Quinta-feira, 19 de junho de 2025 | Porto Velho (RO)

×
Gente de Opinião

Saúde

Portadores do vírus HIV contam como encaram a doença



Carolina Pimentel

Agência Brasil,
Brasília – Para marcar o Dia Mundial de Luta Contra a Aids, pessoas que vivem com o vírus HIV relataram à Agência Brasil suas experiências. Nas conversas, elas contam como encaram a doença, a relação com a família e os amigos e a questão do preconceito.

É o caso da estudante Nelma Borges, 17 anos, que vive com a doença desde que nasceu, transmitida pela mãe durante a gravidez. Ela diz que a aids não a assusta, mas que nem sempre foi assim. “Quando criança, era difícil. Para mim, a vida tinha acabado. A partir do momento em que aprendi a entender o que era, como era, comecei a ver a vida de forma mais tranquila”, disse a jovem, moradora do Distrito Federal (DF).

Nelma conta que lidou com o preconceito na escola e nas relações pessoais. “As pessoas que andavam comigo tinham bastante [preconceito]. Alguns namoradinhos também. Na escola, convivi com um colega que tinha. Quanto à família, não sofri nenhuma discriminação. Os amigos de verdade nunca deixaram de conviver comigo por conta disso”.

Assim como Nelma, CF*, 18 anos, também contraiu o vírus por transmissão vertical (de mãe para filho). Aos 13 anos, descobriu a doença. Por decisão da família adotiva, ele revelou sua sorologia positiva apenas a pessoas próximas. Morador também do Distrito Federal, CF admite que não enfrentou o preconceito, porém conhece quem já passou pela situação. “ Eu nunca sofri, mas sei de pessoas que tiveram de mudar de escola”, conta.

Sobre o futuro, disse que os projetos de vida continuam os mesmos e que a aids é apenas “ um detalhe a mais para ter cuidado”.

Aos 43 anos, o servidor público aposentado Edson dos Santos, de Santo André (SP), fala com tranquilidade sobre a doença com a qual convive desde 1997. A descoberta foi por acaso, quando fez exame para detectar uma tuberculose. “O médico ficou sem graça de me dar o resultado. Eu mesmo falei que nem era preciso pedir uma segunda amostra. Não tive a sensação de que iria morrer”, disse Edson, que contraiu a doença pelo sexo sem preservativo.

Como agente administrativo, Edson exerceu a função até 2006, quando foi obrigado a se aposentar devido à saúde debilitada - teve seis tuberculoses e ficou em coma cerebral. Atualmente, é ativista do Movimento de Prevenção à Tuberculose e da Rede Nacional de Pessoas Vivendo com HIV/Aids.

Para ele, o apoio familiar e dos amigos foi importante para lidar com a doença e impedir que fosse vítima de qualquer tipo de preconceito. “Quando falei para minha mãe que tinha aids, ela disse que eu não era o primeiro e nem o último. Nunca permiti que fizessem isso comigo [preconceito]. Temos que encarar e mostrar que estamos vivendo”, relata.

Na opinião do contador Júlio Rodrigues, 46 anos, os portadores do HIV não devem esconder o vírus da sociedade e dos parentes. Outra sugestão dada por ele é a busca de conhecimento sobre a doença, atitude que tomou há dez anos quando recebeu o diagnóstico. “Naquela época, eu não tinha informação nenhuma. Tive que procurar informações. Eu li bastante”, disse o coordenador da Associação Katiró, organização de apoio a portadores do vírus HIV em Manaus (AM).


 

Gente de OpiniãoQuinta-feira, 19 de junho de 2025 | Porto Velho (RO)

VOCÊ PODE GOSTAR

Governo de RO avança em operação de resgate do Barco Hospital Walter Bartolo no Rio Mamoré

Governo de RO avança em operação de resgate do Barco Hospital Walter Bartolo no Rio Mamoré

Segue a operação de resgate da Unidade de Saúde Social Fluvial Walter Bartolo, no Rio Mamoré, no município de Guajará-Mirim. O barco hospital, respo

ASSDACO comemora sucesso da campanha de prevenção contra o câncer em Costa Marques

ASSDACO comemora sucesso da campanha de prevenção contra o câncer em Costa Marques

No último final de semana, a equipe da Associação Assistencial à Saúde São Daniel Comboni (ASSDACO) esteve no município de Costa Marques para mais u

Governador Marcos Rocha melhora o acesso a saúde pública com o Projeto de Telemedicina que já supera 12 mil atendimentos

Governador Marcos Rocha melhora o acesso a saúde pública com o Projeto de Telemedicina que já supera 12 mil atendimentos

O governador Marcos Rocha tem reafirmado o compromisso de sua gestão com a ampliação do acesso à saúde de qualidade para todos os rondonienses. Uma

Ação da Semusa visa identificar e agilizar atendimento a pacientes que aguardam por procedimentos cirúrgicos

Ação da Semusa visa identificar e agilizar atendimento a pacientes que aguardam por procedimentos cirúrgicos

Prefeitura de Porto Velho, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Semusa), realizou, no sábado (14), uma grande ação de triagem na Praça CEU, loca

Gente de Opinião Quinta-feira, 19 de junho de 2025 | Porto Velho (RO)