Quarta-feira, 6 de agosto de 2025 - 08h25
Na
interessante adaptação de um clássico do dramaturgo britânico William
Shakespeare – Rei Lear – feita por Newton Moreno para a realidade amazônica, a
semelhança corre por conta do fato de que a peça é uma tragédia. Na montagem
original, o velho rei confia demais em duas filhas, é traído por elas e acaba
louco. Na adaptação de Moreno, sem spoiler do conteúdo da peça, no geral já
dado desde os anos 1600, quando ela estreou em sua versão original, o rei é um
grileiro sulista que resolve explorar a floresta e começa por dar seu próprio
nome a um rio amazônico.
A
história da Amazônia, aliás, é uma longa crônica de tragédias. É possível que o
cenário atual seja o menos trágico, apesar da paralisia causada pelo choque
entre a bolha da preservação, que pretende a floresta intocada, e o bando do passar
boiada, que defende aproveitar a floresta de todas as formas pelas quais ela
possa dar dinheiro. Apesar de tudo, há instituições privadas e públicas,
universidades e empresas, abordando a realidade amazônica por diversos ângulos,
permitindo um debate que jamais ocorreu antes, nos tempos primitivos e nas ditaduras,
que calaram a nação e favoreceram o avanço da devastação.
O
rei da peça é salvo pela filha boazinha, Cordélia, casada com um líder indígena,
com quem aprendeu que a floresta merece respeito. É uma aposta em que os reis
amazônicos de hoje possam trilhar o caminho da vida e não da tragédia.
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A retomada
Com
a presença do governador Marcos Rocha (União Brasil), a Assembleia Legislativa,
esquecendo conspirações recentes, voltou as atividades legislativas na última
terça-feira. Com ampla maioria na Casa de Leis, o Palácio Rio Madeira tem
garantido a aprovação dos seus projetos e boa parte dos deputados não tem questionado
a situação de caos na saúde pública e do colapso na segurança pública,
principais clamores dos rondonienses. A omissão neste sentido deve custar a reeleição
dos chamados deputados ovelhas. A população está atenta a esta situação e por
isto tem renovado majoritariamente a representação estadual.
Perdendo força
Já
se sabia que Porto Velho não era tão bolsonarista assim como no interior do
estado, onde o conservadorismo vigente é realmente mais forte. A manifestação
de domingo pró-Bolsonaro para sua anistia, na capital, que contou com menos de
100 pessoas, numa cidade com quase 600 mil habitantes, demonstra claramente o segmento
está perdendo força por aqui, depois do tarifaço trampista praticado pelos
americanos contra o Brasil já em vigor. O bolsonarismo perdendo força é uma
dádiva para os adversários da esquerda,
lembrando também que Lula não tem lá grande popularidade nestas bandas
Aposta bolsonarista
Mas
na região norte as apostas são bolsonaristas. Como em Rondônia, no Acre são os pré-candidatos bolsonaristas
polarizam a largada na disputa pelos respectivos governos estaduais. No vizinho
Acre, o senador Alan Rick e o atual prefeito de Rio Branco Tião Bocalon são as
postulações mais visíveis. Em Rondônia, ponteia as sondagens iniciais o senador
Marcos Rogerio (PL) que na campanha passada foi derrotado pelo atual govenador
Marcos Rocha. Em ambos estados o conservadorismo está rachado, mesmo assim não se
vê postulantes da esquerda emergindo na pré-campanha, exceto o senador Confúcio
Moura (IMDB) no caso de Rondônia.
Vices urrando
Se
em Rondônia, no Acre e no vizinho Amazonas os vices governadores bolsonaristas
estão urrando na disputa ao governo dos seus respectivos estados nas pesquisas
eleitorais, já no Estado do Pará temos a vice-governadora Hana Glassan na
ponteira, representando o MDB do governador Helder Barbalho bem avaliado
naquelas bandas. Lá a centro-esquerda também está bem na foto, pois em segundo lugar
está o prefeito de Ananindeua Dr. Daniel Sales. O conservadorismo tem o
delegado Eder Mauro (PL) amargando a terceira colocação nas sondagens
eleitorais.
Dois deputados
É
algo inédito em Ariquemes que já contou com bons deputados federais como Francisco
Sales e Confúcio Moura. Com a posse do suplente Rafael Fera, depois de uma longa
espera, a cidade, que já tem como representante na Câmara dos Deputados o parlamentar
Thiago Flores, agora terá dois deputados federais buscando a reeleição no ano
que vem. É a primeira vez que Ariquemes emplaca dois federais na sua história
política. Por falar na região do
Vale do Jamari, o deputado estadual Delegado Camargo está entrando na briga por
uma cadeira ao Senado, aproveitando o fato do senador Confúcio disputar o
governo estadual. Camargo está de asas crescidas.
Resgatando a tradição
Ji-Paraná
quer resgatar a tradição de eleger sempre dois deputados federais, desde a primeira
eleição estadual realizada em 1982, quando emplacou dois grandes parlamentares,
Assis Canuto (PDS) e Orestes Muniz (PMDB). Ambos inclusive se torrariam
vice-governadores, Orestes Muniz de Jeronimo Santana e Assis Canuto de Oswaldo
Piana Filho, o governador do Linhão. Ultimamente a capital da BR tem assegurado
apenas um federal, mas nas eleições de 2026 conta com postulantes em condições
de chegar lá, casos dos ex-prefeitos Jesualdo Filho e Isau Fonseca e do deputado
estadual mais votado do estado no pleito de 2022, Laerte Gomes.
Via Direta
***Em pé de guerra, os servidores da
educação iniciaram um movimento paredista nos 52 municípios do estado. A expectativa
é que as negociações sejam retomadas com
o governo estadual ***
O novo presidente estadual do PT Ernesto Ferreira espera que a visita do
presidente Lula nesta sexta-feira, anunciando obras importantes em Rondônia
impulsione a legenda num estado onde o partido só tem levado pau nos últimos *** O município de Ananindeua (PA) disputa
a terceira colocação em termos populacionais com Porto Velho na Amazonia, só perdendo
para Manaus e Belém *** Tem como coincidência com a capital rondoniense ser
uma cidade com parca infraestrutura e com as fezes pululando nas ruas, com
índices terceiro-mundistas em termos de abastecimento de água e coleta de
esgoto.
A corrida sucessória estadual em Rondônia está mesmo antecipada
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