Sexta-feira, 20 de junho de 2025 - 08h35
“Pra
gente que tem memória, muita crença, muito amor”. Sob a inspiração da “Saga da
Amazônia”, de Vital Farias, a Academia Brasileira de Ciências promoveu sua
Reunião Magna em maio comprovando que é uma das entidades mais democráticas do
país, a julgar pela crítica feita à própria ABC pela antropóloga Braulina
Baniwa, de que os saberes indígenas não são tratados como ciência. A crítica
faz sentido, embora se deva ter cuidado com o risco de misturar crenças, mesmo simpáticas
e derivadas da natureza, com o rigor que se exige da valoração científica.
Deve-se
reconhecer, porém, que apenas por aceitar discutir a crítica feita pela
antropóloga a ABC merece ser conhecida e avaliada, como a definição perfeita da
realidade regional feita na ABC pela professora Susanna Hecht, da Universidade
da Califórnia (EUA). Para ela, a Amazônia é um lugar historicamente difícil de
estabelecer governança e por isso mesmo vulnerável à experimentação de novas
realidades e atividades econômicas.
É
um fato, mas há outro que precisa urgentemente nortear as discussões sobre a
forma de lidar com a floresta. Susanna argumenta que a floresta é um regulador
global do clima, assim como os oceanos, os glaciais do Norte ou a Antártica, só
que, ao contrário dos outros, é habitada por quase 40 milhões de pessoas.
Pode-se ignorar os peixes dos oceanos e os pinguins da Patagônia na costura de
políticas, mas não milhões de pessoas.
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Bolha imobiliária
Duas
cidades onde foram construídas hidrelétricas nos últimos anos entraram em
bolhas imobiliárias (grandes desvalorizações de imóveis), entre as 15 citadas
em recente levantamento nacional. Trata-se de Porto Velho, que teve grande crescimento
com as usinas de Santo Antônio e Jirau, em Rondônia e Altamira (Pará), onde foi
erguida a hidrelétrica de Belo Monte. O panorama é o mesmo: o advento das barragens
gerou grande investimento na construção civil, alta no preço dos imóveis e dos
aluguéis e com o fim do ciclo das usinas, o êxodo, graves problemas de segurança
pública e infraestrutura.
Pior situação
Porto
Velho, mesmo em bolha imobiliária, pode até festejar sua desgraceira, pois os
efeitos em Altamira foram piores ainda que na capital rondoniense. Aquela cidade
se tornou campeã nacional de criminalidade. Em Macaé, no Rio de Janeiro, a capital
nacional do petróleo, outra situação terrível, com prédios inteiros abandonados
e desvalorização de até 40 por cento dos imóveis depois que a Petrobrás largou
mão de importantes projetos petroquímicos. Uma situação que também atingiu
cidades que tinham florescido com o agronegócio, como ocorreu no Mato Grosso do
Sul.
Virando a casaca
Na
política, virar a casaca – passar para o lado dos adversários - tem sido algo
cotidiano na política rondoniense. Lembro que ainda na década de 80 políticos
como Claudionor Roriz (Ji-Paraná), Paulo Marzola (Vilhena), que eram do MDB
viraram a casaca para o PDS, liderado no estado pelo então governador Teixeirão.
Roriz inclusive se elegeu senador nas eleições de 1982. Atualmente temos na Câmara
de Vereadores alguns vira-casacas de dar inveja aos veteranos, um dos casos é do
vereador Breno Mendes, chegado do ex-prefeito Hildon Chaves que se tornou líder
do atual prefeito Leo Moraes (Podemos). Como ele, mais meia dúzia de vereadores
estão pulando cirandinha com o nosso comandante do Prédio do Relógio.
Reduziu o ritmo
O
ex-governador Ivo Cassol (PP), acabou reduzindo o ritmo de contatos políticos
visando a disputa do governo estadual no ano que vem em vista da indefinição da
sua situação perante a justiça eleitoral. Ele começou o ano animado e já tinha
conversado com vários pretendentes ao Palácio Rio Madeira, casos do ex-prefeito
Hildon Chaves (PSDB -Porto Velho) e do atual prefeito de Cacoal Adailton Fúria
(PSD). Já estava até garimpando um vice para compor a sua chapa e selecionando
nomes para disputar as duas cadeiras ao Senado na sua composição. Nos bastidores
se sabe que ainda tem esperanças de se livrar das amarras da justiça eleitoral
para entrar firme na peleja,
É coisa de louco!
Neste
confronto entre os grupos políticos liderados de um lado pelo chefe da Casa Civil
Elias Rezende e o deputado estadual Ribeiro do Sinpol, contra os militantes do
ex-chefe da Casa Civil Junior Gonçalves, se vê que existe um verdadeiro cipoal
de rabos amarrados e que mesmo assim a batalha pelo poder não arrefece. A cada
denuncia existente, quem é prejudicado é o governo estadual e as cadeiras de
Marcos Rocha ao Senado e de Sergio Gonçalves ao governo do estado na eleição
2026. ameaçadas Urge uma conciliação entre a partes beligerantes para que o CPA
não naufrague no próximo pleito.
Visão de futuro
É
possível que ainda nas eleições de 2026 a população rondoniense, voltada ao
agronegócio e muita gente influenciada pelos políticos rapinadores, apoiando
invasões nos parques nacionais e reservas florestais, ainda não reconheça as
ações do ex-governador e atual senador Confúcio Moura na criação das reservas
ambientais em Rondônia tão criticadas pelos deputados estaduais. Mas no futuro
com certeza os rondonienses vão entender suas razões, já que boa parte das
invasões nas reservas foi praticada por grileiros que aproveitaram, com apoio
de políticos a ocupação dos parques nacionais gerando grande aumento das
queimadas no estado durante verão.
Mudanças climáticas
Temos invasões de garimpeiros nas reservas
ambientais contaminando com mercúrio nossos mananciais de igarapés, dos
madeireiros devastando florestas públicas extraindo madeira ilegal nas reservas
indígenas etc. Com as mudanças climáticas, batendo as nossas portas é possível
entender a visão de futuro do senador. Estamos vivenciando ano a ano alternâncias
de grandes enchentes e baitas estiagens, faltando água potável para beber até
em Porto Velho, que fica encravado as margens de um dos maiores rios do mundo,
que é o nosso amado Madeirão, tão assoreado nas últimas cheias.
Via Direta
*** A pavimentação da rodovia 319 ficou fora do Plano Nacional de Logística 2025 gerando uma baita chiadeira nos parlamentares do pacto amazônico *** Como se sabe, existe um trecho critico de 400 quilômetros, denominado de “meião” que necessita ser pavimentado, já que durante o inverno amazônico, nosso período de chuvas aquele trecho se transforma num monumental atoleiro *** O suplente de deputado federal Rafael Fera (Ariquemes) aguarda com impaciência a posse no lugar do deputado federal Lebrão (São Miguel) na Câmara dos Deputados *** Com o CPA rachado ao meio, se esperam posicionamentos decisivos do governador Marcos Rocha depois de uma semana de confusão nestas bandas.
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