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Saúde

Governo brasileiro ignora médicos formados na Bolívia


FLÁVIA FOREQUE
JOHANNA NUBLAT
Folha de São Paulo


"Santa Cruz de la Sierra é um pedacinho do Brasil", define Samara Coco do Amaral, 27, estudante de medicina na maior cidade da Bolívia.

Ela faz parte de um grupo em expansão no país vizinho: brasileiros que migram para fazer a graduação --e que, na grande maioria dos casos, sonham em voltar para o país.

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A estimativa é de que 20 mil brasileiros estudem medicina na Bolívia atualmente, metade deles na cidade. Mesmo expressivo, esse grupo não está entre os prioritários na proposta do governo federal para "importar" médicos com diploma estrangeiro.

Editoria de Arte/Folhapress
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O foco dessa iniciativa são profissionais de Portugal, Espanha e Cuba.

"No programa que estamos construindo, está afastada a possibilidade de trazer médicos formados em países com menos médicos do que o Brasil [em proporção ao tamanho da população]", disse à Folha o ministro Alexandre Padilha (Saúde). Entre eles, está justamente a Bolívia.

O fato é que a comunidade médica se mostra reticente em relação à qualidade dos cursos bolivianos. Entre os argumentos apontados estão poucas aulas práticas, a não exigência de processo de seleção ou de proficiência em espanhol para cursar as aulas e denúncias de compra de notas e venda de diplomas.

Cônsul-geral do Brasil em Santa Cruz de la Sierra, o diplomata Colbert Soares reconhece que há "indicadores um pouco preocupantes" da rotina dos cursos, mas afirma que há expectativa dos brasileiros sobre a nova política.

RETORNO

Em geral, os brasileiros que decidem fazer o curso na Bolívia buscam, durante a graduação, transferir a matrícula para o Brasil. Quando não conseguem, tentam a revalidação do diploma.

Estudante do quinto semestre de medicina da Udabol, Samara afirma que ainda não sabe se retornará ao Brasil, mas elogia a iniciativa do governo. "O curso de medicina é bom. Professor ruim tem em qualquer lugar, tudo depende do aluno."

Natural de Rondônia, ela diz que um dos motivos que a levou à Bolívia foi o baixo custo da mensalidade: US$ 130.

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