Sexta-feira, 18 de março de 2011 - 21h01
Alexandre Bortoletto*
Entre o sucesso do filme "O Discurso do Rei", filme ganhador do Oscar, e o participante Diogo do Big Brother Brasil, a gagueira está se tornando um assunto presente nas conversas do dia a dia. O problema é bastante comum; são cerca de 1,6 milhão de indivíduos com essa dificuldade para falar, segundo a Associação Brasileira de Gagueira (Abragagueira). Ma s nem por isso pode ser tratado apenas como um probleminha simples.
A fala pode ser afetada por distúrbios neurológicos, mas há quem tropece nas palavras sem motivo aparente. É possível encontrar crianças, adultos e idosos que manifestam o distúrbio. Há gagos ricos, pobres, com mais ou menos formação acadêmica. Mesmo quem é especialista em determinado assunto pode gaguejar na hora de apresentá-lo a outras pessoas. Isso porque a gagueira pode ser desenvolvida por razões psicológicas, como falta de autoconfiança e autoestima. O estresse pode causar episódios de gagueira, que, por sua vez, geram insegurança e mais estresse.
Uma explicação possível para que esse problema na fala seria a v elocidade do processamento cerebral. Quando pensamos criamos imagens, sons e sensações internas, que chamamos de sistemas representacionais. Assim, a disfemia pode ocorrer pelo rápido fluxo de informações e pensamentos, onde a velocidade da emissão das informações pensadas não é acompanhada pela boca, ocasionando o atropelamento de palavras e expressões.
Somos seres sociais, e os prejuízos dessa situação podem se estender para as relações interpessoais e também as relações intrapessoais, ou seja, nossa própria relação. Perdemos a autoconfiança e a autoestima, o que pode levar a outras psicopatologias e ao isolamento social.
No filme "O Discurso do Rei", o monarca George VI, interpretado por Colin Firth, recorre a muitos especialistas a fim de tornar seu discurso mais eficaz, e um chega a recomendar o fumo para relaxar as cordas vocais. A cena divertida não é muito diferente do que acontece às vezes na vida real. Existem pseudoespecialistas em todas as áreas, soluções mágicas também.
Na minha opinião, o que traz melhor resultado são as reprogramações cognitivas, que podem ser feitas tanto pelos métodos da Programação Neurolinguística (PNL) ou pela Hipnose Ericksoniana. Como todos temos um diálogo interno - uma voz em nossos pensamentos que nos acompanha todos os dias em todos os momentos -, um caminho é diminuir a velocidade desta voz e mudar sua tonalidade, o que imediatamente promove uma afinação nas expressões verbais. A pessoa fala mais lentamente e, por consequência, a gagueira deixa de acontecer.
O preconceito e a ideologia da fala perfeita sempre existirão, porém, quando isso é divulgado pela mídia, essas representações podem mudar, fazendo com que o respeito seja considerado a premissa para relações interpessoais mais adequadas. O filme e o programa de TV, ao trazerem o assunto à tona, nos fazem entender quem é “diferente” e fazem com que passemos a ser co-participantes no processo de cura.
* Alexandre Bortoletto é instrutor da SBPNL – Sociedade Brasileira de Programação Neurolinguística
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