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Carlos Sperança

Cumprindo o dever + Corrida do ouro e a regularização + A fantástica corrida migratória


Cumprindo o dever + Corrida do ouro e a regularização + A fantástica corrida migratória - Gente de Opinião

Cumprindo o dever

“O Brasil espera que cada um cumpra o seu dever”, bradou o almirante Francisco Manuel Barroso ao exortar os marinheiros para a batalha do Riachuelo, na Guerra do Paraguai. O dever maior é não trair a Pátria fugindo das responsabilidades. Por isso cabe às autoridades, sob solene juramento, o dever de dizer a verdade, sem negacionismo, assumindo responsabilidades, reconhecendo erros, corrigindo-os e unindo a Nação em torno de um projeto de país sem bolhas, seitas ou interesses menores.

O vice-presidente Hamilton Mourão, em sentida mas sincera declaração, assumiu a culpa pelo fracasso do país em reduzir o desmatamento. Sem dúvida um conhecedor da Amazônia, da floresta e sua gente, Mourão viveu os anos em que maior foi a ação do Estado brasileiro para a integração regional. Ao assumir o Conselho da Amazônia, concentrou as esperanças de que o Brasil entregaria ao mundo confiança na proteção da Amazônia.

No entanto, as queimadas ainda assombram, o desmatamento cresce e os povos da floresta sofrem. Há um cínico desinteresse pelo aproveitamento do potencial de riqueza do país com atitudes ambientalmente sustentáveis e favoráveis ao clima planetário, em benefício também do agronegócio, da recuperação da indústria e do emprego. Mourão cumpriu o dever de assumir a culpa. Mas só ele? Mais de 150 anos depois de Barroso, o Brasil ainda espera que cada um cumpra seu dever.

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Corrida do ouro

Os garimpeiros que tomaram conta do Rio Madeira no vizinho estado do Amazonas causando graves prejuízos para o meio ambiente estão contra-atacando depois que a Marinha e a Policia Federal queimaram dezenas de dragas e balsas, buscando apoio político em Brasília para continuar suas atividades nas localidades ribeirinhas. Acompanhadas de prefeitos da região, as lideranças do garimpo mantem contatos com a bancada amazônica, principalmente com os representantes do Amazonas Rondônia e Roraima, aonde a atividade é mais presente. A temporada é propicia para reivindicações já que é ano de pré-eleitoral.

A regularização

A classe garimpeira pleiteia que as autoridades troquem a queima de dragas e balsas pelo afundamento das embarcações, pois depois todo material que submergiu é recuperado pelos proprietários, o que na verdade seria uma punição faz de conta, porque logo em seguida tudo voltaria na mesma coisa. Outra reivindicação se refere a um compromisso do presidente Jair Bolsonaro sobre a regularização da garimpagem na região amazônica que a cada ano aumenta com invasão de reservas indígenas e parques nacionais. Ainda demora para que as coisas se resolvam.

Polos regionais

A fantástica corrida migratória ao então Território Federal de Rondônia iniciada em 1972, fruto de uma parceria firmada pelo Incra de Assis Canuto (executor dos projetos fundiários) distribuindo módulos rurais aos colonos e pelo visionário empreendedor Assis Gurgacz (Eucatur) transportando Sul do País agricultores em busca de terras e de uma nova vida, catapultou Rondônia como um foguete. Ainda em 1977, o território que contava apenas com dois municípios – Porto Velho e Guajará Mirim - viu nascer Ariquemes, Ji-Paraná, Cacoal, Pimenta Bueno e Vilhena, hoje os principais polos regionais do estado.

As criações

Fruto de decretos presidenciais, os municípios criados em 1977 em Rondônia, festejaram aniversário de 44 anos durante o mês de novembro, beneficiados por um dos maiores deslocamentos de contingentes humanos já ocorridos no Brasil e pelo mundo afora. Lembrando muito a corrida dos americanos ao Oeste, nos Estados Unidos, nos anos de 1860, na época com carroça e as diligências. Em Rondônia, pela BR 364, de ônibus, de caminhão, de caminhonetes, já com motosserra. Estou lembrando a epopeia do pioneirismo a pedido de universitários em visita a redação.

Batendo recordes

Por conta da chegada de tantos imigrantes – a maioria eram de paranaenses, gaúchos, capixabas, mineiros, goianos, baianos, catarinenses e nordestinos – cidades como Ji-Paraná e Porto Velho bateram verdadeiros recordes de crescimento demográfico. Ji-Paraná ao final dos anos 70, Porto Velho nos anos 80. Os pioneiros que enfrentaram tantas agruras e chegando nos dias de hoje ainda firmes e fortes aos 80 anos, como seu Assis, Canuto, José Bianco, pela região de Ji-Paraná, que foi o epicentro da migração, minha reverencia. Fizeram história e estão juntos com seus nomes eternizados, como Rondon, Farquar, Aluízio Ferreira, e o grande Teixeirão.

Via Direta

*** Com o décimo-terceiro circulando os principais centros comerciais de Porto Velho, como as avenidas Sete de Setembro, Jatuarana (Eldorado) e Amador dos Reis (Tancredo), já sentem os reflexos *** Além disto temos o início do pagamento dos servidores estaduais projetando boas vendas nas lojas de roupas, sapatos, celulares, de presentes e nos supermercados na capital e no interior *** Parte da população também segue gastando nas reformas de suas casas. E as vendas nas lojas especializadas em construção de piscinas dispararam durante 2021 *** As lideranças empresariais de Rondônia lideram movimento pró-vacina temendo um recrudescimento da doença que já vivencia uma terceira onda na Europa e na Ásia.  

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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