Terça-feira, 18 de novembro de 2025 - 10h58

No mês da Consciência Negra, o
Instituto Yduqs e o IDOMED estão disponibilizando gratuitamente o curso de
letramento étnico-racial, como parte do programa Mediversidade. A formação é
voltada a estudantes, docentes, colaboradores e profissionais da saúde,
incluindo aqueles que atuam nas instituições de ensino e serviços de saúde de
Rondônia. Online e com 40 horas de carga horária, o conteúdo foi desenvolvido
pelo médico Fleury Johnson, especialista em Clínica Médica e fundador do
Instituto DIS (Diversidade e Inclusão na Saúde). Os quatro módulos abordam temas
como autoconhecimento, manifestação do racismo na prática clínica, estratégias
de enfrentamento e o papel de cada pessoa no processo de transformação
institucional.
“A construção de um ambiente
formativo mais justo e diverso é um compromisso institucional. O curso de
letramento étnico-racial amplia o alcance dessa pauta e contribui diretamente
para formar profissionais mais conscientes, empáticos e preparados”, afirma
Claudia Romano, presidente do Instituto Yduqs e vice-presidente do grupo
educacional Yduqs.
A iniciativa reforça o
compromisso do programa Mediversidade com uma formação médica mais inclusiva,
um debate especialmente relevante para o contexto rondoniense, onde parte
significativa da população enfrenta desigualdades históricas no acesso à saúde.
Pesquisas nacionais e internacionais apontam que mulheres negras sofrem mais
violência obstétrica, têm acesso mais restrito a cuidados especializados e
maior subestimação da dor, fatores que evidenciam a necessidade de formação
mais sensível e qualificada.
Programa Mediversidade - Lançado
em 2024 durante o Fórum de Diversidade do Instituto Yduqs, o Mediversidade é um
programa pioneiro no Brasil voltado a tornar o ensino da medicina mais diverso
e atento aos impactos dos vieses sociais. A iniciativa surgiu a partir do dado
de que apenas 4,5% das ilustrações em literatura médica representam peles
negras, o que indica lacunas no processo formativo.
“O Mediversidade é mais do que
uma iniciativa, é um movimento contínuo de transformação. Temos o dever de garantir
que nossos futuros médicos compreendam e respeitem a pluralidade da população
brasileira, especialmente no cuidado com as populações mais vulnerabilizadas”,
destaca Silvio Pessanha Neto, CEO do IDOMED.
Com três pilares centrais,
Ensinar, Incluir e Mobilizar, o programa reúne metas de curto, médio e longo
prazos. Entre elas estão a revisão da matriz curricular dos cursos de Medicina,
com 70% das unidades prevendo ajustes até 2026, a criação de um fundo para
pesquisas sobre diversidade, a ampliação de vagas afirmativas para docentes e a
reserva de 10% das bolsas sociais para estudantes negros, indígenas e pessoas
com deficiência.
Uma dessas bolsas contempla Joyce
da Silva, que compartilha como sua trajetória e identidade moldam seu propósito
na medicina. Sua história ecoa debates presentes em diferentes regiões do país,
incluindo Rondônia, onde jovens também enfrentam desafios para acessar e
permanecer no ensino superior.
"Eu sempre digo que a
Medicina me escolheu. Desde muito nova, o cuidado com o outro, a empatia e o
amor pelas pessoas fazem parte de quem eu sou. Escolhi (ou fui escolhida por)
uma profissão que me permite transformar esse amor em ação. A Medicina me dá a
chance de aliviar dores, acolher histórias e fazer diferença na vida de alguém.
Como mulher negra, entendo que minha presença na medicina já é, por si só, uma
forma de resistência e representatividade. Pretendo trabalhar a diversidade
racial ocupando espaços que, por muito tempo, não foram acessíveis a pessoas
como eu e abrindo caminhos para que outras também possam chegar. Quero mostrar
que é possível vencer, inspirar e cuidar, respeitando as histórias e realidades
de cada pessoa. A medicina precisa refletir a sociedade em toda a sua pluralidade,
e acredito que contribuir para isso é uma das minhas maiores missões",
destacou.
O programa também desenvolve
ações práticas, como a aquisição de manequins de simulação realística com tons
de pele diversos, a oferta de serviços assistenciais voltados a populações com
marcadores étnico-raciais e o incentivo à produção científica com foco em
equidade. Em abril de 2024, por exemplo, o Mediversidade passou a apoiar
pesquisas sobre diversidade nas 18 unidades de Medicina do IDOMED, incluindo
aquelas situadas na região Norte.
Para a professora e médica Amanda
Machado, do IDOMED, o avanço é fundamental: “O Mediversidade no curso de
medicina, que é majoritariamente branco e elitista, se faz necessário e urgente
como uma ação antirracista concreta. A formação médica deve se comprometer com
a Política Nacional de Saúde Integral da População Negra”, afirma.
O curso de letramento está
disponível gratuitamente para todos os públicos por meio da página oficial:
www.idomed.com.br/mediversidade.
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