Sábado, 6 de dezembro de 2025 | Porto Velho (RO)

×
Gente de Opinião

Saúde

Governo brasileiro ignora médicos formados na Bolívia


FLÁVIA FOREQUE
JOHANNA NUBLAT
Folha de São Paulo


"Santa Cruz de la Sierra é um pedacinho do Brasil", define Samara Coco do Amaral, 27, estudante de medicina na maior cidade da Bolívia.

Ela faz parte de um grupo em expansão no país vizinho: brasileiros que migram para fazer a graduação --e que, na grande maioria dos casos, sonham em voltar para o país.

Ministro diz querer 'quebrar tabu' sobre contratação de médicos estrangeiros
Brasil acumulou deficit de 54 mil médicos na última década, diz ministério

A estimativa é de que 20 mil brasileiros estudem medicina na Bolívia atualmente, metade deles na cidade. Mesmo expressivo, esse grupo não está entre os prioritários na proposta do governo federal para "importar" médicos com diploma estrangeiro.

Editoria de Arte/Folhapress
Gente de Opinião

O foco dessa iniciativa são profissionais de Portugal, Espanha e Cuba.

"No programa que estamos construindo, está afastada a possibilidade de trazer médicos formados em países com menos médicos do que o Brasil [em proporção ao tamanho da população]", disse à Folha o ministro Alexandre Padilha (Saúde). Entre eles, está justamente a Bolívia.

O fato é que a comunidade médica se mostra reticente em relação à qualidade dos cursos bolivianos. Entre os argumentos apontados estão poucas aulas práticas, a não exigência de processo de seleção ou de proficiência em espanhol para cursar as aulas e denúncias de compra de notas e venda de diplomas.

Cônsul-geral do Brasil em Santa Cruz de la Sierra, o diplomata Colbert Soares reconhece que há "indicadores um pouco preocupantes" da rotina dos cursos, mas afirma que há expectativa dos brasileiros sobre a nova política.

RETORNO

Em geral, os brasileiros que decidem fazer o curso na Bolívia buscam, durante a graduação, transferir a matrícula para o Brasil. Quando não conseguem, tentam a revalidação do diploma.

Estudante do quinto semestre de medicina da Udabol, Samara afirma que ainda não sabe se retornará ao Brasil, mas elogia a iniciativa do governo. "O curso de medicina é bom. Professor ruim tem em qualquer lugar, tudo depende do aluno."

Natural de Rondônia, ela diz que um dos motivos que a levou à Bolívia foi o baixo custo da mensalidade: US$ 130.

Gente de OpiniãoSábado, 6 de dezembro de 2025 | Porto Velho (RO)

VOCÊ PODE GOSTAR

Pró-Amazônia Malária: reuniões com associações de produtores reforçam 1ª fase do projeto

Pró-Amazônia Malária: reuniões com associações de produtores reforçam 1ª fase do projeto

Encontros com lideranças comunitárias da Bacia Leiteira, em Porto Velho – RO, detalham o estudo e ampliam o cadastramento de domicílios e entrevistas

O povo quer saber: o mutirão de cirurgias vai continuar, governador?

O povo quer saber: o mutirão de cirurgias vai continuar, governador?

Na quarta-feira, dia 3, assisti uma entrevista do CEO da empresa que foi contrata pelo governo para proceder o mutirão de cirurgias do SUS.  Na oportu

Transplante de pele é realizado em paciente com queimaduras graves no Hospital de Base Dr. Ary Pinheiro

Transplante de pele é realizado em paciente com queimaduras graves no Hospital de Base Dr. Ary Pinheiro

O governo de Rondônia realizou, na segunda-feira (1º), pela quarta vez, no Hospital de Base Dr. Ary Pinheiro, em Porto Velho, um transplante de pele

Do emagrecimento ao risco à saúde: a polêmica das ‘canetas emagrecedoras’

Do emagrecimento ao risco à saúde: a polêmica das ‘canetas emagrecedoras’

s canetas emagrecedoras, como ficaram popularmente conhecidos os medicamentos injetáveis originalmente desenvolvidos para o tratamento do diabetes,

Gente de Opinião Sábado, 6 de dezembro de 2025 | Porto Velho (RO)