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Fiscalização do TCE-RO em hospitais estaduais aponta falhas graves na estrutura, pessoal e insumos


Fiscalização do TCE-RO em hospitais estaduais aponta falhas graves na estrutura, pessoal e insumos - Gente de Opinião

As Fiscalizações Permanentes na Saúde realizadas pelo Tribunal de Contas do Estado de Rondônia tiveram como foco, neste domingo (13/7), hospitais públicos gerenciados pelo Governo do Estado.

As equipes de auditoria do TCE-RO vistoriaram o Pronto-Socorro João Paulo II, o Hospital de Base Ary Pinheiro, o Hospital Infantil Cosme e Damião e o Cemetron, referência em doenças infectocontagiosas.

Na ação, foram entrevistados profissionais de saúde, assim como evidências coletadas (registros fotográficos, análise de documentos), a fim de apontar as falhas detectadas na fiscalização, especialmente quanto à estrutura, recursos humanos, equipamentos, insumos e medicamentos.

Os gestores estaduais já foram notificados neste mesmo domingo sobre os principais problemas verificados pelo Tribunal de Contas.

O trabalho busca aprimorar o atendimento à população e melhorar as condições de trabalho dos profissionais de saúde.

JOÃO PAULO II: SUPERLOTAÇÃO E APARELHO DE RAIO-X PARADO

No João Paulo II, a fiscalização do Tribunal de Contas revelou deficiências, como o aparelho de raio-X, que continua parado. Na sexta-feira (7/11), a equipe do TCE já havia notificado a gestão do hospital a respeito do equipamento, fundamental para o trabalho realizado na unidade.

Também apresentam defeitos em equipamentos como ventiladores mecânicos e tomógrafos

Foi constatada superlotação, com uso de corredores como área de internação. Problemas ainda quanto à infraestrutura, que está deteriorada, com infiltrações, banheiros em estado crítico e móveis improvisados.

Outro problema é a limpeza: são usados panos coletivos para higienização das mãos e faltam insumos de higiene.

PROBLEMAS NO HOSPITAL INFANTIL COSME E DAMIÃO

No Hospital Infantil Cosme e Damião, o TCE prevê ausências de servidores em plantão, equipamentos essenciais parados por falta de manutenção e falhas graves de infraestrutura.

O problema dos aparelhos de ar condicionado – já apontado nas fiscalizações anteriores e reiterado à Secretaria de Estado da Saúde – permanece sem solução. Outro problema é a superlotação.

Como ponto positivo, a limpeza geral da unidade e o envolvimento das equipes de enfermagem e manutenção.

QUANTITATIVO INSUFICIENTE DE PROFISSIONAIS PARA ATENDIMENTO NO HB

A inspeção realizada no Hospital de Base Ary Pinheiro constatou quantitativo insuficiente de profissionais para atender a população.

No Centro de Obstetrícia, por exemplo, o sistema de classificação de risco de pacientes não funcionava devido à carência de pessoal, resultando em pacientes, inclusive em trabalho de parto, aguardando nossos corredores. A UTI Neonatal também opera com equipe reduzida.

Há, ainda, problemas estruturais como vazamentos, ausência de sala de recuperação pós-anestésica e instalações sanitárias internas. Faltam insumos básicos e medicamentos, como seringas, luvas, e até olhar e prescrição.

NO CEMETRON, QUEDA DE ENERGIA FREQUENTE

No Hospital Cemetron, há apenas um aparelho de gasometria para uso, e o equipamento de bioquímica apresenta falhas constantes. Há equipamentos que ficam em corredores e áreas externas, expostos à ação do tempo.

Outro problema: perguntas frequentes de energia elétrica na unidade. Há déficit de reagentes laboratoriais e ausência de sala para raio-X.

O abrigo de resíduos é usado como depósito de materiais, e os resíduos comuns ficam expostos ao céu aberto.

GESTÃO ESTADUAL DEVE ADOTAR MEDIDAS IMEDIATAS

As fiscalizações reforçam a necessidade de medidas urgentes por parte da gestão estadual para garantir a segurança assistencial, o cumprimento dos protocolos de atendimento à população e a integridade da infraestrutura hospitalar.

Os resultados das vistorias subsidiarão os encaminhamentos do Tribunal de Contas, dentro de sua missão institucional de controle e indução à melhoria das políticas públicas.

POPULAÇÃO E PROFISSIONAIS DE SAÚDE ELOGIAM FISCALIZAÇÕES

De uma forma geral, os pacientes e os profissionais de saúde destacaram os benefícios trazidos pelas fiscalizações, realizadas de modo permanente, pelo Tribunal de Contas.

"O trabalho tem de existir, é importante e traz benefícios. O problema é que as demandas são muito grandes", ressaltou a enfermeira Íris Regina.

Já o auxiliar de serviços diversos Arivaldo Teixeira citou o maior beneficiado pela ação do TCE. “É um trabalho bom para a sociedade”.

A técnica de enfermagem Janaina Rodrigues estava com o pai sendo atendida no Pronto-Socorro João Paulo II e reclamou da estrutura. "Por isso é importante o TCE vir. É onde está a esperança para todos", disse.

Ao ver a mãe ser atendida com rapidez no hospital, o motorista Lucivaldo da Costa elogiou as fiscalizações. “A gente fica feliz de ver o TCE fazendo a fiscalização”.

TCE-RO FAZ A DIFERENÇA NA VIDA DO CIDADÃO

Os servidores do TCE que atuam nas fiscalizações são importantes e efetivos na ação realizada atualmente. “Ao final, fazemos o relatório e podemos cobrar melhorias da administração pública”, afirmou o servidor Leonardo Costa.

O servidora Santa Spagnol, que coordenou as ações deste domingo, destaca o objetivo do Tribunal, ao deflagrar essas Fiscalizações na Saúde.

“Contribuir com a melhoria do atendimento à população e das condições de trabalho dos profissionais de saúde”, completou. 

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