Terça-feira, 25 de novembro de 2025 - 12h58

EXPLOSÃO
O problema agrário de Rondônia evolui como um barril de pólvora
esquecido ao lado de um de uma solda elétrica: autoridades omissas, decisões
judiciais conflitantes e uma desordem institucional que beira o surrealismo
latino. O episódio do fim de semana em Machadinho expõe o caos das
contradições. Todos gritam, ninguém tem razão, e parece que alguns aguardam,
com perturbadora naturalidade, que corpos apareçam para então descobrir a arte
da mediação. A violência avança enquanto o bom senso, coitado, pede asilo
político.
ACUADOS
Cumprir ordem judicial é tão natural quanto respirar; o que não é
natural — nem aceitável — é transformar isso em espetáculo de truculência. O
que ocorreu em Machadinho revela o abuso das forças estaduais ao confinar
indevidamente pessoas que se reuniam com órgãos federais. Acuados, reagiram. E,
francamente, quem não reagiria? Autoridade não é sinônimo de autoritarismo,
embora alguns agentes insistam em confundir o crachá com uma licença para
constranger cidadãos.
TEMPERANÇA
É pedir demais que a lei seja aplicada com inteligência, sobretudo
em conflitos fundiários? Não se reivindica que magistrados se abstenham, mas
que exerçam suas atribuições com a prudência que o cargo exige. Uma decisão
precipitada pode deflagrar crises sérias, colocando em risco idosos, crianças e
até autoridades. Antes de se firmar uma medida de impacto severo, é
indispensável ponderar suas consequências sociais — algo muito mais sério do
que acionar uma engrenagem institucional sem verificar se ela não esmagará
inocentes no percurso. Refletir antes de impor força não deveria ser um luxo;
deveria ser a regra básica de qualquer Estado civilizado.
LIMITES
O Judiciário, como qualquer Poder, não está blindado a crítica —
nem deveria. Já passou a temporada em que se tinha medo do bicho-papão togado.
Hoje há regras, há controle social, e há um nível mínimo de razoabilidade
esperado de quem aplica a lei. Quando o bom senso some, o excesso aparece. E
excesso, em qualquer Poder, é sempre reprovável.
CRIMINOSOS
Insiste-se, em certas castas da autoridade, em tratar movimentos
sociais como braços armados da marginalidade. Erro monumental, preconceituoso e
digno de quem faltou às aulas de Direito Constituicional. Direitos fundamentais
não são brindes de fim de ano para grupos privilegiados — pertencem a todos. O
excesso visto em Machadinho é retrato de uma sociedade esquizofrênica, que
marginaliza quem luta por direitos enquanto dá afagos a engravatados. No
Brasil, a regra é a mesma há décadas: quem paga o pato é sempre o lado fraco. O
pato, aliás, já deveria ter um plano de saúde exclusivo.
GOVERNADOR
Falando em Poder, o presidente do Tribunal de Justiça,
desembargador Raduan Miguel, assumiu ontem, em solenidade pública,
as funções de governador de Rondônia, em razão da ausência simultânea do
governador, do vice e do presidente da Assembleia. Diferentemente de
substituições protocolares que geram estranheza, a presença de Raduan no
comando do Executivo inspira confiança.
SERENO
Sua trajetória sólida, discreta e vitoriosa na magistratura o
credencia a transitar com autoridade entre os Poderes. É o terceiro presidente
do TJ a ocupar cumulativamente o Executivo e o Judiciário — e, sem dúvida, um
dos mais preparados para fazê-lo com equilíbrio, serenidade e respeito à
institucionalidade. Em tempos turbulentos, é quase um alívio.
REUNIÃO
Por mais de duas horas, Marcos Rocha, Cassio Góis, Adailton Fúria
e Expedito Júnior dialogaram sobre composições para 2026. O ambiente foi
cortês, com tapinhas nas costas e cordialidade — a mesma cordialidade que
antecede, em política, os grandes confrontos.
CONVITE
Rocha recebeu convite oficial para ingressar no PSD e compor a
chapa majoritária ao Senado, ao lado de Fúria para governador. Agradeceu,
sorriu e pediu tempo. Na política, pedir tempo é uma arte refinada: dá-se a
entender que se gostou, mas que é preciso consultar a bússola dos ventos
eleitorais. Uma união entre eles, assusta qualquer adversário.
REUNIÃO (DE NOVO)
À tarde, Júnior, Fúria, Góis, um empresário da comunicação e o
prefeito Léo Moraes também se reuniram para analisar o cenário. Nada foi
fechado. Reuniões políticas, como sempre, servem mais para medir egos do que
para firmar compromissos. Mas revelam: 2026 caminha para ser uma disputa das
mais acirradas.
ALTERNATIVA
Há quem avalie (incluindo este cabeça chata) que polarizar com
tanta antecedência é um convite para o surgimento de uma terceira via robusta.
Sete meses, politicamente, são uma eternidade — tempo suficiente para
transformar desconhecidos em protagonistas.
AZARÃO
Nas eras digitais, ninguém precisa de décadas para se tornar
favorito. Basta cair no gosto do algoritmo. Em Rondônia isso virou quase um
ritual: o azarão do início vira o queridinho das urnas. As velhas raposas que
tratem de apertar os cintos. Ou colocar as barbas de molho.
ABANDONADO
O vice-governador Sérgio Gonçalves parece completamente órfão no
tabuleiro. O périplo midiático não rendeu, e os partidos de peso continuam
indiferentes a sua pré-campanha insossa. A retórica é fraca, a experiência
administrativa não empolga e a antiga crença de que “bom gestor privado é bom
gestor público” morre no primeiro parecer jurídico sério. Gonçalves é um bom
sujeito — e um péssimo político. Uma combinação que comove, mas não elege.
FÚRIA
No podcast Resenha Política, Fúria falou por quarenta minutos
sobre suas propostas para 2026, destacando saúde e desenvolvimento agrícola.
Relembrou sua juventude vendendo cupuaçu pelas ruas da capital — narrativa que
ajuda a aproximá-lo do eleitor comum. Respondeu até às perguntas mais ácidas,
especialidade da casa.
EXEMPLOS
Citou João Campos e Ratinho Jr. como exemplos de gestores jovens
que modernizam a administração pública. A entrevista vai ao ar na quinta. Para
quem gosta de política com tempero forte, vale assistir.
FAKE
A vereadora Sofia Andrade decidiu brincar com fake news contra o
ministro Flávio Dino, acusando-o de julgar causa própria no STF — uma mentira
já desmontada por inúmeras reportagens. O STF monitora esse tipo de difamação
com rigor, e Dino, que já processou alguém até por motivo culinário, certamente
não deixará passar uma calúnia desse tamanho.
Terça-feira, 25 de novembro de 2025 | Porto Velho (RO)
Robson olveira entrevista o professor Vinicius Assis, sobre inteligência digital na advocacia
Veja a entrevista:

Robson Olveira entrevista o Dr. Santana, vereador de Porto Velho, que fala de seu mandato
Veja a entrevista:

Robson Oliveira entrevista o Dr. Nestor Angelo, especialista em Clínica Médica e doenças mentais
Veja a entrtevista com o Dr. Nestor Angelo:

O tabuleiro político de Rondônia ferve sob o calor da indecisão de Marcos Rocha
HESITAÇÃOO tabuleiro político de Rondônia ferve sob o calor da indecisão, e o que parecia ser uma mera conjectura transformou-se no principal motor
Terça-feira, 25 de novembro de 2025 | Porto Velho (RO)