Segunda-feira, 29 de outubro de 2007 - 11h58
Pesquisa elaborada pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) em parceria com a Secretaria Nacional Antidrogas (Senad) revela que a idade de início de consumo de álcool diminuiu nos últimos anos. Jovens que têm hoje entre 18 e 25 anos de idade começaram a beber aos 15, enquanto adolescentes de 14 a 17 começaram aos 13,9 anos. O 1º Levantamento Nacional sobre os Padrões do Consumo de Álcool na População Brasileira foi realizado entre novembro de 2005 e abril de 2006 com dados representativos de 100% da população brasileira. "É uma adolescência bastante tenra.
Provavelmente isso é uma tendência que vem acontecendo há muito tempo, de geração em geração", explica a psicóloga Ilana Pinsky, uma das responsáveis pela pesquisa. De acordo com o estudo, dois terços dos adolescentes são abstinentes. Mas 16% do total - ou metade dos que consomem álcool - já beberam pelo menos quatro doses em uma mesma ocasião, considerado o padrão de consumo de mais alto risco.
Entre esses, 30% fizeram isso duas vezes por mês ou mais no último ano. Apesar de ser proibido vender bebidas alcoólicas para pessoas menores de 18 anos, há pouca fiscalização e são raros os bares que pedem documento de identidade para os jovens. A facilidade de comprar, o preço baixo (o Brasil está entre os países em que a cerveja é mais barata) e a grande tolerância social à bebida são fatores que contribuem para o início precoce do consumo de álcool.
Outros riscos A exposição a doenças sexualmente transmissíveis e a acidentes de carros são agravadas pelo consumo álcool. "Em grande quantidade o álcool desinibe, diminui a atenção e provoca a perda dos reflexos. O adolescente ainda não tem a compreensão perfeita da realidade, por isso está exposto a muito mais riscos que um adulto diante de uma intoxicação alcoólica", alerta a presidente da Associação Brasileira de Estudos de Álcool e Drogas (Abead), Analice Gigliotti.
Fonte: ANDI - Folha de S. Paulo (SP), Letícia de Castro.
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