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Carlos Sperança

A história sobre as eleições em Rondônia


A história sobre as eleições em Rondônia - Gente de Opinião

Gaza biológica

Enquanto o Brasil não se conhecer melhor nem controlar cada palmo de seu território prejuízos bilionários continuarão a ocorrer. A tecnologia decretou que não é preciso um guarda em cada esquina para controlar a criminalidade. Câmeras que capturam e cruzam informações nos instantes exatos em que os fatos acontecem permitem facilidades à investigação. Com este princípio também será possível controlar o território.

O inimigo não está só na má intenção dos criminosos humanos nem os prejuízos provêm apenas do roubo que eles praticam. Segundo relatório da Plataforma Brasileira de Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos, um prejuízo de pelo menos US$ 3 bilhões por ano à economia nacional é causado por invasores pequenos e até aparentemente inofensivos, como caramujos africanos, pombos, algas e o mosquito Aedes aegypti, dentre outros organismos alheios à fauna e flora do país.

A estimativa de 3 bilhões de dólares anuais decorre das projeções em torno de apenas 16 espécies invasoras. Ainda não é possível avaliar o impacto em dinheiro das demais 460 espécies já identificadas no território brasileiro: 268 e 208 plantas e algas, em sua maioria nativas da África, da Europa e do Sudeste Asiático. Para o biólogo Mário Luis Orsi, os prejuízos poderiam chegar a 15 bilhões de dólares. Mesmo valor estimado para a reconstrução do que foi destruído pela guerra na Faixa de Gaza.

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Nossa história

 Na coluna anterior nos reportamos sobre as primeiras eleições gerais de Rondônia em 1982 – para vereadores, prefeitos, vices, deputados estaduais federais e senadores – menos para prefeito na capital Porto Velho e ao governo do estado que seguiam com chefes do Poder Executivo indicados. Como se recorda, a eleição para prefeito da capital só aconteceria em 1985, sendo o primeiro alcaide pelo voto direto, o ex-guerrilheiro do MR-8, Jeronimo Garcia de Santana (MDB). O espaço de hoje é dedicado as eleições gerais de 1986, atingindo então todos os cargos, exceto prefeito da capital com pleito em 1988.

Grande impulso

Na década de 80 o jovem estado de Rondônia fervilhava com o garimpo nas águas do Rio Madeira em Porto Velho e o desembarque de milhares de migrantes recebendo módulos rurais para colonizar o novo estado, tornando os polos regionais de Ariquemes, Ji-Paraná, Cacoal e Vilhena em grandes municípios se transformando em recordistas de crescimento demográfico no País. Foi neste ambiente, em 1986, que depois de ocupar a prefeitura de Porto Velho durante seis meses, o prefeito Jeronimo Santana (MDB) em seguida  foi eleito o primeiro governador  do estado pelo voto direto. Façanhas do popular Bengala.

Nova republica

Beneficiado pelos ares da Nova República, que uniu no mesmo balaio MDB e PFL, para eleger Tancredo/Sarney, Jeronimo Santana teve um grande embate naquela eleição com Jacob Atallah, que ficou em segundo lugar e Odacir Soares que era considerado o nome mais forte, por ter sido o senador mais votado em 1982, desabando para a terceira colocação. Foram eleitos então dois senadores, Olavo Pires (Porto Velho) e Ronaldo Aragão (Cacoal). O mais votado no pleito ao Senado em 1986, Chiquilito Erse ficou de fora, em virtude da casuística sublegenda implantada na época.

Na Assembleia

Na Assembleia Legislativa seria eleita a segunda legislatura em 1986, já sem os grandes astros eleitos no pleito de 1982, quando tivemos a composição mais dinâmica do Poder Legislativo estadual. Neste pleito foram mais votados os deputados Joselita Araújo (Ouro Preto do Oeste),Vicente Homem Sobrinho (Pimenta Bueno), Pedro Kemper (Cacoal), Ernandes Amorim (Ariquemes) e Odaisa Fernandes (Porto Velho). A curiosidade desta legislatura é que um dos deputados estaduais menos votados, Oswaldo Piana Filho (Porto Velho) seria eleito governador em 1990 com o relevante apoio dos prefeitos de Porto Velho Chiquiito Erse e de Ji-Paraná, José Bianco.

Os clãs políticos

Ainda nesta década iriam surgir os clãs políticos que acabaram criando asas no estado. Em Ariquemes, o clã Amorim, em Jaru, o clã dos Muletas, em Vilhena o clã Donadon. Ainda na década de 80, os clãs Cassol e Raupp (Zona da Mata e Região do Café) já mostraram força. Deles saíram dois governadores nos anos seguintes, Valdir Raupp e Ivo Cassol. O clã Donadon chegou a raspar na trave na busca do Palácio Presidente Vargas, então sede do governo estadual, com Melki Donadon derrotado por José Bianco já na década de 90. Nos atualmente novos clãs políticos vão se formando já envolvidos nas eleições municipais 2024.

Via Direta

***Ainda em nossa história política:  desde o final dos anos 80, o interior de Rondônia vai mantendo pelo menos dois terços da população do estado *** Com isto, explorando o bairrismo, vários governadores de polos regionais importantes do interior chegaram ao poder executivo estadual ***Além de Ângelo Angelim (Vilhena) nomeado em 1985, são os casos de Valdir Raupp e Ivo Cassol (Rolim de Moura), José Bianco (Ji-Paraná), Confúcio Moura (Ariquemes). Dois deles foram reeleitos, Ivo Cassol e Confúcio Moura *** Porto Velho emplacou os dois primeiros governadores, em 1986 com Jeronimo Santana Oswaldo Paina em 1990, e mais recentemente o coronel Marcos Rocha, também reeleito.

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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