Segunda-feira, 6 de julho de 2009 - 20h13
PRODUÇÃO INDEPENDENTE/JAS/RO (45ª EDIÇÃO) RESPONSABILIDADE EXCLUSIVA DO EDITOR
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“NADA DO QUE FOI SERÁ DE NOVO DO JEITO QUE JÁ FOI UM DIA” - em “Como uma onda”, de Nélson Motta na voz de Lulu Santos.
*Nélson Cândido Motta Filho (64 anos) é paulistano. Motta é jornalista, escritor, roteirista, compositor e produtor cultural. *Luís Maurício Pragana dos Santos (Lulu Santos) é carioca. Tem 56 anos. É cantor.
E EU NÃO ESTAVA A SALVO...
Martin Niemöller
"Um dia, vieram e levaram meu vizinho que era judeu.
Como não sou judeu, não me incomodei.
No dia seguinte, vieram e levaram meu outro vizinho que era comunista.
Como não sou comunista, não me incomodei.
No terceiro dia, vieram e levaram mais outro vizinho meu que era católico.
Como não sou católico, não me incomodei.
No quarto dia, vieram e me levaram.
Já não havia mais ninguém para reclamar”.
Em “Pregação” (1933).
*Friedrich Gustav Emil Martin Niemöller (1892-1952) era alemão. Niemöller foi teólogo e pastor evangélico. Ele foi, também, um ardoroso antinazista. Isso lhe rendeu amargos dias de cadeia. É difícil, quase impossível, defender, impunemente, uma causa nobre.
PRESENTE CERTO PARA PESSOA ERRADA
De 02/08/1984 a 15/01/1985, Tancredo Neves, PMDB/MG, e Paulo Maluf, PDS/SP, disputavam a Presidência da República. A eleição era indireta, isto é, pelo Congresso Nacional (senadores e deputados federais).
“- Dr. Tancredo, amanhã (03/09/1984), o Dr. Maluf faz 53 anos. O senhor, reconhecidamente um cavalheiro, já comprou o presente de aniversário do seu opositor?”. Em Brasília/DF, indagou, com malícia, a bonita e inteligente Nara Fontoura (23 anos, na época) que, pelo Jornal do Brasil, cobria a campanha dos mencionados candidatos.
“- Claro, minha linda e brilhante repórter. A etiqueta social sempre a ponho acima de quaisquer divergências político-partidárias”. Respondeu, prontamente, o indagado.
“- Que me desculpe pela indiscrição, ilustre entrevistado, que presente o senhor vai oferecer ao seu concorrente?”. Foi mais longe a jornalista.
“- Um exemplar do Código Penal”. Concluiu Tancredo numa referência maldosa às muitas ações criminais, nas quais, Maluf era (e ainda o é) réu perante a Justiça.
Em “Domínio Público”.
*Só se deve usar telefone para marcar encontro - e em lugar errado”, falava Tancredo de Almeida Neves (1910/1985). Com essa sabedoria, Tancredo Neves, bacharel em direito, foi promotor de justiça, vereador, prefeito, deputado estadual, deputado federal, senador, governador, ministro da justiça, primeiro-ministro e se elegeu Presidente da República (a morte o impediu de assumir o cargo). Tancredo era mineiro de São João del Rey; *Paulo Salim Maluf (77 anos), engenheiro civil, foi prefeito do município de São Paulo, governador do estado do mesmo nome, é deputado federal (PP/SP). Paulo Maluf é paulistano. Maluf fez muito, mas… No “mas”, reside a questão. A questão de que cuidará a História.
COISA DE PUXA-SACO
De 1975 a 1979, Moura Cavalcânti, ARENA/PE, era o governador biônico de Pernambuco. Tibúrcio Cajarana, puxa-saco de carteirinha, era chefe da Casa Civil do responsável maior pelos destinos daquela Unidade da Federação.
Um belo dia, bajulado e bajulador tiveram, no Palácio do Campo das Princesas (sede do governo estadual), uma conversa descontraída. Lá vai o teor do bate-papo:
- “Quais as duas pessoas que você mais ama na vida ?”. Indagou Cavalcânti.
- “A primeira é Vossa Excelência”. Jurou, de pés e mãos juntos, Cajarana.
- “E a segunda?”. Insistiu o governador.
- “A segunda é quem Vossa Excelência mandar”. Derreteu-se o bem-sucedido adulador oficial. Nunca é demais lembrar: “A pior solidão é a companhia de um puxa-saco”. Em “Recife das Ruas”.
*Kung Bó: tem a força de Kung Fu e a besteira de Pedro Bó. Dizia-se de José Francisco de Moura Cavalcânti quando esse homem público estava à frente do Poder Executivo Pernambucano. Intriga da oposição? Com certeza. A oposição, por aquelas bandas, pega pesado. Todo desconto é sempre bem-vindo. Bem-nascido, bacharel em Direito, bom orador, culto, autoritário e fanfarrão, Moura Cavalcânti (1925/1994) se dava de bem a melhor com a cúpula e de mal a pior com a base. Tradução livre: pelo voto popular, Cavalcânti só se elegeu, aos 21 anos, prefeito de Macaparana/PE. Durante a breve, brevíssima gestão presidencial de Jânio Quadros, o personagem, de que se está falando, foi governador nomeado do então Território Federal do Amapá. Na ditadura militar, para a qual, o povo era apenas um detalhe, Moura Cavalcânti (natural de São Vicente Férrer/PE) foi presidente do INCRA, ministro da Agricultura e governador biônico de Pernambuco. Só teve saúde para concluir o mandato de chefe de Estado. A partir daqui, doente, Cavalcânti saiu da cena política.
*Biônico = na ditadura militar (1964/1985), quem se “elegia” pelo voto de cabresto do Congresso Nacional ou da Assembléia Legislativa.
EXCESSÃO POR EXCEÇÃO
“Eu tomo cachaça para ficar ruim; se fosse para ficar bom, eu tomaria remédio”. “No casamento, o bom são as brigas; o resto é mais ou menos”. “Ser nada é uma vantagem: não tem coisa alguma a perder”. Aqui estão, em meio a tantas outras, três manifestações da grande alma talentosa de Emílio Nunes Correia de Meneses (Curitiba/PR). Jornalista, intelectual, poeta, espirituoso, Emílio deMeneses fazia o primeiro ano de Farmácia na Capital Paranaense.
Certa vez, o professor de Português do inspirado boêmio curitibano escreveu, na lousa, excessão. Isso mesmo. Excessão com dois “ss”. Não tardou. Discretamente, Emílio (1866/1918) fez circular, da sua autoria, uma quadra (poema de quatro linhas) entre os colegas de turma, a seguir:
“Para quem o Português conhece
E escreve com retidão,
Excessão com dois ‘ss’;
Só mesmo por exceção”.
Em “Domínio Público”.
QUEM SABE?
Bolívar Marcelino
“Talvez, em outras eras, outra idade,
Numa vida passada que tivemos
E da qual, muitas vezes, a saudade,
Em horas de abandono, padecemos.
Talvez (quem é que sabe da verdade?),
Habitando outro corpo, que perdemos,
- Nalgum belo país da antiguidade -
Foi que, primeiro, nós nos conhecemos.
Assim, por isso é que, depois, querida,
Nas aventuras da presente vida,
Ao te encontrar pelo primeiro dia,
Cá dentro, qualquer coisa me falava
Que, não sei de onde, eu já te conhecia
E, desde não sei quando, eu já te amava”.
Em “Folhas de Outono” (edição esgotada).
*Em 1932, nascia, em Natal/RN, Bolívar Marcelino. Há mais de 69 anos, ele reside, com ânimo definitivo, em Porto Velho/RO. Ele compõe a paisagem humana da cidade. Aqui, ele foi, com brio e com brilho, professor de Português de tantas gerações porto-velhenses.
Bolívar Marcelino (77 anos, por enquanto) é escritor de qualidade, sonetista primoroso, bacharel em Letras pela Universidade Federal do Pará.
Pela Universidade Federal de Rondônia, é, também, bacharel em Direito - primeira turma (1990). Turma, da qual, ele foi orador. Bolívar foi um aplicado aluno nos bancos acadêmicos da UNIR. Era uma promessa de advogado de sucesso. Não aconteceu. O vate não deu passagem ao causídico. A vida lhe foi sempre dura. A juventude não lhe sorriu e a velhice lhe faz cara feia. Triste sina a do cantor das musas! “Só é grande se sofrer”. Ah, bom. Eis por que Bolívar Marcelino é o “Príncipe dos Poetas Rondonienses”. A bênção velho mestre (aliás, mais mestre do que velho).
*UNIR= Universidade Federal de Rondônia; /*vate, cantor das musas = poeta; *soneto é um poema de 14 linhas, a saber : 4 + 4 + 3 + 3=14
(conferir acima).
“O BEIJO DA MÃE QUERIDA
TEM SABOR DE SANTIDADE”
Em meados de dezembro de 2004, realizou-se um festival de repentistas em Umbuzeiro/PB. Umbuzeiro de Epitácio da Silva Pessoa (1865/1942). Epitácio que foi, até agora, o único brasileiro a exercer as chefias dos três Poderes do País. Ele foi Chefe do Poder Legislativo (na condição de Presidente do Congresso Nacional). Ele foi Chefe do Poder Judiciário (na condição de Presidente do Supremo Tribunal Federal). Ele foi Chefe do Poder Executivo (na condição de Presidente da República. Epitácio derrotou Rui Barbosa na disputa pela cadeira presidencial). De lambuja, esse paraibano pai-d´égua foi Presidente da Câmara dos Deputados e Procurador-Geral da República. Pode?
No evento acima, caiu, para a famosa dupla - Raimundo Nonato e Edvaldo Zuzu - o mote: “O beijo da mãe querida / Tem sabor de santidade”. Nonato chutou a bola na rede:
“Quando o seu filho, rapaz,
Vai a uma festança fora;
Se sentir que ele demora,
Veste a roupa e vai atrás.
Com filho, mãe é incapaz
De fazer uma maldade.
Não é santa de verdade,
Mas com santa é parecida.
O beijo da mãe querida
Tem sabor de santidade”.
Geraldo Amâncio e Vanderlei Pereira, em “De Repente Cantoria”. Fones: 0XX85. 3491.7399; 0XX9948.7978.
Raimundo Nonato (69 anos) é cearense de Sobral; /*Edvaldo Zuzu (50 anos) é pernambucano de Machados.
Nenhuma notícia é originária deste “boletim”. Ele só a reedita. Donde, o nome dele: “O Requentado”. O esclarecimento de palavras não comuns se deve à popularidade (“on-line”) que este jornaleco - surpreendente e imerecidamente - conseguiu. Que perdoem os letrados. Fones: 0XX69.3216-3775; 0XX69.3222-4739; 0XX69.9981-4173. “E-mail”: jackson@mp.ro.gov.br” .
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