Terça-feira, 16 de setembro de 2025 | Porto Velho (RO)

×
Gente de Opinião

Saúde

Pesquisa da Fiocruz-RO aponta sífilis como IST mais prevalente em quatro unidades prisionais de Rondônia


 
Relatório anual de um projeto realizado pela Fundação Oswaldo Cruz Rondônia (Fiocruz-RO), junto à população carcerária do Estado, aponta a sífilis como a Infecção Sexualmente Transmissível (IST) mais prevalente entre detentos em, pelo menos, quatro unidades prisionais e uma Organização Não Governamental (ONG), voltada para atendimento de egressos do sistema penitenciário. Com o apoio do Ministério Público de Rondônia, o estudo realizado em 2017 revela que, dos 846 reeducandos atendidos pela Fundação, 8,6% foram diagnosticados com sífilis.

O dado é apenas uma das conclusões extraídas do projeto intitulado ‘Prevalência de Hepatites Virais B, C e Delta, Sífilis e HIV na população privada de liberdade em sistema prisional fechado no Estado de Rondônia’, desenvolvido pela Fiocruz-RO, em parceria com o MP, Centro de Pesquisa em Medicina Tropical de Rondônia (Cepem); Agência de Vigilância em Saúde (Agevisa); Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) Secretaria de Estado da Justiça (Sejus) e Faculdade de Rondônia (Faro).

O Ministério Público de Rondônia atuou na iniciativa, como mediador junto ao Governo do Estado de Rondônia, visando articular a execução dos estudos. O apoio da Instituição também possibilitou que a Fiocruz obtivesse acesso aos dados referentes à população carcerária do Estado e às unidades prisionais.

Números

Os números do estudo revelam que, do total de apenados submetidos aos exames, 1,4% apresentou resultado positivo para Hepatite B; 0,8% para Hepatite C e 1,4% para HIV. Os trabalhos foram realizados na Casa de Detenção José Mário Alves, o Urso Branco; Unidade Penitenciária Aruana; Centro de Ressocialização Vale do Guaporé e Unidade Penitenciária Milton Soares de Carvalho (conhecido como 470), além da Associação Cultural e de Desenvolvimento Do Reeducando e Egresso (Acuda).

Após os diagnósticos, os pacientes foram encaminhados aos especialistas para iniciar acompanhamento clínico e laboratorial.

Dos 846 presos atendidos, 40,4% tinham entre 18 e 27 anos e 39,2% tinham entre 28 a 37 anos, representando uma população jovem. A etnia autodeclarada de modo mais recorrente foi a raça parda, com 59%, seguida de branco, 18%; e negro, 17,4%. Já o grau de escolaridade dos reeducandos foi considerado baixo. Segundo os estudos, 3,5% do público foi formado por analfabetos; 55,9% não concluíram o ensino fundamental e apenas 2,5% tiveram acesso ao ensino superior. Pelo menos 2% iniciaram uma graduação e 0,5% obtiveram diploma.

Objetivos

Iniciado em 2016, o projeto tem como objetivo aferir o índice das doenças junto à população carcerária. Conforme detalham os responsáveis pela pesquisa, o médico infectologista Juan Miguel Villalobos Salcedo e a virologista Deusilene Souza Vieira, infecções sexualmente transmissíveis são consideradas um grande problema de saúde pública no Brasil, tendo a região Norte e, mais especificamente, o Estado de Rondônia números expressivos em relação às doenças.

Apenas para se ter ideia do alarmante cenário local, dados apresentados pelo Ministério da Saúde (2017) dão conta de que a prevalência de HIV no Brasil é de 0,39%. Somente no ano de 2017, foram detectados 16371 casos novos, Rondônia, concentrou 0,8% (110/16.371) casos.

Os pesquisadores da Fiocruz justificam a importância do estudo que vêm sendo realizado não apenas pelo panorama já identificado no Estado, mas por considerar que a vulnerabilidade e a ausência de pesquisas direcionadas a pessoas em situação de encarceramento podem fazer desse público um foco de concentração e dispersão das doenças para a população em geral.

Assim, de acordo com os responsáveis pela pesquisa, os resultados obtidos poderão colaborar para um melhor entendimento sobre a situação das doenças na população privada de liberdade e servirão de base para analisar a eficácia de ações preventivas na sociedade em geral e dentro do sistema prisional, de modo a propor mudanças com relação à prevenção.

O projeto tem previsão de continuidade para 2018 e 2019.

Fonte: Ascom MPRO

Gente de OpiniãoTerça-feira, 16 de setembro de 2025 | Porto Velho (RO)

VOCÊ PODE GOSTAR

Governo de Rondônia oferece atendimento por telemedicina para pacientes do SUS em Porto Velho

Governo de Rondônia oferece atendimento por telemedicina para pacientes do SUS em Porto Velho

Com o compromisso de garantir acesso digno e moderno à saúde, o governo de Rondônia lançou o projeto Telemedicina na Policlínica Oswaldo Cruz (POC),

Hospital e Pronto-Socorro João Paulo II ultrapassa 23 mil atendimentos entre janeiro e agosto

Hospital e Pronto-Socorro João Paulo II ultrapassa 23 mil atendimentos entre janeiro e agosto

O Hospital Estadual e Pronto Socorro João Paulo II, referência no atendimento de urgência e emergência em Rondônia, prestou assistência a 23.635 pac

Fiscalização do TCE-RO em Porto Velho aponta avanços e falhas que afetam diretamente pacientes e profissionais de saúde

Fiscalização do TCE-RO em Porto Velho aponta avanços e falhas que afetam diretamente pacientes e profissionais de saúde

O que acontece dentro das unidades de saúde de Porto Velho afeta diretamente a vida de milhares de famílias. Por essa razão, o Tribunal de Contas do

Governo de Rondônia expande atendimento e capacita profissionais para tratar fissura labiopalatina

Governo de Rondônia expande atendimento e capacita profissionais para tratar fissura labiopalatina

Com o objetivo de descentralizar os serviços e garantir atendimento digno, o governo de Rondônia fortalece a saúde especializada no estado, com a re

Gente de Opinião Terça-feira, 16 de setembro de 2025 | Porto Velho (RO)