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Viviane Paes

Paralímpiadas de Tóquio: 253 atletas brasileiros competindo


Paralímpiadas de Tóquio: 253 atletas brasileiros competindo - Gente de Opinião

Praticar esportes é superar o limite de seu próprio corpo diariamente. Competir é superar a si mesmo e os adversários. Fazer tudo isso sendo portador de alguma deficiência de nascença ou adquirida ao longo da vida é algo maravilhoso que demonstra até onde o ser humano pode ir!

 

E isto que vem a minha mente todas as vezes que assisto as Paralímpiadas, e acredito que todos pensam o mesmo. Fico ansiosa para assistir ao desempenho daqueles que convivem diariamente com deficiências que o impedem ainda de ser vistos e respeitados como pessoas normais que são!

 

Com certeza minha admiração por para-desportistas surgiu da oportunidade de conviver com alguns desses esportistas no ambiente de trabalho, no setor elétrico. Um desses é o Edson Cavalcante Pinheiro, do Atletismo Paralímpico de Alto Rendimento.  Ele é acreano de nascimento, rondoniense de criação e foi em Porto Velho que iniciou sua carreira no Tênis de Mesa e no Atletismo, na categoria T-38. Por não receber patrocínios no Estado ficou impossível continuar residindo aqui. Mudou-se para São José dos Campos (SP), em 2011, depois de ter competido representando o Distrito Federal, para fazer parte da equipe de atletas do Instituto Athlon.

 

Edson Cavalcante que conquistou medalha de Bronze, nos Jogos Paralímpicos Rio 2016, nos 100 metros rasos foi um, dos 253 convocados da Delegação Brasileira de Paradesportismo que irão disputar os Jogos Paralímpicos de Tóquio, de 24 de agosto a 15 de setembro deste ano. Podemos esperar momentos de muita emoção e mais superação desses guerreiros que não deixaram de treinar nesses meses de pandemia.

 

Paralímpiadas, o começo

A inclusão dos portadores de alguma deficiência física ou mental nos jogos olímpicos nasceu em 1948, quando Ludwig Guttman organizou uma competição esportiva que envolvia veteranos da Segunda Guerra Mundial com lesão na medula espinhal. O evento foi realizado em Stoke Mandeville, na Inglaterra. Quatro anos mais tarde, competidores da Holanda uniram-se aos jogos e assim nasceu um movimento internacional que fez com que jogos no estilo olímpico, para atletas deficientes, fossem organizados pela primeira vez em Roma, em 1960.

 

O primeiro esporte adaptado praticado no Brasil foi o basquete em cadeira de rodas. Enquanto realizavam tratamento médico nos Estados Unidos, brasileiros com deficiência conheceram a modalidade e a trouxeram para o país. Em 1958, foi fundado o Clube do Otimismo, no Rio de Janeiro, por iniciativa de Robson Sampaio de Almeida e pela ação do técnico Aldo Miccolis – dois pioneiros do Movimento no Brasil.

 

O Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) foi fundado no dia 9 de fevereiro de 1995, em sua primeira sede, em Niterói, no Rio de Janeiro. Seu primeiro presidente foi João Batista Carvalho e Silva, que se manteve à frente da entidade até 2001. Durante sua gestão, investiu esforços na ampliação visibilidade ao esporte paralímpico. Trabalhou em conjunto ao então Ministro Extraordinário do Esporte, Pelé, que acompanhou a delegação brasileira nos Jogos Paralímpicos de Atlanta 1996.

 

Centro de Treinamento Paralímpico Brasileiro

Somente em 2016, os paradesportistas brasileiros ganhariam o primeiro Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo. Uma construção diretamente relacionada ao Brasil sediar as primeiras competições olímpicas. A obra foi orçada em cerca de R$ 260 milhões, fez parte do Plano Brasil Medalhas, do Governo Federal, que investiu R$ 1 bilhão adicional ao orçamento do esporte brasileiro entre 2013 e 2016.

 

As conquistas brasileiras no Paradesportismo

 

Rio 2016: recorde de medalhas

A delegação verde e amarela contou com o maior número de atletas já enviados para Jogos, 278. Também atingiu o maior número de pódios da história da nação, ao conquistar 72 medalhas, sendo 14 ouros, 29 pratas e 29 bronzes.

Londres 2012

Em 2012, os 182 atletas da delegação do Comitê Paralímpico brasileiro trouxeram 43 medalhas, mas superaram as conquistas de ouro. Liderados pelo nadador Daniel Dias, o Brasil ficou com a sétima colocação no quadro geral com 21 medalhas de ouros, 14 pratas e oito bronzes.

Pequim 2008

Nesta edição, a Rússia e o Brasil terminaram pela primeira vez na história entre os dez primeiros no quadro de medalhas. O Brasil em 1° lugar com 47 medalhas: 16 Ouros, 14 Prata e 17 Bronzes. Em 2º lugar, Estados Unidos e 3º México!  

 

Reconhecimento ainda é modesto

Sem preconceitos ou discriminação, nas Olimpíadas de 2008 os atletas conquistaram 15 medalhas: 03 de Ouro, 04 de Prata e 08 de Bronze obtendo o 23º lugar.  Aqui não quero desmerecer os esforços de nenhum ou de outro, no entanto, sejamos realistas ainda somos um País, muito preconceituoso!

Quantos atletas portadores de deficiência são estrelas de propagandas nacionais?! E não vale citar a CEF que é patrocinadora oficial do Comitê Paraolímpico Brasileiro. Vou além - pensem rápido no nome de um paraatleta vencedor de uma das 47 medalhas das competições de Pequim! Conseguiu ao menos um, que não seja parente de algum conhecido seu?!

Já em 2012, o nadador Daniel Dias conseguiu conquistar a atenção da mídia nacional, internacional e principalmente dos brasileiros. Ele é detentor do recorde mundial nas provas de 100m e 200m livre, 100m costa e 200m medley e o recordista nos Jogos Parapan-americanos com oito medalhas de ouro. Nos Jogos Paralímpicos do Rio 2016 ele conseguiria novos recordes: nove medalhas (13 de ouro, sete de prata e três de bronze) e tornou-se o maior medalhista homem da natação em Paralímpiadas, com 24 medalhas no total. Suas performances renderam ainda três Prêmios Laurens – O Oscar do Esporte, na categoria Melhor Atleta Paraolímpico: 2008, 2012 e 2016.

 

 

 

Paralímpiadas de Tóquio

O Brasil será representado em 20 das 22 modalidades que compõem o programa dos Jogos de Tóquio. As ausências são basquete em cadeira de rodas e rúgbi em cadeira de rodas. A modalidade com o maior número de atletas será o atletismo com 64 representantes e 18 atletas-guia.

O nortista Edson Cavalcante Pinheiro, de 42 anos competirá nas provas dos 100 e 400 metros rasos, na Classe T38 – dos atletas que nasceram com paralisia cerebral.  Ele possui uma medalha de ouro, nos Jogos Parapan-americano 2019, no Peru nos 100 metros rasos e 4º no Mundial em Dubai, também nos 100 metros rasos e a medalha de bronze, nos Jogos Paralímpicos Rio 2016.

Nos últimos 20 meses de pandemia da Covid-19, Edson e os demais paradesportistas brasileiros não interromperam os treinos. Adaptações foram feitas para que a dura rotina diária de treinamentos não fosse quebrada, então a partir de 24 de agosto vamos prestigiar e torcer por todos eles!

 

Vamos lá depois da leitura deste artigo acessem o site do CPB – Comitê Paraolímpico Brasileiro e conheça mais sobre estes verdadeiros guerreiros: www.cpb.org.br e descubra quantos deles representam nosso País, seu Estado e sua cidade!

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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