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Carlos Sperança

A mordida fatal e o Novo PAC deixou algumas queixas espalhadas pelos estados


A mordida fatal e o Novo PAC deixou algumas queixas espalhadas pelos estados - Gente de Opinião

A mordida fatal

“Cão que ladra não morde” talvez seja o ditado antigo menos confiável. Baseia-se em que o animal geralmente faz barulho por medo, mas a verdade traiçoeira por trás do ditado é que o bicho não pode latir enquanto está mordendo. No caso das ameaças sofridas pelo candidato Fernando Villavicencio à Presidência do Equador, assassinado no auge da campanha eleitoral, foram tantos os latidos que só cessaram com a mordida fatal.

Se alguma lição vem do trágico episódio é que as ameaças de morte devem ser encaradas não mais como latidos ecoados por medo ou ódio, mas como planos que não podem ser menosprezados. Se não há bem mais precioso que a vida, ameaçá-la é uma conduta desumana que não pode ser ignorada.

Há mais lições que saltam aos olhos enquanto até o FBI se desloca dos EUA para investigar as relações entre o crime e os cartéis internacionais de drogas. Talvez a mais importante além da necessidade de monitorar com energia quem ameaça a vida é a advertência do cientista político Michel Rowland para a perversidade da polarização política.

Ela se traduz na incapacidade de criar consensos “porque estão mais concentrados em brigar do que em construir uma agenda de Estado”. Um ditado popular antigo ainda sem contestação é o de que “casa dividida não subsiste”. O Estado em ruínas oferece farto material à construção dos palácios do crime.

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As queixas

A divulgação do PAC 3 do governo federal deixou algumas queixas espalhadas pelos estados. As bancadas federais de Rondônia e do Amazonas se queixaram que a rodovia 319, ficou de fora da programação de obras. A estrada, de 900 quilômetros conecta Porto Velho a Manaus é uma bandeira importante da região Norte. Também os estados do Mato Grosso e do Pará, ficaram sem recursos para a Ferrogrão, aquela poderosa ferrovia ligando aqueles estados numa extensão e 1000 quilômetros, atingindo o porto de Mirintituba. Enfim, muitos pleitos atendidos aos estados atenuam as reclamações das lideranças políticas.

Ainda a BR 319

Apupado pelas bancadas federais de Rondônia e Amazonia, o ministro dos Transportes Renan Filho garante que embora não existam recursos disponibilizados pelo orçamento da União, a Rodovia 319 está incluída no PAC (ninguém viu ela na listagem...) e assim que for possível a estrada entrará em obras. Sua expectativa é que esta BR seja criada como uma rodovia sustentável e concretizada com os recursos do Fundo Amazônia, aquelas verbas doadas pela Finlândia, Noruega, França e outros países para manter as florestas em pé na região. Aí já existe uma contradição, porque com a 319 pavimentada, veremos muitas matas tombando no Amazonas, como ocorreu na BR- 364 MT-RO.   

Nas capitais

Na disputa pelas prefeituras do Amazonas, Rondônia e Acre, alguns nomes largam a jornada de 2024 com algum favoritismo. Em Manaus, o projeto de reeleição do prefeito David Almeida (Avante), em Porto Velho com o deputado federal Fernando Máximo (União Brasil), em Rio Branco com o ex-prefeito Marcus Alexandre (MDB). Com problemas comuns de infraestrutura, principalmente carências de água e esgoto, as pelejas amazônicas são repletas de reviravoltas, principalmente em Porto Velho onde os vira-vira são corriqueiros e com os favoritos levando pedradas na reta final.

Obras importantes

A pavimentação da Avenida dos Periquitos, desde a BR 364, passando pela Cidade Jardim, Ulysses Guimarães, Marcos Freire e Ronaldo Aragão, deu uma nova roupagem para aquela região na populosa Zona Leste, que é a que mais cresce em Porto Velho. Outra obra importante em fase de execução, na capital é a anunciada Av. Santos Dumont, conectando a Av. Rio Madeira ao Espaço Alternativo, na Av. Jorge Teixeira, desafogando o transito caótico nas ruas de ligação com a região central. Quando outubro chegar, em mais um aniversário de P. Velho, o prefeito Hildão terá um verdadeiro pacote de obras de praças, casas populares e pavimentação para inaugurar.

Pior ainda

Se Rondônia esta gritando contra as empresas aéreas em Porto Velho, cidade penalizada pela suspenção de voos e vítima de tarifas elevadas, multiplique esta situação várias vezes com relação a Rio Branco e o estado do Acre. Lá, com as medidas adotadas pelas empresas aéreas, os voos saem lotados e com as tarifas mais caras do País. Por este motivo o senador Petecão convocou audiência pública com o ministro dos Portos e Aeroportos Marcio França para resolver a situação. Na primeira reunião com a bancada federal do Acre o ministro prometeu soluções na última quinta-feira. Será?

Via Direta

*** Já estou me animando com o anunciado Festival de Praia de Fortaleza do Abunã, a “Ipanema” de Rondônia. Um balneário aprazível, com areias limpas, peixe frito no capricho, etc, etc. Coloquem na agenda para os primeiros dias de setembro. Vale a pena *** Os vereadores de Manaus se uniram as lideranças rondonienses para criticar a ausência da pavimentação da BR- 319, ligando Manaus a Porto Velho, no Plano de Aceleração –PAC do Governo Lula *** As águas do Rio Madeira, na região de Porto Velho, estão descendo rapidamente, numa estiagem que promete ser dramática na região Norte. A navegação já está comprometida por causa dos bancos de areia e pedrais.

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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