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Carlos Sperança

Alguém vai falar sozinho + Os encarceramentos + Efeito manada + Um recorde


Alguém vai falar sozinho + Os encarceramentos + Efeito manada + Um recorde - Gente de Opinião

Alguém vai falar sozinho

Se não for estancada, a polarização político-ideológica vai enfraquecer e arruinar o Brasil. Certa vez, na década de 1970, quando já estava claro que não havia uma revolução democrática, mas uma ditadura, a reação popular contra o regime foi muito intensa e os setores mais retrógrados do governo pretendiam um banho de sangue. Nessa hora, os generais Ernesto Geisel e Golbery do Couto e Silva passaram um recado à oposição: “Segurem seus radicais que nós seguramos os nossos”. Todos seguraram e fizeram um acordo que levou pacificamente à Constituição de 1988.

Hoje, não há loucos querendo banhos de sangue nem a oposição com tochas prontas a ocupar os palácios. No entanto, a polarização relativa à Amazônia prejudica o país afugentando investidores, afastando turistas e levando à perda de clientes para nossos produtos, via boicotes. A lição a tirar, ontem e hoje, é que nação desunida sucumbe ou na violência ou na pobreza.

A única forma de vencer os prejuízos da polarização é buscar um consenso mínimo. A questão é: como? Na terceira rodada de debates prévios do Fórum Mundial Amazônia+21, que ocorrerá em novembro, vários participantes deram a receita: desenvolver a bioeconomia e afinar a relação custo/benefício tende a ser consensual. Quem for contra alavancar a bioeconomia e não quiser ganhar mais por real investido ficará falando sozinho.

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Os encarceramentos

Como já era esperado, com os prefeitos e prefeitas de Ji-Paraná, Cacoal, Rolim de Moura e São Miguel do Guaporé presos em Porto Velho desde quinta-feira, as campanhas eleitorais mudaram de figura nestes respectivos municípios com a substituição de candidatos e a consequente acomodação das forças políticas locais. É certo que os candidatos ligados aos prefeitos que foram propinados levarão desvantagem nas contendas municipais. A oposição ficou de asas crescidas.

Efeito manada

Em Porto Velho, a campanha do prefeito Hildon Chaves (PSDB) avalia qual candidato da oposição será o possível adversário do segundo turno. Até agora não existe uma conclusão em vista da fragmentação do eleitorado com mais 14 candidaturas oposicionistas. Se for como as campanhas anteriores, Chaves só vai conhecer o inimigo nos últimos dias quando rola um efeito manada por aqui. Ele mesmo - Hildon Chaves – foi beneficiário deste movimento em reta final no pleito 2016.

Lado oposicionista

Nas contas dos candidatos oposicionistas teremos eleições em dois turnos e quem for ao segundo turno, possivelmente com o prefeito Hildon Chaves (PSDB), levará vantagem. Então serão duas brigas para quem faz oposição a atual gestão: a primeira para ver quem será o candidato oposicionista beneficiado pelo voto útil na reta final e a segunda num confronto direto com o alcaide. No entanto, nem todo postulante da oposição entra nesta equação. pode sobrar alguém para apoiar o tucano barbudo depois.

Um recorde

A título de curiosidade, além do recorde de candidaturas a prefeitura de Porto Velho em 2020, temos um recorde de candidatos nascidos em Porto Velho. São pelo menos cinco dos 15 paridos na capital rondoniense, entre eles Willians Pimentel (MDB), Cristiane Lopes (PP), Eyder Brasil (PSL). O segundo estado com mais candidatos por aqui é o Mato Grosso, com dois candidatos. RS, CE, MS, PE, PR e GO tem um candidato cada.

Dois goianos

Dos nove prefeitos eleitos em Porto Velho desde 1985, tivemos dois nascidos em Goiás: Jeronimo Santana (já falecido) e José Guedes. Já, Tomas Correia é cearense (que substituiu Jeronimo), Chiquilito Erse amazonense, Carlinhos Camurça rondoniense, Roberto Sobrinho, paulista, Mauro Nazif fluminense, Hildon Chaves Pernambucano. Em 2020 a variedade de candidatos e a naturalidade é enorme com tantas opções rolando para o eleitorado.

 

Via Direta

*** Nem a pandemia impediu os conflitos agrários em Rondônia. O último final de semana foi sangrento como mortos e feridos em Mutum-Paraná***Na peleja pela prefeitura de Porto Velho, o postulante Willians Pimentel (MDB) foi o primeiro a visitar os distritos na caça aos votos *** Em virtude da pandemia e do excesso de candidatos, a TV Rondônia, afiliada da Rede Globo, só fará debates nesta temporada na capital no segundo turno da eleição local *** Eleição 2020:  Acredita-se que apesar da sua elevada taxa de rejeição o atual prefeito de Porto Velho Hildon Chaves (PSDB) terá caminho tranquilo para uma vaga no segundo turno tendo em vista a fragmentação oposicionista *** O postulante a vereança Rosinaldo Guedes (PDT) é mais um reforço na campanha do candidato a prefeito Ronaldo Flores (Solidariedade).  

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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