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Carlos Sperança

As eleições municipais de outubro caminham para nova polarização


As eleições municipais de outubro caminham para nova polarização  - Gente de Opinião

A sensação de ser dono

Nas asas da tecnologia, ser dono de um pedaço da Amazônia para amar e proteger ficou tão fácil quanto pedir uma pizza. Há várias formas de obter a propriedade do direito de vigiá-la e preservá-la para si e o mundo. Uma das mais recentes é a startup Amazon Guardian, que fornece um acre (pouco mais de 4 mil metros quadrados) a ser acompanhado em tempo real, por de satélite, via georreferenciamento.

Sendo uma microfloresta real, o dono do direito terá relatórios periódicos sobre as condições da área e se quiser sentir o solo sob os pés poderá se deslocar até a área e senti-la. Só não pode mexer nela, claro, porque o princípio desse direito é proteger a área para que nada destrutivo aconteça. É pagar pela prestação de serviços ambientais (desmatamento evitado e manutenção florestal) por meio de títulos de preservação ambiental.

A tecnologia já permite a aquisição de equipamentos e programas que criam a sensação de imersão física em ambientes virtuais, proporcionando sensações, emoções e diversão. A diferença é que ao se tornar um guardião da sua microfloresta o participante do projeto não experimenta uma ilusão. A tecnologia lhe dá acesso ao que realmente existe e não apenas a sensações artificialmente produzidas. Aliás, ter a ilusão imersiva da realidade virtual custa bem mais caro que proteger a floresta real, com árvores, águas e bichos de verdade.

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Uma muleta

Num estado conservador como Rondônia, os partidos bolsonaristas consideram uma eventual aliança com o PT do presidente Lula, uma gelada, daquelas dos picos nevados do Chile. Mas é uma união que pode acontecer entre o MDB e PT no estado, com o MDB funcionando como muleta para os petistas. O senador Confúcio Moura manda nos cargos federais, comanda a distribuição de recursos para os municípios de Rondônia, se comportando como um verdadeiro governador paralelo. Em troca tem o dissabor de encaminhar alianças do seu MDB com o PT.

A polarização

As eleições municipais de outubro caminham para nova polarização entre os partidos alinhados ao presidente Lula com as legendas conservadoras dominadas por bolsonaristas em Rondônia. Esta perspectiva é forte em polos regionais importantes como Ariquemes, Ji-Paraná, Cacoal e Vilhena. Em Porto Velho, onde o PT já elegeu prefeito e reelegeu, deputados federais e uma senadora, o bolsonarismo não é tão forte, mas os principais candidatos ao prédio do relógio são deste segmento. Mariana Carvalho (Progressistas), Fernando Máximo (União Brasil), Leo Moraes (Podemos) e Cristiane Lopes (União Brasil)

PL nas paradas

O presidente do Diretório Nacional do PL, Waldemar da Costa Neto, está orientando aos diretórios estaduais para o partido lançar candidaturas próprias nas capitais. Em Rondônia, onde o partido é forte e conta com dois senadores e grande representatividade na Câmara dos Deputados e Assembleia Legislativa, a legenda ainda não tem um candidato definido. Caberá ao presidente estadual Marcos Rogério cuidar das tratativas. Acredita-se que os entendimentos já foram iniciados e o nome cotado pertence atualmente aos partidos da base do governador Marcos Rocha. Será?

Batata assando

Com a decisão do ministro Dias Tofolli do Supremo Tribunal Federal para investigação do senador Sérgio Moro (União Brasil-PR) se acelera o processo para condenação e posterior afastamento do parlamentar paranaense. No Paraná tanto o PT como o bolsonarismo já se movimentam para eleições suplementares projetando candidaturas a cadeira de Moro nos dois segmentos. Pode rolar uma disputa entre duas leoas: Michele Bolsonaro, esposa do ex-presidente e a deputada federal Gleici Hoffmam, ungida de Lula para a possível peleja no estado. Como se vê, a batata de Moro está assando e já está bem tostada.

Cenário nacional

Com o ex-presidente Jair Bolsonaro já considerado inelegível para as eleições de 2026, vários governadores se movimentam para disputar o Palácio do Planalto, assumindo o espólio do bolsonarismo. Entre eles, Tarcísio de Freitas (São Paulo), Ratinho Junior (Paraná), Romeu Zema (Minas Gerais) e Ronaldo Caiado (Goiás). Unir o segmento também parece um desafio e desde já se vê a perspectiva de um racha nos herdeiros políticos do bolsonarismo. Na esquerda, quem dita os rumos é Lula e ele já se prepara para mais uma jornada buscando seu quarto mandato.

 

Via Direta

*** O ministro Flávio Dino deixa o Ministério da Justiça em fevereiro devendo ações na esfera da segurança pública na Amazônia. Poucas ações foram desencadeadas para combater o narcotráfico *** Em Rondônia os carteis das drogas deitam e rolam e estão armados até os dentes, tanto em rotas fluviais, aéreas e terrestres. E coisa de louco *** Tudo indica que o ex-prefeito de Porto Velho José Guedes se aposentou e deixou as disputas eletivas *** Ainda na ativa, o ex-ministro da Previdência e ex-senador Amir Lando reforça as paliçadas para disputa em 2026. Pode ser ao Senado ou uma cadeira a Câmara dos Dep

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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