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Carlos Sperança

Em Rondônia, os políticos têm uma palavra mágica para escapar da cassação


Em Rondônia, os políticos têm uma palavra mágica para escapar da cassação - Gente de Opinião

O insumo estratégico

Desde muito cedo as crianças aprendem lições que levarão pela vida afora. Aluno que não faz lição de casa merece levar bomba é uma delas. No caso dos fertilizantes, se o Brasil fosse um aluno, levaria bomba em 2022 depois de décadas sem fazer a lição de casa, que seria encaminhar o país à autossuficiência na produção de fertilizantes. Se um agricultor põe no alto de sua planilha o adubo como item essencial e imprescindível ao negócio, o mesmo deveria ser feito pelas autoridades de uma nação agrícola. Mas isso não foi feito, apesar de todos os avisos.

Com o país dependente do potássio do Leste Europeu, a bomba estourou na guerra da Ucrânia, que dificultou a importação. Sem fertilizante não há agricultura, o que torna a dependência do Brasil ao potássio estrangeiro – mais de 96%, sobretudo de Canadá, Rússia e Bielorrússia.– uma lição de casa malfeita. Era preciso declarar o potássio insumo estratégico e dar passos rápidos até a autossuficiência, mas o governo federal não deu conta da tarefa e já sente a corda apertando no pescoço.

Há sinais de que o aluno vai finalmente começar a fazer a lição de casa longamente relaxada, a julgar pela iniciativa do engenheiro Adriano Espeschit de produzir “potássio verde” por meio do Projeto Autazes. Com o Plano Nacional de Fertilizantes fixando metas iniciais para 2030, pode ser que até lá o Brasil deixe de sofrer e levar bomba por descuido com lições de casa.

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Faltará vagas

Com tantas prisões de ladrões, arrombadores e assaltantes pelas Polícias Civil e Militar nas últimas semanas em Porto Velho faltará vagas nos presídios rondonienses, já tão apinhados. Abrigar tantos pilantras é um desafio para as autoridades de segurança, já que os drogados se multiplicaram geometricamente nos últimos anos e ao menor descuido de comerciantes e das famílias nas residências eles pulam os muros e levam o que podem. Imagino se forem cumpridos todos os mandados de prisão de foragidos na capital como seria? Com certeza, pelo menos dois ginásios de esportes superlotados.

Critério definido

O principal critério para a reeleição de prefeitos e governadores em Porto Velho tem sido o fator econômico. Se o administrador pagar em dia o funcionalismo e os fornecedores, terá a complacência do eleitorado quanto a sérios problemas, como o colapso na saúde e o caos na segurança pública. Mesmo com chiadeira com hospitais repletos e pacientes nos corredores, os comerciantes terem sido assaltando dez vezes, bairros alagados até o talo no inverno amazônico, falta de água durante o ano, ausência de esgoto, rodoviária decente, os drogados tomando conta das ruas, o eleitor tem optado pela reeleição na capital rondoniense.

A diplomação

Mesmo flagrados e filmados recebendo propinas de empresas ligadas a coleta de lixo e meio ambiente, a ex-prefeita Lebrinha e o deputado estadual Lebrão terão direito a diplomação para assumirem respectivamente as funções de deputados estadual e federal. Com votações reduzidas, mas com a fidelidade do eleitorado de São Francisco, a base eleitoral da família, ambos foram eleitos e cassá-los depois de tem assumido os cargos ficará mais difícil. Ainda mais na Assembleia Legislativa onde as Comissões de Ética não funcionam.

A palavra mágica

Em Rondônia, os políticos têm uma palavra mágica para escapar da cassação. Sendo apupados, soltam a senha: “Vou abrir o bico”. Como muita gente pode ter problemas – em política isto não é raro, né? – deixam a coisa rolar e só quando a justiça se pronuncia e chega a ameaçar a Casa de Leis se toma alguma providência. É o caso de Lebrão, ele sabe demais soube se proteger e nem ao menos foi reprimido pelo malfeito e com certeza saberá proteger o mandato de Lebrinha com unhas e dentes. Se depender da Comissão de Ética necas de punição. 

O infortúnio

Cotado para ser um dos grandes líderes da oposição ao governo Lula que começa em janeiro, o ex-juiz federal Sérgio Moro, eleito senador pelo Paraná, pelo União Brasil, alvo da ira dos petistas, agora também é alvo novamente das pedradas dos bolsonaristas. Moro voltou como um filho pródigo para as asas do presidente Jair Bolsonaro, mas agora sofre o punhal da traição do partido do presidente, o PL, que quer a cassação do seu mandato para favorecer um candidato que ficou em segundo lugar na eleição ao Senado pelo Paraná. Não bastasse, o União Brasil fechou com Lula e Moro virou um estranho no ninho no seu próprio partido.

Via Direta

*** Além da desconfiança com possíveis assaltos, muita gente com culpa em cartório não está abrindo sua residência para os trabalhos dos censitários *** E assim o Censo 2022 realizado pelo IBGE só vai acabar mesmo no ano que vem com tantas dificuldades *** Os manifestantes patrióticos vão precisar aumentar as benesses para ampliar o público defronte aos quarteis. Churrasco, agua mineral e refrigerantes é pouco *** Já que existem políticos, gente do agronegócio e do garimpo patrocinando a causa patriótica se tratando das festividades de Natal poderia ser incluído panetones no rol dos atrativos e apresentação do Papai Noel ***O final de ano é marcado pela alta dos preços nos supermercados. Em Porto Velho as queixas se multiplicam lembrando a época do auge do garimpo quando a exploração era terrível e preços proibitivos.

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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