Segunda-feira, 8 de outubro de 2012 - 10h18
A saúde pública em Cacoal está precária, falta tudo, inclusive medicamentos. Está é a impressão que os conselheiros do Conselho Regional de Medicina de Rondônia trazem da inspeção que fizeram, há duas semanas, nas unidades de saúde pública e particulares do município, constatando o que já se tem conhecimento em nível estadual: não há planejamento sequer para a compra de medicamentos indispensáveis aos hospitais.
A constatação é do diretor-tesoureiro do Conselho Federal de Medicina, José Hiran Gallo, que integrou a equipe que se deslocou a Cacoal, nos dias 28 e 29 de setembro, para inspecionar os hospitais e ouvir a classe médica da região. Além de constatar a falta de condições de trabalho e de pessoal para atender a população de acordo com o que preconiza a Organização Mundial de Saúde, os conselheiros do CRM e do CFM constataram que falta medicamentos básicos, que por lei não poderia faltar sobre nenhuma hipótese.
O mais grave, segundo Hiran Gallo, é que os conselheiros ficaram sabendo que recentemente a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) encaminhou ao município um lote de medicamentos. O problema, aponta Hiran Gallo, é que a maioria dos medicamentos está vencida ou muito próxima da data de vencimento. “Isso é bandalheira. É desmando, é abuso com o dinheiro público, já que muita gente precisa de medicamento e tem de se virar para comprar, enquanto o Estado se dá ao luxo de jogar remédio no lixo porque está com a data de validade vencida. Não é possível numa unidade de saúde não ter pelo menos dipirona, como constatamos em Cacoal”, desabafa o experiente médico, cobrando do governador do Confúcio Moura, que é médico, uma postura mais condizente para quem é do ramo da saúde.
Ao inspecionar a unidade mista de saúde, hospital sob administração do município, a equipe de fiscalização do Cremero e do CFM se deparou com três crianças com idade entre 7 e 11 anos de idade, internadas com múltiplas fraturas, mas sem poder passar por nenhum procedimento cirúrgico, porque não havia material nem médico. Preocupado com a situação, Hiran Gallo disse que na hora ligou para o secretário de Estado da Saúde, Gilvan Ramos, e se dirigiu ao Hospital Regional, que é administrado pelo Estado e, pasmo, constatou que havia cirurgião e anestesiologista, mas não havia os materiais necessários. ”Liguei para o secretário insistentemente, até para lembrá-lo que essas crianças são amparadas pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, que as prioriza”, disse.
“O que podemos deduzir, com isso, é que não está havendo um planejamento para gerir a Saúde com início meio e fim da gestão. Saúde pública que vive de mutirão é capenga, é porque não tem um plano de ação e isso é lamentável, sobretudo na gestão de um governador médico”, critica Gallo.
Em Cacoal, o município é responsável pelo funcionamento da Unidade Mista de Saúde e o Estado se responsabiliza pelo funcionamento do Hospital Regional, que demorou quase trinta anos para ser concluído e, ainda assim, não funciona plenamente, quando, se estivesse sob uma administração competente, poderia estar atendendo em várias especialidades de média e alta complexidade os pacientes da região e evitar a superlotação dos hospitais João Paulo II e de Base, em Porto Velho.
Fonte: Cremero
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