Quarta-feira, 30 de abril de 2025 - 14h04
FEDERAÇÃO
A junção entre os partidos PP e União
Brasil numa federação significa não apenas a maior bancada no Congresso
Nacional e a maior união entre legendas numa eleição nacional, mas
essencialmente representa a maior destinação dos recursos que irrigam o fundo partidário.
Provavelmente esta federação ficará com mais de um bilhão de recursos públicos
para que sejam destinados aos candidatos filados aos partidos federados. Uma
união que tende a desequilibrar a disputa eleitoral privilegiando a eleição de
deputados federais, estaduais, senadores e governadores deste espectro.
REFLEXOS
Tanto PP quanto União Brasil estão
próximos em Rondônia desde que se uniram no segundo turno das eleições
estaduais na reeleição de Marcos Rocha. Embora próximos, esse alinhamento ainda
vai provocar dissidências em razão do congestionamento de candidatos aos cargos
majoritários. Silvia Cristina, Fernando Máximo, Marcos Rocha e Sérgio Gonçalves
estão se habilitando às vagas para Senado e Governo, e isso cria uma confusão
pela direção da federação e nas escolhas dos candidatos.
DISSIDÊNCIAS
São reflexos que tendem a forçar a
migração de políticos para outras legendas e o PL e Republicanos aguardam a
finalização dessa federação para acolher os dissidentes. Lembrando que
atualmente o grupo do governador Marcos Rocha não comanda a direção estadual do
União Brasil e para garantir a vaga senatorial precisa indubitavelmente colocar
na executiva da federação seus aliados senão será rifado da chapa. Além
deste problema, é obrigado a renunciar em abril do ano que vem para disputar o
Senado, perdendo também a estrutura governamental que tanto contribuiu na
última eleição. As dissidências são inevitáveis.
ESQUIVA
Ao desembarcar ontem em Brasília para o
ato da federação, Marcos Rocha tentou uma audiência reservada com Antônio
Rueda, presidente nacional do União Brasil, para tratar da executiva estadual
da nova federação, mas os esforços foram inúteis porque Rueda deu um drible em
Rocha e somente o encontrou na hora do evento, inviabilizando uma conversa reservada.
Rocha retorna a Rondônia de mãos vazias e sem a garantia da vaga senatorial.
ANUÊNCIA
Uma fonte revelou à coluna que o
principal interlocutor de Antônio Rueda em Rondônia é o deputado federal
Maurício Carvalho, que anda afastado do governador e é quem chancela a
permanência de Júnior Gonçalves na presidência do União Brasil. Sem a
concordância do deputado, o governador fica em minoria na condução da federação
e, portanto, será obrigado a negociar espaços no governo para que Maurício
acomode os aliados que perderam os mimos na prefeitura da capital com a derrota
da irmã, Mariana Carvalho.
ISOLADO
Segundo apurado por este cabeça chata,
para que Marcos Rocha resolva os impasses partidários terá que ceder o Detran,
Seduc e Saúde aos atuais dirigente do União Brasil, para que estes espaços
sejam ocupados por pessoas da confiança do deputado federal. Rocha tem
resistido, entretanto, para garantir uma vaga senatorial vai ter que ceder.
Ainda assim, dependendo do que ocorra em 2026, quando renunciar ao governo, é
uma garantia precária porque os políticos vivem do presente para garantir o
futuro e não das relações passadas.
PATO
São os riscos para quem em sete anos
desprezou os partidos e desdenhou dos grupos políticos ao optar pelo
isolamento. E na medida que o tempo passa, o poder do governador começa a
perder a força e a esvair o principal atrativo que é o ativo que atiça a cobiça
dos políticos. Marcos Rocha está correndo um risco enorme de virar um pato
manco antes da virada do ano eleitoral. Embora tenha reforçado a assessoria
política com a indicação de Elias Rezende para a Casa Civil.
ABANDONADO
Nos últimos quatro anos Marcos Rocha
virou uma espécie de “garoto propaganda” do nosso pescado mundo afora. Viajou
quase todos os continentes, exceto África, levando na bagagem nosso tambaqui
para justificar aos órgãos de controle o interesse público. Não informou até o
momento qual foi o retorno concreto para nossas exportações nessas viagens.
Agora é abandonado pelo seu principal aliado, Jair Bolsonaro, que ontem
(terça-feira), apareceu nas redes sociais indicando um obscuro pecuarista
rondoniense chamado Bruno Scheid e o deputado federal Fernando Máximo para as
duas vagas ao Senado. Ao que parece os rios não estão para os peixes de Marcos
Rocha, visto que Bolsonaro o ignorou.
TRUNFO
Jair Bolsonaro sempre foi o trunfo de
Marcos Rocha para que escalasse o Governo de Rondônia nas duas oportunidades em
que saiu vitorioso nas campanhas. Sem o apoio do capitão em 2026 e a incerteza
com a ascensão de Sérgio Gonçalves, não será surpresa a desistência de Marcos
Rocha da candidatura ao Senado para quem analisa com isenção a política
rondoniense. Se desistir, o governo acaba antes de terminar. Caso renuncie e
encare uma candidatura, estará só sem os afagos que costuma receber por onde
passa. Em ambas as situações, Marcos Rocha caminhará em passos mancos,
solitário e sem trunfo.
CABEÇA
Membros da velha guarda do MDB querem a
renúncia imediata do deputado federal Lúcio Mosquini da presidência do partido,
em razão das seguidas declarações do parlamentar anunciando que pretende deixar
o partido e buscar um outro mais à direita. O parlamentar faz ouvidos de
mercador aos apelos, embora o certo é largar o osso. A insistência de Mosquini
em ficar com o partido sob os sovacos exala um odor nada confortável aos
emedebistas porque impede a legenda de crescer e buscar ares mais arejados em
sua condução. Para desalojar o deputado da direção do MDB os velhinhos do
partido vão ter que suar a camisa.
ARMADILHA
Hildon Chaves, dono de um capital
político razoável na capital, ainda não percebeu que a possibilidade de uma
candidatura ao Senado ou ao Governo está cada vez mais ficando distante depois
que o Podemos e PSDB acenaram com uma Federação. Esta união fecha qualquer
espaço aos planos do ex-prefeito da capital em disputar um cargo majoritário. A
situação se complicou com a Federação do União Brasil e PP, onde os
pretendentes aos mesmos cargos congestionaram com a junção. O PL está com chapa
pronta, o PSD idem e o Republicanos não vai ceder espaço a Hildon Chaves.
CONSOLAÇÃO
Quando perceber que o cerco está se
fechando, exceto caso mude de planos e opte por uma candidatura a deputado
federal como consolação, verá que é tarde mudar de partido. Ainda assim, Hildon
enfrentará resistências internas, inclusive do PSD onde em tese possui mais
espaço.
SAÚDE
O nosso podcast Resenha Política
veicula nesta quinta-feira a entrevista com o Secretário de Estado da Saúde,
Coronel Jeferson. Durante quarenta minutos o secretário explica os motivos
pelos quais o governo pretende privatizar a saúde estadual e revela as razões
que impediram a construção e a compra de um novo Pronto Socorro em Porto Velho.
CAÓTICO
O coronel reconhece a situação caótica
da saúde e culpa a reação dos médicos por tentar impedir a solução ampliando a
terceirização que, segundo ele, não significa privatização, embora a realidade
dos fatos indique o contrário. Segundo o secretário, o projeto para
entregar a saúde estadual à iniciativa privada está bem elaborado.
CONTRADITÓRIO
Na próxima terça-feira, no mesmo
Podcast Resenha Política, entrevistaremos o presidente do Sindicato dos Médicos
de Rondônia, Luís Eduardo Maiorquim, crítico audaz do projeto da terceirização
da saúde e alvo dos governistas por ser ele o ex-secretário adjunto do governo
passado que não resolveu os gargalos da saúde e hoje critica quem se propõe a
fazê-lo.
CRÍTICA
Embora as críticas feitas a Maiorquim
possam ser justas, uma vez que teve a oportunidade de construir um hospital e
não o fez, são injustas porque hoje ele é responsável em defender os médicos
que em quase sua totalidade são contra o modelo que o governo quer adotar. E
Maiorquim, neste imbróglio, tem que defender sua categoria. Para isso foi
legalmente eleito e tem legitimidade para se opor ao projeto, independentemente
dos seus antecedentes.
IRRESPONSABILIDADE
Uma das críticas que o Sindicato dos
Médicos faz ao projeto de privatização é que foi concebido num final de semana
sem a participação dos especialistas em cada área. Segundo a coluna apurou sob
o anonimato, a concepção e finalização desse projeto ficou a cargo de uma
burocrática conhecida na secretaria mais pelos seus arroubos grosseiros do que
pela competência. O que explica a quantidade de erros nas planilhas e na
relocação de especialistas para o João Paulo II. Uma irresponsabilidade que não
garante a melhoria dos serviços prestados, uma vez que as instalações
continuarão a ser as mesmas com pessoas sendo atendidas no chão.
CIFRAS
Outro ponto bastante ressaltado na
entrevista por Maiorquim é a alta cifra destinadas à iniciativa privada pelos
serviços contratados. Pelo projeto a empresa vencedora do certame levará a
bagatela de mais de meio bilhão de reais pelos serviços a serem prestados.
Apesar da verba ser farta, não garante aos trabalhadores da saúde um salário
compatível às profissões. Assistam às duas entrevistas no Podcast Resenha
Política.
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