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Política

O REQUENTADO: EM TEMPOS DE NATAL, PENSAR NISSO


O R E Q U E N T A D O
PRODUÇÃO INDEPENDENTE/JAS/RO (40ªEDIÇÃO)                   RESPONSABILIDADE EXCLUSIVA DO EDITOR
PORTO VELHO (RONDÔNIA), 26 DE NOVEMBRO DE 2007
“NADA DO QUE FOI SERÁ DE NOVO DO JEITO QUE JÁ FOI UM DIA”, de Nelson Motta na voz de LuluSantos. Em “COMO UMA ONDA” (Canção). /*Nelson  Cândido Motta Filho (63 anos) é natural de São Paulo/SP. Motta é jornalista, escritor, compositor e produtor musical; *Lulu Santos (Luiz Maurício Pragana dos Santos ), 54 anos, é carioca. Santos é cantor.

EM TEMPOS DE NATAL, PENSAR NISSO
André Petry
Das 700 páginas da Comissão Parlamentar de Inquérito, CPI, acerca da EXPLORAÇÃO SEXUAL INFANTO-JUVENIL, ficou a certeza: tal sorte de crime é habitual no território pátrio. As vítimas são atraídas por insignificantes importâncias financeiras (uma média de R$ 1,99).
Acredite: os acusados são indivíduos com poderes - e sem pudores. Pior: os imputados são aqueles, a quem cabe, justamente, protegerem as crianças (0 a 11 anos) e os adolescentes (12 a 17 anos). Reporta-se, na espécie, a juízes, promotores, advogados - padres, pastores e afins - políticos etc.
Só uma amostragem: na Paraíba, um juiz da INFÂNCIA E DA JUVENTUDE violentou, no próprio ambiente de trabalho, uma menina de 11 anos (o magistrado continua em pleno exercício da função). Num município mineiro, o prefeito e os vereadores praticam, assiduamente, orgias com adolescentes. Nada aconteceu em relação aos distintos infratores.
Numa cidade goiana, o alcaide abusou libidinosamente de 7 crianças. O chefe do executivo daquela localidade não sofreu nem sequer prisão de ventre. E por aí vai, do Oiapoque ao Chuí, esse chocante passeio pela impunidade... Por que tantos horrores perante os céus nacionais? Porque, no País, a cidadania éuma presença freqüenteno discurso e uma ausência constante na ação. Com a palavra Jô Soares: “No Brasil, a cidadania é apenas uma campanha”.
Em “Veja”, 10/10/2004.
*André Petry (46 anos) nasceu em São Paulo /SP. Petry é jornalista; *Jô Soares (José Eugênio Soares), 69 anos, nasceu no Rio de Janeiro /RJ. Jô é artista e intelectual. /*Infanto-juvenil= infância e juventude; *território pátrio, perante os céus nacionais= Brasil; *libidinosamente= sexualmente; *do Oiapoque ao Chuí= do princípio ao fim do Brasil; *alcaide= prefeito; * cidadania= no popular, é o direito de qualquer pessoa ser gente.

E A GRAMÁTICA ESTRAGOU O NATAL
Pavio curto e talento longo, advogado, filólogo e Príncipe dos Poetas Rondonienses. Está-se perante  Bolívar Marcelino. E então? Eram aproximadamente 11h de 24 de dezembro de 1986, à Av. 07 de Setembro, Porto Velho (RO):
“- Meu velho mestre (aliás, mais mestre do que velho) Bolívar, nesta data maior da cristandade, rever o senhor é, para mim, o melhor presente de natal ”. Saudou o reencontro, ao gosto de Rolando Lero, o jovem Aprígio Lampejo (ex-aluno de Português do cumprimentado).
“- Obrigado”. Agradeceu, protocolarmente, o competente professor do Idioma Nacional.
“- E a sua filha, Karina (à época, solteira), aquela bela mulher proibida para cardíacos, como está? Nunca mais, eu vi ela ”. Completou o moço tagarela.
“- Pelo que concluo, rapaz, Karina, você nunca mais a viu nem nunca mais viu a gramática. Bolívar Marcelino perdeu a paciência que jamais a teve. Coisa de sábio.
 Em “Folclore Escolar de Rondônia”.
“Em 1932, nascia, na atrativa Natal/RN, Bolívar Marcelino. Há mais de 67 anos, ele reside, com ânimo definitivo, em Porto Velho/RO. Ele compõe a paisagem humana da cidade. Aqui, ele foi, com brio e com brilho, professor de tantas gerações porto-velhenses. Bolívar Marcelino (75 anos, por enquanto) é escritor de qualidade, sonetista insuspeito, bacharel em Letras pela Universidade Federal do Pará - e, pela Universidade Federal de Rondônia, é bacharel em Direito - primeira turma (1990), da qual, ele foi orador. Bolívar foi aplicado aluno nos bancos acadêmicos da UNIR. Era una promessa de advogado de sucesso. Não aconteceu. O vate não deu passagem ao causídico. A vida lhe foi sempre dura. A juventude não lhe sorriu e a velhice lhe faz cara feia. Triste sina a do poeta! “Só é grande se sofrer”. Vá dormir com um barulho desses...

*Filólogo= de barato, quem é muito bom em Português; *sonetista = quem faz soneto; *soneto é um poema assim: 4 linhas + 4 linhas + 3 linhas + 3 linhas= 14 linhas; *brio= honra; *UNIR = Universidade Federal de Rondônia; *vate= poeta; * causídico= advogado.
SÓ TU
Paulo Setúbal
“Dos lábios que me beijaram,
Dos braços que me abraçaram,
Já não me lembro nem sei...
São tantas as que me amaram,
São tantas   as   que  amei!
Mas tu - que rude contraste!
Tu que jamais me beijaste.
Tu que   jamais   abracei.
Só tu, na minha alma, ficaste,
De   todas as que eu amei”.
 
Em “Obras Completas” (Musa Editora; São Paulo). Fone: 0XX11.3262-2586.
*Paulo de Oliveira Setúbal (1893/1937) era paulista de Tatuí. Paulo foi advogado, jornalista, poeta e romancista.Morreu aos 44 anos incompletos. Matou-o a boemia, para a qual, ele sempre viveu. Paulo Setúbal era genitor de Olavo Egydio Setúbal (84 anos; paulistano). Olavo é banqueiro - dono do ITAÚ - e ex-prefeito de São Paulo. É isso aí. O pai se tornou um craque do verbo e o filho se tornou um craque da verba. Afinal, ambos craques. / *Paulistano = quem nasce em São Paulo (Capital); *boemia = boêmia; *genitor = pai.

VERDADE INCONVENIENTE
Jefferson Peres
“Todo canalha é desinibido. Nada mais incomoda um canalha do que uma pessoa de bem. Fere a auto-estima do canalha saber que há gente honesta”.
Em “Veja”, 07/11/2007
 Jefferson Carpinteiro Peres, 75 anos, nasceu em Manaus (AM). Peres é advogado, escritor e senador (PDT/AM). Acrescente-se: o político amazonense é um bom fruto das últimas safras tão podres de parlamentares brasileiros.

TAL E   QUAL
Villas-Bôas Corrêa
E não apreciava nem um pouco futebol. Tanto menos se interessava por essa modalidade de esporte. O seu único esporte era a política. A política que, nele, habitou – e, nele, fez-se carne. Fala-se de Tancredo de Almeida Neves (PMDB/MG).
Belo Horizonte, 19 de setembro de 1983. Naquela cidade e naquela data, Tancredo inaugurava uma escola pública. Era uma sexta-feira. À tardinha, diga-se.
“ - Governador, Vossa Excelência gosta de futebol?”. Perguntou, após o evento, um repórter da Imprensa Local.
“ - Depois da Risoleta (minha esposa) é a coisa de que mais gosto. Tem mais: revista esportiva é minha leitura preferida”. Derramou-se o então Chefe do Poder Executivo de Minas Gerais.
“ - É fantástico! Digna Autoridade Civil, no próximo domingo, o Cruzeiro(MG) e o Atlético (MG) - aqui, na capital do estado - disputarão, em pé de igualdade, o título de campeão mineiro de futebol. Vossa Excelência, no caso, vai torcer por qual time?”. Foi além o profissional da notícia.
“ - Uai! Meu talentoso jornalista conterrâneo, vou torcer pelo empate. O Cruzeiro merece ganhar, mas o Atlético não merece perder. Ambos são pratas da casa. E pratas que valem ouros”. Deu o pulo-do-gato o velho mestre político.
Em “Conversa com a Memória” (Editora Objetiva; Rio de Janeiro/RJ). Fone: OXX21.2556-7824.
Mineiro não laça boi com cipó, não dá rasteira no vento, não pisa no escuro, não anda no molhado, não estica conversa com estranho e só acredita em fumaça quando vê fogo”. Folclore? Claro. É folclore, ou seja, um conjunto de lendas, provérbios, manifestações artísticas etc. Tancredo de Almeida Neves (1910/1985; São João Del Rey/MG)) foi, no sentido folclórico, a tradução completa da mineirice. Não é à toa que Tancredo foi promotor de justiça, vereador, prefeito, deputado estadual (e federal), primeiro-ministro, senador, governador, elegeu-se, via indireta, Presidente da República. Não assumiu o cargo em face de grave doença. O respeitável homem público veio a falecer poucos dias após a data que lhe seria a posse.

“NATAL É FESTA DE CRISTO.
 SÓ SE FALA EM PAPAI NOEL”
Uma obra extraordinária porque é comum. Uma obra interessante porque é despretensiosa. Uma obra bela porque é simples. Eis, numa apertada síntese, o “Cultura Nordestina”. O “Cultura Nordestina” é um livro que foi escrito por Manoel Américo de Carvalho Pita. Américo Pita - 62 anos; Santana do Matos/RN - é agrônomo por formação, folclorista por vocação e poeta por inspiração
Na esteira da pesquisa do instruído potiguar: em 24 de dezembro de 2004, realizava-se um “Festival de Cantadores de Viola” em Afogados da Ingazeira (PE). Para a famosa dupla de repentistas, Geraldo Amâncio & Valdir Teles, caiu o mote: “NATAL É FESTA DE CRISTO. /SÓ SE FALA EM PAPAI NOEL”. Amâncio - “que sabe colocar o céu na boca e a boca no mundo” - começou por dar esse feliz recado de fé:
“Natal é festa de Cristo,
De fraternidade e de luz.
Mas   de forma   diferente
               Todo Natal   se    conduz.
No nosso   mundo   cruel,
Só se fala em Papai Noel.
Pouco se fala em Jesus”.
Em “Cultura Nordestina” (Editora Potiguar; Natal/RN). Fones: 0XX84.3207.7171 e 0XX84.9405.8747.
*Geraldo Amâncio Pereira (61 anos; Cedro/CE) é um dos maiores repentistas da atualidade. Na viola, Amâncio passa a sensação que não procura a rima, a rima é quem o acha. Pela TV DIÁRIO - Fortaleza /CE - Geraldo Amâncio apresenta “Ao Som da Viola”. O imperdível programa vai ao ar, nos domingos, das 9h30 às 10h (horário de Rondônia). *Valdir Rodrigues Teles (54 anos; Livramento/PB) é, também, um representante ilustre do verso instantâneo.

*Despretensiosa= sem ambição; *potiguar= quem nasce no Rio Grande do Norte; *cantador de viola, repentista= quem, de improviso, faz versos ao som da viola; *mote = uma espécie de tema; *imperdível= que não se pode perder; *verso instantâneo= rima feita na hora.
DEVAGAR COM O ANDOR

Do filósofo anônimo: “Agora, em Rondônia, para ser alguma coisa, não precisa ser nada”. Maldade? Ah, sim, pura maldade! É só olhar em volta...
AO ENCONTRO DE X DE ENCONTRO
Luiz Antônio Sacconi
O Ministério Público vai de encontro à Sociedade (errado); o Ministério Público vai ao encontro da Sociedade (correto).    Explica-se ® ao encontro de= em favor de; de encontro a= contra.
Em “1000 Erros de Português” (Nossa Editora; São Paulo, SP). Fone: 0XX11.3127-1401.

ATENÇÃO: Nenhuma notícia é originária deste “boletim”. Ele só a reedita. Donde, o nome dele: “O Requentado”. O esclarecimento de palavras não comuns se deve à popularidade (“on-line”) que este jornaleco - surpreendente e imerecidamente - conseguiu. Que perdoem os letrados. Fones: 0XX69.3216-3775; 0XX69.3222-4739; 0XX69.9981-4173. “E-mail”:[email protected]

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