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Robson Oliveira

A velha guarda do MDB pede a renúncia imediata de Lúcio Mosquini da presidência do partido


A velha guarda do MDB pede a renúncia imediata de Lúcio Mosquini da presidência do partido - Gente de Opinião

FEDERAÇÃO

A junção entre os partidos PP e União Brasil numa federação significa não apenas a maior bancada no Congresso Nacional e a maior união entre legendas numa eleição nacional, mas essencialmente representa a maior destinação dos recursos que irrigam o fundo partidário. Provavelmente esta federação ficará com mais de um bilhão de recursos públicos para que sejam destinados aos candidatos filados aos partidos federados. Uma união que tende a desequilibrar a disputa eleitoral privilegiando a eleição de deputados federais, estaduais, senadores e governadores deste espectro.

REFLEXOS

Tanto PP quanto União Brasil estão próximos em Rondônia desde que se uniram no segundo turno das eleições estaduais na reeleição de Marcos Rocha. Embora próximos, esse alinhamento ainda vai provocar dissidências em razão do congestionamento de candidatos aos cargos majoritários. Silvia Cristina, Fernando Máximo, Marcos Rocha e Sérgio Gonçalves estão se habilitando às vagas para Senado e Governo, e isso cria uma confusão pela direção da federação e nas escolhas dos candidatos.

DISSIDÊNCIAS

São reflexos que tendem a forçar a migração de políticos para outras legendas e o PL e Republicanos aguardam a finalização dessa federação para acolher os dissidentes. Lembrando que atualmente o grupo do governador Marcos Rocha não comanda a direção estadual do União Brasil e para garantir a vaga senatorial precisa indubitavelmente colocar na executiva da federação seus aliados senão será rifado da chapa.  Além deste problema, é obrigado a renunciar em abril do ano que vem para disputar o Senado, perdendo também a estrutura governamental que tanto contribuiu na última eleição. As dissidências são inevitáveis.

ESQUIVA

Ao desembarcar ontem em Brasília para o ato da federação, Marcos Rocha tentou uma audiência reservada com Antônio Rueda, presidente nacional do União Brasil, para tratar da executiva estadual da nova federação, mas os esforços foram inúteis porque Rueda deu um drible em Rocha e somente o encontrou na hora do evento, inviabilizando uma conversa reservada. Rocha retorna a Rondônia de mãos vazias e sem a garantia da vaga senatorial.

ANUÊNCIA

Uma fonte revelou à coluna que o principal interlocutor de Antônio Rueda em Rondônia é o deputado federal Maurício Carvalho, que anda afastado do governador e é quem chancela a permanência de Júnior Gonçalves na presidência do União Brasil.  Sem a concordância do deputado, o governador fica em minoria na condução da federação e, portanto, será obrigado a negociar espaços no governo para que Maurício acomode os aliados que perderam os mimos na prefeitura da capital com a derrota da irmã, Mariana Carvalho.

ISOLADO

Segundo apurado por este cabeça chata, para que Marcos Rocha resolva os impasses partidários terá que ceder o Detran, Seduc e Saúde aos atuais dirigente do União Brasil, para que estes espaços sejam ocupados por pessoas da confiança do deputado federal. Rocha tem resistido, entretanto, para garantir uma vaga senatorial vai ter que ceder. Ainda assim, dependendo do que ocorra em 2026, quando renunciar ao governo, é uma garantia precária porque os políticos vivem do presente para garantir o futuro e não das relações passadas.

PATO

São os riscos para quem em sete anos desprezou os partidos e desdenhou dos grupos políticos ao optar pelo isolamento. E na medida que o tempo passa, o poder do governador começa a perder a força e a esvair o principal atrativo que é o ativo que atiça a cobiça dos políticos. Marcos Rocha está correndo um risco enorme de virar um pato manco antes da virada do ano eleitoral. Embora tenha reforçado a assessoria política com a indicação de Elias Rezende para a Casa Civil.

ABANDONADO

Nos últimos quatro anos Marcos Rocha virou uma espécie de “garoto propaganda” do nosso pescado mundo afora. Viajou quase todos os continentes, exceto África, levando na bagagem nosso tambaqui para justificar aos órgãos de controle o interesse público. Não informou até o momento qual foi o retorno concreto para nossas exportações nessas viagens.  Agora é abandonado pelo seu principal aliado, Jair Bolsonaro, que ontem (terça-feira), apareceu nas redes sociais indicando um obscuro pecuarista rondoniense chamado Bruno Scheid e o deputado federal Fernando Máximo para as duas vagas ao Senado. Ao que parece os rios não estão para os peixes de Marcos Rocha, visto que Bolsonaro o ignorou.

TRUNFO

Jair Bolsonaro sempre foi o trunfo de Marcos Rocha para que escalasse o Governo de Rondônia nas duas oportunidades em que saiu vitorioso nas campanhas. Sem o apoio do capitão em 2026 e a incerteza com a ascensão de Sérgio Gonçalves, não será surpresa a desistência de Marcos Rocha da candidatura ao Senado para quem analisa com isenção a política rondoniense. Se desistir, o governo acaba antes de terminar. Caso renuncie e encare uma candidatura, estará só sem os afagos que costuma receber por onde passa. Em ambas as situações, Marcos Rocha caminhará em passos mancos, solitário e sem trunfo.  

CABEÇA

Membros da velha guarda do MDB querem a renúncia imediata do deputado federal Lúcio Mosquini da presidência do partido, em razão das seguidas declarações do parlamentar anunciando que pretende deixar o partido e buscar um outro mais à direita. O parlamentar faz ouvidos de mercador aos apelos, embora o certo é largar o osso. A insistência de Mosquini em ficar com o partido sob os sovacos exala um odor nada confortável aos emedebistas porque impede a legenda de crescer e buscar ares mais arejados em sua condução. Para desalojar o deputado da direção do MDB os velhinhos do partido vão ter que suar a camisa.

ARMADILHA

Hildon Chaves, dono de um capital político razoável na capital, ainda não percebeu que a possibilidade de uma candidatura ao Senado ou ao Governo está cada vez mais ficando distante depois que o Podemos e PSDB acenaram com uma Federação. Esta união fecha qualquer espaço aos planos do ex-prefeito da capital em disputar um cargo majoritário. A situação se complicou com a Federação do União Brasil e PP, onde os pretendentes aos mesmos cargos congestionaram com a junção. O PL está com chapa pronta, o PSD idem e o Republicanos não vai ceder espaço a Hildon Chaves.

CONSOLAÇÃO

Quando perceber que o cerco está se fechando, exceto caso mude de planos e opte por uma candidatura a deputado federal como consolação, verá que é tarde mudar de partido. Ainda assim, Hildon enfrentará resistências internas, inclusive do PSD onde em tese possui mais espaço.

SAÚDE

O nosso podcast Resenha Política veicula nesta quinta-feira a entrevista com o Secretário de Estado da Saúde, Coronel Jeferson. Durante quarenta minutos o secretário explica os motivos pelos quais o governo pretende privatizar a saúde estadual e revela as razões que impediram a construção e a compra de um novo Pronto Socorro em Porto Velho.

CAÓTICO

O coronel reconhece a situação caótica da saúde e culpa a reação dos médicos por tentar impedir a solução ampliando a terceirização que, segundo ele, não significa privatização, embora a realidade dos fatos indique o contrário.  Segundo o secretário, o projeto para entregar a saúde estadual à iniciativa privada está bem elaborado.

CONTRADITÓRIO

Na próxima terça-feira, no mesmo Podcast Resenha Política, entrevistaremos o presidente do Sindicato dos Médicos de Rondônia, Luís Eduardo Maiorquim, crítico audaz do projeto da terceirização da saúde e alvo dos governistas por ser ele o ex-secretário adjunto do governo passado que não resolveu os gargalos da saúde e hoje critica quem se propõe a fazê-lo.

CRÍTICA

Embora as críticas feitas a Maiorquim possam ser justas, uma vez que teve a oportunidade de construir um hospital e não o fez, são injustas porque hoje ele é responsável em defender os médicos que em quase sua totalidade são contra o modelo que o governo quer adotar. E Maiorquim, neste imbróglio, tem que defender sua categoria. Para isso foi legalmente eleito e tem legitimidade para se opor ao projeto, independentemente dos seus antecedentes.

IRRESPONSABILIDADE

Uma das críticas que o Sindicato dos Médicos faz ao projeto de privatização é que foi concebido num final de semana sem a participação dos especialistas em cada área. Segundo a coluna apurou sob o anonimato, a concepção e finalização desse projeto ficou a cargo de uma burocrática conhecida na secretaria mais pelos seus arroubos grosseiros do que pela competência.  O que explica a quantidade de erros nas planilhas e na relocação de especialistas para o João Paulo II. Uma irresponsabilidade que não garante a melhoria dos serviços prestados, uma vez que as instalações continuarão a ser as mesmas com pessoas sendo atendidas no chão.

CIFRAS

Outro ponto bastante ressaltado na entrevista por Maiorquim é a alta cifra destinadas à iniciativa privada pelos serviços contratados. Pelo projeto a empresa vencedora do certame levará a bagatela de mais de meio bilhão de reais pelos serviços a serem prestados. Apesar da verba ser farta, não garante aos trabalhadores da saúde um salário compatível às profissões. Assistam às duas entrevistas no Podcast Resenha Política.

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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