Segunda-feira, 10 de novembro de 2025 | Porto Velho (RO)

×
Gente de Opinião

Vinício Carrilho

Educação em Direitos Humanos


Educação em Direitos Humanos - Gente de Opinião

Atualmente, quando consideramos a importância do acesso à informação, em meio ao cenário em que vivemos – de negacionismo e de livre circulação de fake news –, faz-se fundamental afirmar a necessidade de pautarmos, de modo crítico e responsável, a exposição e a divulgação científica – especialmente no que se refere às Ciências Sociais – em meios virtuais.

Ademais, faz-se importante discutirmos “O que é Virtual” em 2022 – três décadas depois daquilo que foi escrito e definido pelo filósofo francês Pierre Lévy. Porém, para isso, tal debate certamente não se enquadra em nosso texto.

Temos, de início, que uma seara ainda pouco explorada nos traria a referência de que os Direitos Humanos de quinta geração – ou fortemente vinculados ao ideal revolucionário francês da “solidariedade” – não estão prontos na imensa maioria das consciências e das mentalidades (subjetividades). Isso se dá por uma razão simples: ainda temos muito que avançar nos direitos fundamentais mais essenciais, tais como a alimentação, a saúde e a educação pública.

Isso é absolutamente compreensível, mas – sempre tem um “mas” – o mundo globalizado e virtualizado (assim como nós indivíduos também somos hoje), ocupa-se, cada vez mais, desse incremento de substituição trazido pela exposição, pela modelagem e pelo controle de modo crescente do assim chamado “plano virtual”: a própria democracia e os direitos fundamentais estão cada vez mais atordoados com as formas prevalecentes de uso (abusivo) dos recursos tecnológicos.

Em todo caso, esse é um capítulo dos Direitos Humanos; o outro, retomando o lema da Solidariedade Revolucionária de 1789, incita-nos a pensar os Direitos Humanos como um conjunto complexo que se harmoniza numa lógica simples, mas de enorme dificuldade em sua execução. Trata-se de buscar o vínculo humanitário no contexto da “Unidade na Diversidade” – exatamente, o que fortalece a diferença e impede a desigualdade.

A primeira barreira que se agiganta neste lado do mundo, no Brasil da fome e da miséria humana, por exemplo, revela que qualquer ideal deixou de ser uma bússola moral para se converter em luta política e de sobrevivência contra o retrocesso moral e social.

O ideal, nesses termos, seria não mais usarmos senhas em celulares ou aplicativos – se houvesse civilização –, bem como esse mesmo ideal nos aproximaria do dia em que as cotas (as ações afirmativas) seriam desnecessárias, porque as desigualdades atuais teriam sido reconvertidas em meras diferenças. Basta-nos, então, pensar no quanto isso é ilusório, como Utopia sem lugar na realidade mais prosaica que nos enreda.

Contudo, firmemente articulados nesse propósito de lutar pelo reconhecimento e pela defesa e promoção dos Direitos Humanos, é essencial não fugirmos ao debate, ao mesmo tempo em que continuamos a luta por uma vida digna, no mundo virtual e fora dele.

 

Confira nossos acessos

Link para o formulário de inscrição: https://forms.gle/NsVPMbujEuCcwra59


Link da primeira aula: 
https://youtu.be/qWESVtacA30


Aulas: 
https://docs.google.com/spreadsheets/d/1-_3Co9bLQh2B_iEVnKI55tsh3hXcabS1K3EVEmHlY1E/edit?usp=sharing

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

Gente de OpiniãoSegunda-feira, 10 de novembro de 2025 | Porto Velho (RO)

VOCÊ PODE GOSTAR

Necropolítica e luta de classes no Rio de Janeiro - O fim do Estado

Necropolítica e luta de classes no Rio de Janeiro - O fim do Estado

A chacina ou o massacre – como se queira chamar – levados a cabo pelas forças policiais do Rio de Janeiro, a mando do Governador do Estado, no dia 28

Educação e Sociedade: Sociologia Política da Educação

Educação e Sociedade: Sociologia Política da Educação

O leitor terá a seguir apresentação do mais recente livro de Vinício Carrilho Martinez, professor titular da Universidade Federal de São Carlos. Ace

Ela pensa? - a inteligência desumana

Ela pensa? - a inteligência desumana

Tanto fizemos e desfizemos que, afinal de contas, e ainda estamos no início do século XXI, conseguimos produzir uma inteligência desumana, absolutam

Pensamento Escravista no Brasil atual

Pensamento Escravista no Brasil atual

          Esse texto foi pensado como contribuição pessoal ao Fórum Rondoniense de Direitos Humanos – FORO DH, na fala dirigida por mim na mesa Enfr

Gente de Opinião Segunda-feira, 10 de novembro de 2025 | Porto Velho (RO)