Processo de diversificação do Ipam está na revista 'Investidor Institucional'

Uma das mais conceituadas revistas sobre previdência privada e finanças profissionais, a Investidor Institucional, de circulação em todo o País, dedica uma ampla reportagem abordando o sistema de diversificação que começou a ser implantado e implementado no Instituto de Previdência e Assistência dos Servidores do Município de Porto Velho (Ipam). “Estamos começando um processo de diversificação tanto das modalidades de aplicações quanto dos fundos e gestores”, explicou o presidente da Instituição, João Herbety, considerado pela revista um exemplo a ser seguido por aqueles que administram órgãos previdenciários. 

De acordo com a revista, o Ipam detém um fundo capitalizado considerado de médio porte entre os regimes, superando a marca de R$ 100 milhões no final de 2009 e, atualmente, já atinge algo em torno de R$ 105 milhões. Em entrevista exclusiva à Investidor Institucional, João Herbety disse que “antes, aplicávamos tudo em renda fixa e íamos para casa dormir tranqüilos”. Entretanto, agora o presidente do Instituto se depara com alguns motivos para perder noites de sono. É que a renda fixa conservadora já não demonstra os mesmos resultados dos últimos anos. Para piorar, a renda variável em 2010 apresenta situações de alta volatilidade, o que pode, por isso, amedrontar os membros do Conselho Municipal de Previdência (CMP) do Instituto portovelhense. 

Segundo jornalistas da Investidor Institucional, até o momento, o regime próprio concentra todas as suas aplicações em fundos de renda fixa conservadores de tão-somente três gestores – a BB DTVM, Caixa Econômica Federal (CEF) e o Santander. Por isso, em função dos resultados do ano passado, o Ipam já está procedendo a algumas modificações. O Instituto está iniciando o credenciamento de gestores para, em seguida, começar um processo de seleção que deve movimentar até a metade do patrimônio do regime próprio. Ou seja, pouco mais de R$ 50 milhões. João Herbety prevê que “a diversificação de gestores deve nos trazer melhores parâmetros para a comparação de desempenho e até boas condições de negociação de taxas”. 

Destaque na mídia nacional, o presidente do IPAM adiantou à Investidor Institucional que o processo de credenciamento deve começar ainda neste mês de março. Os tipos de aplicações, além dos gestores, também vão passar por um processo gradativo de diversificação. A política de investimentos para 2010 preconiza um limite máximo de 30% para alocação em renda variável – e o mesmo percentual em títulos privados. No entanto, a modificação não será feita de forma abrupta; ainda mais em se tratando de um Instituto e de um Conselho habituados à tranqüilidade dos fundos DI. “Vamos entrar gradualmente na renda variável, devendo fechar o ano com cerca de 5% do patrimônio nesta categoria”, enfatizou João Herbety.
 
Lembrou João Herbety que, mesmo antes de iniciar o credenciamento dos gestores, o Instituto de Previdência e Assistência dos Servidores do Município de Porto Velho, já vem recebendo propostas. Segundo ele, até o momento, três gestores haviam enviado sugestões de fundis de renda variável. Por outro lado, em relação aos Fundos de Investimento em Direito Creditório (FIDCS), a Instituição médico-previdenciária deve entrar com o equivalente a 3% de seu fundo capitalizado até o final deste ano. “Acreditamos que os Fidcs e os títulos privados oferecem uma boa alternativa para melhorar a rentabilidade da carteira e, ao mesmo tempo, manter um baixo nível de riscos”, frisa Fernando Vitor de Oliveira, sócio-diretor da Maxx Consultoria de Investimento, responsável pela análise e seleção dos fundos que serão escolhidos pelo Ipam, cuja situação é idêntica à de tantos outros regimes próprios dispersos pelo País. 

Além de buscar alternativas para que o IPAM fique adequado aos novos tempos, a Maxx Consultoria é responsável ainda pela capacitação dos conselheiros e gestores do Instituto, através da realização de cursos e seminários. Conforme João Herbety, “estamos realizando diversos programas para capacitar os membros de nosso Conselho, a fim de que eles se habituem com a flexibilidade do mercado”. Ele acredita que os conselheiros precisar estar mais preparados para entender as oscilações das novas aplicações que deverão ser incorporadas, citando, como exemplos, os investimentos em renda variável e os fundos indexados à IMA-B. “Com a nova resolução que trata dos investimentos dos regimes próprios (CMN 3.790), o Instituto começou a migrar parte das aplicações em fundos DI para os novos produtos indexados à IMA-B, já no final do ano passado”, explicou. 

Acrescentando, João Herbety disse à revista Investidor Institucional que, “além da capacitação dos conselheiros, outra medida que o Ipam já está adotando, a fim de se preparar para esta nova fase de diversificação da carteira, é a criação de um Comitê de Investimentos”. Para tanto, está promovendo também a CPA-10 (Certificação Profissional Anbima – Série 10) para os servidores que trabalham no Instituto e que vão fazer parte deste comitê, a ser formado por seis membros. Outra medida definida para 2010 é a contratação da plataforma eletrônica para negociar diretamente no mercado de títulos públicos.“Vale a pena contratar a plataforma eletrônica para os Institutos que movimentam mais de dez milhões de reais, como é o caso do Ipam. Isto porque, fica mais barato do que pagar a taxa para fundos”, enfatizou Fernando Oliveira.

Fonte : Cláudio Paiva