Quarta-feira, 9 de agosto de 2006 - 17h22
XI Congresso do SINTERO aprova Plano de Lutas
A falta de política do governo estadual para a educação e de valorização profissional dos trabalhadores em educação foi o principal alvo das críticas de professores, técnicos e funcionários de escolas que participaram do XI Congresso da categoria realizado de 04 a 06 deste mês, em Ariquemes. No final do congresso foi aprovado um plano de lutas que deverá nortear as atividades e as mobilizações do SINTERO. As mobilizações começam a ser detalhadas a partir desta semana e terão como foco a unificação do Plano de Carreira.
De acordo com a presidente do SINTERO, Claudir Mata, o governo do estado não vem demonstrando interesse pela valorização dos trabalhadores em educação, visto que está de posse do projeto de unificação do Plano desde maio e não encaminhou à Assembléia Legislativa para aprovação. Ela disse estranhar que o chefe da Casa Civil, o Procurador Geral do Estado e o Secretário de Estado da Educação tenham solicitado mais tempo para discutir o Plano, pois o projeto foi elaborado pelo próprio governo e já foi discutido pela SEDUC com os trabalhadores em educação e com as Representações de Ensino. Não há mais o que discutir. Só queremos saber se o governo vai enviar o projeto à ALE ou não. Pelo visto esse governo não demonstrou vontade política para melhorar o ensino público no Estado, disse Claudir.
Uma das atividades que poderá ser desenvolvida dentro das mobilizações é uma espécie de retrospectiva a respeito do que o governo do Estado deixou de fazer pela educação e pela valorização dos educadores. Durante todo a gestão do atual governo do Estado os trabalhadores em educação só têm amargado descasos. O que esse governo ainda pode fazer pela educação é encaminhar o projeto do Plano de Carreira à ALE, disse a presidente do SINTERO. A paciência dos trabalhadores em educação já passou do limite. Já demonstramos de todas as formas a nossa vontade de dialogar, de buscar o entendimento, mas o governo só demonstrou a vontade de protelar, de adiar, de tentar enrolar a nossa categoria.
A direção do SINTERO tem alertado à categoria a respeito do argumento usado pelo governo de que não enviou o projeto à ALE devido ao período eleitoral. Esse argumento não procede, visto que a Lei Eleitoral não proíbe a alteração de Planos de Carreira nem o realinhamento de tabelas. É falta de vontade política mesmo. É falta de compromisso com a educação.
O Plano de Lutas do SINTERO aprovado no XI Congresso é composto de 65 itens divididos em lutas específicas e lutas gerais, que serão desenvolvidas ao longo de dois anos.
Veja a íntegra do Plano de Lutas
	A luta é a principal marca do SINTERO, Planejar, discutir e deliberar acerca das estratégias de luta dos trabalhadores em educação torna-se imprescindível diante da responsabilidade da entidade sindical de buscar valorização profissional e ensino público de qualidade, tendo, para isso, que enfrentar a falta de planejamento e de políticas públicas para a educação.
Lutas Gerais
1-	Tomar posição e fazer a disputa do projeto de sociedade que interesse aos trabalhadores, de modo a atingir as comunidades escolares.
2-	Combater a implantação da ALCA.
3-	Manter a solidariedade e estar presente em todas as lutas convocadas pela CUT-RO e pela CUT Nacional.
4-	Participar dos fóruns de governo, em especial dos da educação, com vistas a propor e disputar projetos de interesse da categoria e da classe trabalhadora.
5-	Atuar no processo de reformas propostas pelos governos, mobilizando a categoria e em parceria com outros trabalhadores, a fim de impedir perdas de direitos conquistados.
6-	Participar de eventos, seminários, palestras, encontros, etc. relacionados com a educação, promovida por outras entidades.
7-	Participar de todas as jornadas de lutas promovidas pela CNTE.
8-	Lutar contras as reformas do Governo Federal que possam vir a retirar direitos dos trabalhadores e trabalhadoras.
9-	Continuar lutando por autonomia e liberdade sindical, contra qualquer política anti-sindical que impeça o legitimo direito de greve dos servidores e servidoras públicos por meio de multas, ameaças de demissão e interditos proibitivos.
10-	Combater o desemprego, a concentração de renda, a exclusão social e a pobreza.
11-	Promover e participar de campanha de combate às drogas, principalmente no que se refere ao trafico praticado nas escolas e exigir do governo a colocação de patrulhamento ostensivo.
12-	Que a sucumbência, ou seja, custas do processo judicial 2039∕89 ganho pelo SINTERO que tramita na justiça, fique para o sindicato, para que seja aplicado de acordo com o planejamento da Entidade.
13-	Repudiar e condenar a ação guerreira imperialista dos E.U.A e Israel contra o povo palestino e libanês, contra política neo-liberal e defender uma sociedade democrática e igualitária. 
14-	Denunciar a impunidade, a corrupção e a violência e o despotismo.
15-	Promover e participar de campanhas de combate a exploração do trabalho infantil e escravo.
16-	Realizar e participar de campanhas de combate à violência contra a mulher, qualquer espécie de racismo e preconceito bem como a exploração sexual de crianças e adolescentes.
17-	Conhecer a cultura e apoiar as reivindicações dos povos indígenas.
18-	Participar e desenvolver ações de  erradicação do analfabetismo.
19-	Trabalhar ações que garantam as crianças e jovens o acesso amplo e irrestrito ao conhecimento, a cultura e ao lazer.
20-	Defender os(as) trabalhadores(as) portadores(as) do vírus HIV e difundir praticas de prevenção.
21-	Discutir as DSTs e AIDS de forma interdisciplinar com profissionais devidamente qualificados.
22-	Lutar e defender a aprovação e implantação do Fundo de Manutenção da Educação Básica  FUNDEB que atenda as necessidades dos trabalhadores em educação.
23-	Apoiar e participar ativamente na implantação do Ensino Profissionalizante e Tecnológico conforme proposta do Ministério da Educação discutida em todos os Estados da Federação e concluída em Brasília no próximo mês de novembro.
24-	Lutar pela garantia de uma escola publica gratuita, laica, de qualidade e para todos.
25-	Lutar pela permanência dos direitos já existentes dos(as) aposentados(as), bem como fazer cumprir o artigo 237 da Lei Complementar n. 68∕92.
Lutas Especificas dos Trabalhadores em Educação no Estado de Rondônia
1-	Continuar lutando pela implantação dos Planos Estaduais e Municipais de Educação.
2-	Continuar lutando pela implantação ou unificação dos Planos de Carreira Cargos e Salários no Estado e em todos os Municípios onde ainda não tenha ocorrido.
3-	Desenvolver e implementar estratégias de luta que garantam o envio da proposta do Plano de Carreira Unificado a Assembléia Legislativa bem como sua aprovação e sancionamento.
4-	Desenvolver estratégias de luta visando a reposição salarial anual dos(as trabalhadores(as) em educação federais, estaduais e municipais.
5-	Desenvolver campanhas de mobilização no intuito do retorno do auxilio saúde para os aposentados, bem como a implantação nos municípios onde não haja assistência medica aos trabalhadores(as) em educação pelas Prefeituras.
6-	Cobrar dos governos do Estado, Federal e Municipal mais eficiência e rapidez na tramitação dos processos administrativos, como licença-prêmio, aposentadoria, elevação de nível, etc...
7-	Desenvolver lutas para que o financiamento dos cursos de graduação sejam assumidos integralmente pelo governo do Estado para os servidores federais e estaduais, e pelas Prefeituras para os servidores municipais.
8-	Lutar por um auxilio mensal de, no mínimo, R$ 70,00 (setenta reais) para todos os trabalhadores em educação  que fazem pós-graduação.
9-	Promover campanhas para a implantação do auxilio alimentação no Estado e nos Municípios que já possuem o beneficio para alguns servidores, que se estenda também para todos os trabalhadores(as) em educação
10-	Lutar para garantir a manutenção do horário corrido para todos os funcionários de escola quer sejam federais, estaduais ou municipais.
11-	Desenvolver diversas ações que garantam a implantação da Gestão Democrática nas escolas da rede publica estadual e nas redes municipais com a participação efetiva da comunidade escolar (funcionários e alunos) e comunidade externa (pais). 
12-	Promover ações políticas que garantam a profissionalização dos funcionários de escolas estaduais, municipais e federais, garantindo parcerias com o Governo Federal no que se refere a convênios para capacitação.
13-	 Lutar pelo aumento do percentual constitucional destinado a educação, dos atuais 25% para 35%  da receita do Estado e dos Municípios.
14-	Desenvolver ações para criação de um conselho paritario destinado à fiscalização da aplicação das verbas da Educação Básica no estado e Municípios 
15-	Cobrar do governo estadual, das Prefeituras e das direções das escolas transparência com documentos comprobatórios e planos de aplicação das verbas da educação, mediante convocação  pelo respectivo conselho de assembléias publicas em local e horários determinados.
16-	Lutar para garantir a lotação e atuação do profissional no cargo e função de sua área de habilitação profissional.
17-	Lutar contra a superlotação das salas de aula garantindo o cumprimento da resolução 168 de 2002 do Conselho Estadual de Educação-CEE que estabelece o numero maximo de alunos por sala.
18-	Criar e desenvolver ações no sentido da garantia do acesso e permanência dos alunos nas escolas das redes publica de ensino.
19-	Lutar pela instalação de creches próximas ao local de trabalho para os filhos dos(as) trabalhadores(as) em educação federais, estaduais e municipais.
20-	Lutar para lotação dos trabalhadores em educação em uma só escola e o mais próximo de sua residência.
21-	Criar e desenvolver ações no sentido de articular a mobilização e participação dos aposentados(as) no sentido da garantia de manutenção dos seus direitos.
22-	Cobrar do governo do Estado e das Prefeituras Municipais, condições de trabalho nas unidades escolares como forma de avançar na melhoria da qualidade de ensino.
23-	Agilizar ações jurídicas e políticas para os servidores federais de apoio, técnicos, administrativos, aposentados e redistribuídos, e ainda, alguns professores no sentido de concluir o seu enquadramento na Lei 7.596 de 1987.
24-	Buscar junto aos órgãos competentes a atualização das progressões funcionais dos servidores federais e municipais.
25-	Cobrar maior rapidez e eficiência nos processos administrativos dos servidores federais e lutar por um plano de carreira para os servidores(a) federais e pela agilização e defesa dos processos dos mesmos.
26-	Lutar pelo fim do trabalho gratuito por qualquer motivo aos sábados.
27-	Exigir do governo estadual e dos prefeitos o pagamento de insalubridade  para zeladoras, merendeiras e vigias.
28-	Exigir do governo estadual e dos prefeitos o pagamento de adicional noturno e horas extras para vigias noturnos e todos os trabalhadores em educação que atuam a noite, de acordo com a lei.
29-	Desenvolver ações de combate à terceirização na educação.
30-	Exigir do governo estadual que o pagamento do terço de férias seja efetuado no mês anterior ao  gozo das férias.
31-	Planejar e executar ações políticas de combate a municipalização do ensino.
32-	Denunciar a compra de vagas nas escolas particulares pelos governos estaduais e municipais
33-	Promover ações junto às unidades escolares visando a discussão e aprovação do calendário escolar de forma democrática com a comunidade escolar.
34-	Combater a privatização da educação básica, principalmente a educação infantil.
35-	Lutar contra programas que desvalorizem os profissionais da educação, como Amigos da Escola.
36-	Defender a Previdência Publica, solidária, universal e com a manutenção dos direitos.
37-	Desenvolver estratégias de lutas para garantir a manutenção da aposentadoria especial e integral da educação básica.
38-	Retirada imediata e urgente das pessoas que foram colocadas na folha do FUNDEF pelo atual governo para justificar a falta de dinheiro para o pagamento dos funcionários.
39-	Realizar o Congresso Estatutário para atualizar a estrutura do sindicato,
40-	Implementar através da secretaria de políticas sociais e demais secretarias, ações que resultem no combate a toda forma de descriminação e opressão.
Fonte: Adércio Dias  Reg. 418 DRT/RO
	
        
    

Sexta-feira, 31 de outubro de 2025 | Porto Velho (RO)