando político da base governista, incluindo o PT, é do senador Confúcio Moura (MDB), no Acre do ex-governador Jorge Viana. Ambos com projetos distintos para 2026, Confúcio disputando o governo estadual e Jorge Viana uma das duas cadeiras ao Senado do vizinho estado.

Cenário hostil

O ambiente político em 2024 ainda é hostil para os petistas nas eleições municipais rondonienses e acreanas. Ninguém quer aliança com petistas, excetuando o MDB em Rondônia, já que o senador Confúcio Moura, lidera o mando político – leia-se controle da distribuição dos cargos federais, de verbas e tem a prioridade na recepção aos ministros em Rondônia. Por conta disto, o MDB se vê obrigado a aceitar os petistas nas suas alianças no estado, inclusive na capital. Vamos ver até onde o coronelismo de Confúcio será suficiente para enfrentar as forças bolsonaristas em nosso estado.

As movimentações

Os dirigentes regionais começam a percorrer o estado com vistas a organização partidária. No PSD o ex-senador Expedito Junior que já tinha feito as regiões da Zona a Mata e Cone Sul rondoniense, na semana passada esteve no Vale do Guaporé, promovendo visitações em Nova Mamoré, a nova grande bacia leiteira rondoniense e Guajará Mirim, que festeja a graça da ponte binacional sobre o Rio Mamoré, na divisa com a Bolívia. Junior que vem de seguidas derrotas, prepara suas bases para disputar uma cadeira ao Senado em 2026. Serão duas cadeiras e com isto melhora suas chances de voltar a ribalta.

Pano de fundo

Temos as eleições municipais e 2024 como um pano de fundo para grandes pelejas ao governo do estado e ao Senado em 2026. Se tem como certas as candidaturas ao governo estadual de Hildon Chaves, PSDB, com dobradinha ao Senado com o atual, governador Marcos Rocha do União Brasil, Jaime Bagatolli, do PL com dobradinha ao Senado com Marcos Rogério, do ex-governador Ivo Cassol (PP) com dobradinha ao Senado em entendimentos, do ex-governador Confúcio Moura (MDB) também costurando alianças para sua dobradinha ao Senado, etc.

Grandes confrontos

As eleições 2026 vão passar por confrontos interessantes: ao Senado Marcos Rogério, querendo renovar sua cadeira por mais oito anos enfrentando novamente Marcos Rocha, vitorioso no pleito de 2022 na eleição ao governo estadual. Largam com amplo favoritismo sobre os demais concorrentes. Mas o que mais chama a atenção é a peleja de sair faíscas entre dois ex-governadores, Ivo Narciso Cassol (PP) e Confúcio Moura (MDB). Vamos ver como vai se sair o prefeito Hildon Chaves (PSDB) nesta disputa, onde tem tudo para ganhar bem na capital -  e se ferrar bem no interior!  

Via Direta

*** O presidente Luís Inácio Lula a Silva abriu visitações pelo país para reforçar as paliçadas do PT nas eleições municipais *** O périplo começou pelo Nordeste, onde Lula detém elevada taxa de popularidade e deve se estender a todas as capitais brasileiras. O objetivo é aumentar o número de prefeituras petistas pelo país *** A mesma estratégia de se reforçar para 2026 também é desenvolvida pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e sua esposa Michele cotada para disputar uma cadeira ao Senado em algum estado bolsonarista, como Paraná, Rondônia, etc. *** O vice-presidente Geraldo Alckmin está comprometido com os candidatos a prefeitos nas capitai do seu partido, o PSB. Tabata em São Paulo e Vinicius Miguel em Porto Velho.

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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