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Carlos Sperança

Descarbonizar a política + A era Cassol + A curiosidade + A hegemonia


Descarbonizar a política + A era Cassol + A curiosidade + A hegemonia - Gente de Opinião

Descarbonizar a política

O ex-ministro Joaquim Levy está surfando na pré-campanha eleitoral com uma oportuna proposta para aprimorar a agenda de descarbonização do Brasil. A “mágica” para transformar poluição em riqueza, no entanto, requer soluções unificadoras aos problemas nacionais, inviáveis com políticas desarrumadas e ministérios desconexos tentando eleger seus próprios escolhidos.

Com a infraestrutura, o meio ambiente, a indústria e o tripé desempregados/endividados/desalentados à beira de um ataque de nervos, o estado de ânimo da população tende a pesar nas eleições. Um complicador é que o desconforto nacional tem reflexo externo: a péssima imagem do país no exterior dificulta a recepção do melhor que a humanidade pode oferecer para alavancar uma boa agenda de controle das emissões de carbono.

É um caso de mão dupla: a forma com que o Brasil se apresenta ao mundo e a resposta do mundo à apresentação. A proposta de Levy é sensata, mas depende de trânsito virtuoso pelas duas vias. De um lado, o Brasil precisa entregar suas próprias soluções aos problemas, selecionando consensos. De outro, o mundo precisa apoiá-las ao sentir que não é cheiro de rosas disfarçando o fedor dos desmontes e da prevaricação. Um Brasil rico só virá com boas políticas e investimentos. A descarbonização pode ser a chave para superar a polarização política, toxina que atrasa o país e dificulta os investimentos.

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Um retrospecto

Acompanhe abaixo um retrospecto das principais polarizações entre os candidatos desde a primeira eleição ao governo do Estado de Rondônia. O primeiro pleito foi realizado em 1986, elegendo Jeronimo Garcia de Santana (MDB-Porto Velho) que teve como seu principal adversário o senador Odacir Soares (PDS-Porto Velho). Em 1990, tivemos o triste episódio do assassinato do senador Olavo Pires (PTB-Porto Velho), o grande favorito da época, e sem ele naquele pleito a polarização ocorreu entre Oswaldo Piana Filho, contra o emergente Valdir Raupp de Mattos (Rolim de Moura). Piana, como se constatou, levou a melhor naquela oportunidade.

A hegemonia

A partir de 1994 o interior do estado, com dois terços do eleitorado rondoniense, começava a fazer prevalecer sua força. Valdir Raupp de Mattos (MDB-Rolim de Moura) venceria a eleição, numa sensacional reviravolta contra Francisco Chiquilito Erse (PDT-Porto Velho). Na eleição seguinte, o interior seguiria dando as cartas num embate entre o governador Valdir Raupp de Matos (MDB) e o senador José de Abreu Bianco (PFL-Ji-Paraná), prevalecendo Bianco, numa disputa bem equilibrada. Em novo confronto da roça, Bianco enfrentaria Ivo Cassol (PSDB-Rolim de Moura) em 2002, com Bianco levando a pior contra sua cria política. Ivo na cabeça.

A era Cassol

 Seria iniciada, então a era Cassol, com Ivo sendo o primeiro governador reeleito, vencendo em turno único o segundo pleito, o da reeleição, que teve como principal oponente Amir Lando. Seu sucessor, Confúcio Moura (MDB-Ariquemes) também seria reeleito, enfrentando primeiramente em 2010 derrotando João Cahula (Rolim de Moura) vice de Cassol que tinha assumido a titularidade e com a reeleição em 2014 contra Expedito. Em 2018, nosso atual governador Marcos Rocha (Porto Velho), enfrentaria o tucano Expedito Junior (Rolim de Moura) em segundo turno, recuperando a hegemonia política para a capital depois de mais de duas décadas.

As origens

 Rondônia é um Estado formado pela grande maioria da população de migrantes de outros estados. Só um rondoniense da gema foi eleito governador até agora. Vejam a naturalidade dos nossos governadores: Jeronimo Santana, goiano; Piana, rondoniense; Raupp  e Ivo Cassol catarinenses; Bianco, paranaense; Confúcio Moura, goiano e Marcos Rocha carioca. Predominaram os goianos e catarinenses até agora, seja no antigo Palácio Presidente Vargas ou no atual CPA, para onde foi transferida a sede do governo estadual. Na peleja 2022 teremos candidatos novamente nascidos em vários estados, mas desta vez pelo menos dois candidatos rondonienses da gema.

A curiosidade

A maior curiosidade dos pleitos ao governo estadual é que a maioria dos favoritos acabou tombando, casos das derrotas de Raupp para Piana em 90, de Chiquilito Erse para Raupp em 94, de Raupp para Bianco em 98, de Expedito para Confúcio em 2014, de Expedito contra Marcos Rocha em 2018. A coisa de favorito se dar mal, já tinha começado na primeira eleição, em 1986 ao então Palácio Presidente Vargas, quando o senador Odacir Soares tendo como vice José Bianco (os mais votados ao Senado e ALE em 1982) perderam para Jerônimo Santana. Em 2022 os favoritos desabaram antes da eleição: Ivo Cassol, impedido pela justiça, e Confúcio Moura por desistência.

Via Direta

*** O presidenciável tucano João Dória foi fritado até o talo pelas lideranças do partido e já não há mais dúvidas que será rifado como candidato do PSDB à presidência da República nas convenções de agosto *** Em Porto Velho a ex-vereadora Cristiane Lopes (União Brasil) lidera encontros da mulherada e aproveita a ocasião para projetar sua candidatura a Câmara dos Deputados *** Ela é predadora dos deputados atuais da capital Mauro Nazif (PSB) e Crisóstomo (PL) e leva vantagem no  segmento do eleitorado jovem, majoritário na capital rondoniense *** MDB e partidos alinhados apostam em Simone Tebet (MDB) como opção de uma terceira via a Presidência *** Os petistas querem porque querem a desistência de Ciro Gomes (PDT) na corrida presidencial. Mas é mais fácil galinha criar dentes.

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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