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Muller explica situação da saúde de Rondônia a deputados



O secretário de Estado da Saúde, Alexandre Muller, a convite do deputado Ribamar Araújo (PT), prestou esclarecimentos à Assembleia Legislativa sobre o que foi feito no setor de saúde nos 100 primeiros dias do atual governo. Na ocasião, o presidente do Legislativo, deputado Valter Araújo (PTB), o deixou à vontade para explicar os pontos necessários e os distintos questionamentos feitos pelos demais parlamentares. O secretário garantiu estar buscando o melhor para o complexo setor de saúde.

De maneira objetiva, Alexandre Muller falou que “a pasta é bastante difícil e que não é tão fácil administrar a Sesau. Peço o apoio dos senhores deputados para melhorar muito mais este setor, pois sou um velho sanitarista que pensa no melhor para as pessoas e o Estado”.

O secretário falou sobre Tratamento Fora de Domicílio (TFD), o qual garantiu estar sendo reestruturado. Abordou sobre a falta de remédios, insuficiência de recursos humanos, ausência de regulação da saúde para evitar a vinda de pacientes do interior para atendimento na capital. Discorreu sobre resto a pagar (dívidas com fornecedores) e que encontrou o instrumento de gestão totalmente desatualizado. Confirmou que faltam leitos hospitalares insuficientes e que a Sesau não está informatizada por conta de o sistema ser alocado de empresa.

Muller disse que encontrou pacientes no chão do Hospital e Pronto-Socorro João Paulo II, em Porto Velho, e esse fato “nos deixou angustiados e envergonhados. Esse problema virou notícia nacional. Ainda hoje há pacientes no chão, mas com outro tratamento. Temos déficit de leito de 200 a 300 leitos para que possamos tirar os pacientes do chão. Há necessidade de se construir outro hospital para atender a demanda”. O secretário garantiu que já fez o planejamento da saúde e criou o serviço de prestação de assistência domiciliar, providenciou a compra emergencial de medicamentos e está contratando médicos emergenciais para melhorar o atendimento à população e que já fez convênio com hospital de Barretos para atender pacientes. Falou da precariedade do hospital Cosme e Damião, de Porto Velho, e que conseguiu criar alguns leitos de UTI no JP II.

A estruturação administrativa da Sesau está sendo recomposta para melhor atender a todos. Está revitalizando a Astec para promover melhor planejamento da secretaria, assim como viabilizar a informatização dos órgãos da Sesau, disse o secretário Muller a garantir que está em fase de conclusão o projeto de construção de um hospital na zona leste de Porto Velho com 200 leitos. “Vamos revitalizar o hospital de Guajará-Mirim e concluir a contratação de serviços médicos. Estive em Brasília com o ministro Alexandre Padilha no sentido de revitalizar o materno infantil”. O deputado Ribamar Araújo (PT) disse que fez a convocação, “principalmente, para esclarecer uma onda de boatos que davam como certa a saída do secretário da titularidade da pasta”. Outro ponto, argumentado pelo parlamentar, foi para que secretário pudesse falar das ações dos 100 primeiros dias de mandato e sobre as proposta para sequência do trabalho. Já o deputado Euclides Maciel (PSDB) falou que “seria um crime” a exoneração do secretário neste começo de governo. O senador Valdir Raupp e a deputada federal Marinha Raupp, ambos do PMBD, segundo ele, deveriam brigar pela transposição dos servidores estaduais para o quadro federal e não pela troca de secretário da saúde. O parlamentar acrescentou que o primeiro passo para melhorar a saúde é a valorização da área.

Por outra lado, a deputada Ana da 8 (PTdoB) frisou que o caos no setor é em todo país. “Cada autoridade deveria fazer seu papel de executivo ou de legislador em todos os municípios. Assim a situação não seria esta”, observou. A parlamentar destacou que está faltando maior envolvimento. Ana, que é técnica em enfermagem, solicitou ao secretário empenho na melhoria dos salários dos funcionários da saúde. Disse ainda que está na hora de uma grande campanha para concretizar a construção e funcionamento do hospital do câncer em Rondônia. O petista Hermínio Coelho lembrou que o governador Confúcio Moura é médico, foi secretário de saúde e conhece o setor. Ele comparou a saúde de Rondônia ao América, time de futebol do rio de Janeiro, enfrentando o Barcelona. “Do jeito que está sendo conduzida a área é muito difícil dar certo”, enfatizou. No entendimento de Hermínio, o governo federal vem repassando recursos volumosos para o estado, mas recebe críticas justamente porque o resultado dos investimentos não aparecem. “A saúde vai continuar doente por causa da má administração de verbas”, destacou.

Para o deputado Neodi Carlos (PSDC) é preciso coragem para assumir o cargo de secretário de saúde. Segundo ele, é irracional a cobrança de resultados em apenas 100 dias. Ele citou que os problemas na área se agravaram com a implantação das usinas do Madeira e o consequente maior número de pessoas necessitando de assistência médica. O trânsito caótico em Porto Velho, de acordo como ele, também está colaborando para o inchaço de pacientes nos hospitais. Lamentou também a falta de um hospital municipal em uma cidade do porte de Porto Velho. O deputado Jesualdo Pires (PSB) também abordou o aumento da demanda na área assistencial com a construção das hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio. Ele disse ainda que o Executivo não deve “fritar” assessores por conta de um jogo de interesse. Essa “indústria dos recados”, segundo ele, gera instabilidade para os que estão nos cargos e em todo Estado.

De acordo com o deputado Adelino Follador (DEM), a prefeitura de Porto Velho gasta mais em mídia do que em obras. “Deveria tentar resolver o problema da saúde”, sugeriu. Ele observou que foi prefeito municipal por três oportunidades e “hoje vejo prefeitos brincando com a saúde dos municípios. É preciso trabalhar em parceria com o governo para se alcançar bons resultados. Vamos dar maior atenção à saúde porque o povo está sofrendo nas filas dos postos e hospitais que, em sua maioria, estão sucateados. É preciso fiscalizar mais se recursos estão sendo aplicados de forma correta”, conclamou. A deputada Epifânia Barbosa (PT) indagou sobre a construção de um hospital infantil e maior atenção para com a população quando da necessidade de atendimento médio e hospitalar.

O deputado Flávio Lemos (PR) disse que sempre vai ao hospital João Paulo II por uma questão humanitária e já presenciou toda sorte de sofrimento humano. Ele disse entender que não é fácil solucionar tantos problemas em apenas 100 dias, mas disse confiar no governo Confúcio Moura para a funcionalidade da área. O líder do governo, deputado Edson Martins (PMDB), comentou que esteve com o governador Confúcio Moura e recebeu a informação que, por enquanto, não haverá mudança na Secretaria de Saúde.

O parlamentar disse também que esteve com o senador Valdir Raupp e ele garantiu que não indicou ninguém e não pediu mudanças na Secretaria de Saúde. Já o deputado Zequinha Araújo (PMDB) parabenizou o secretário Alexandre Muller por comparecer a Assembleia. Ressaltou que o secretário sempre atende bem as pessoas. Disse que o governador Confúcio jamais anunciou que faria troca na saúde em 100 dias. Pediu melhoria salarial aos servidores da saúde e elogiou o trabalho que vem sendo realizado na Sesau.

Por fim, o presidente Valter Araújo falou que entende não ser possível resolver os problemas da saúde em tão pouco tempo. Lembrou que a demanda aumentou bastante em Rondônia com a construção das usinas do rio Madeira. “Não adianta apenas pensar em contratar, tem que se pensar em pagar bem para ter a exclusividade dos trabalhos. Quem trabalha com saúde trata com vidas e merece a atenção especial”, disse ao colocar a Assembleia Legislativa à disposição para resolver os problemas da saúde em Rondônia, para que haja o melhor atendimento da população, já que houve o contingenciamento de emendas parlamentares, na ordem de R$ 48 milhões, para atender, entre outras prioridades, o setor de saúde do Estado.

Fonte: ALE/RO – DECOM
 

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