Moradores iniciam vida nova em assentamento do Socialista

As famílias que foram assentadas na última quarta-feira (23/6) pela prefeitura de Porto Velho no bairro Socialista estão levantando suas casas para garantir a posse dos lotes doados pelo município. Na manhã desta segunda-feira, as famílias trabalharam com o apoio de equipes das secretarias municipais de Habitação e Regularização Fundiária (Semur), Obras (Semob), Serviços Básicos (Semusb) e Administração (Semad), além da Empresa Municipal de Desenvolvimento Urbano (Emdur). As equipes atuam para completar o arruamento e limpeza de terrenos e preparam o terreno para a instalação de energia elétrica nas áreas que ainda não contam com este benefício. A prefeitura também providenciou um caminhão-pipa que percorre as ruas para diminuir a poeira e está doando refeições e água para os moradores que trabalham na construção das casas.

Um acordo feito com a empresa proprietária do terreno do Alfaville de onde os beneficiários dos terrenos foram retirados por força de uma liminar determinou que a mesma providenciasse seis caminhões, que estão fazendo a mudança dos moradores da área reintegrada para o novo assentamento. “As famílias assentadas pelo Projeto de Assentamento Assistido do Socialista estão tendo todo o apoio necessário para construir suas casas e tomar posse de seus terrenos”, garante a secretária adjunta da Semur, Mônica Carvalho. Ela explica que os beneficiários do programa têm um prazo de 20 dias para levantar a moradia e durante todo este período a prefeitura oferece o apoio necessário para as famílias beneficiadas.

Escritura

A oportunidade de ganhar um terreno com escritura garantida em assentamento com toda a estrutura de arruamento, limpeza e energia elétrica está realizando o sonho de muita gente. É o caso, por exemplo, de Marina, vigilante, 37 anos, mãe de três filhos. Depois de morar “de favor” na casa de parentes, viver na casa da sogra e pagar até R$ 460 por um aluguel, ela foi beneficiada com um lote no assentamento do Socialista, aonde está construindo uma pequena casa de alvenaria. O marido, em licença médica por conta de problemas cardíacos, ajuda na construção da casa.

Para Patrícia, 34 anos, mãe de dois filhos pequenos, o terreno doado pela prefeitura representa “a realização de um sonho”: “Agora posso investir no que é meu”, afirma. Ela conta que o marido chegou a perder o emprego para “segurar” uma casa em uma área de invasão, mas mesmo assim não conseguiu assegurar a área. “Nas invasões é assim. A gente precisa marcar presença senão vem outra pessoa e toma o terreno. Com isso, o meu marido preferiu largar o emprego para cuidar do pedaço, mas não teve jeito”, relata Patrícia. Para construir a casa no Socialista, o auxiliar de almoxarifado Jackson Diniz. 31 anos, pai de uma garotinha, pediu uma semana de licença no emprego. Acampado no terreno doado pela prefeitura, ele está erguendo uma casa de madeira. “Estou fugindo do aluguel, que custava R$ 250”, afirma.

Assentamento Orientado

O Projeto de Assentamento Orientado conta com três áreas em Porto Velho e terá continuidade com a ocupação de outros terrenos desocupados da municipalidade. O projeto prevê a doação de terrenos titulados, com infra-estrutura de energia elétrica, limpeza e arruamento. Os assentamentos estão inscritos para extensão da rede de abastecimento de água (que é de responsabilidade do Governo do Estado) e contam com espaço para construção de equipamentos comunitários. No Socialista, além das 150 famílias assentadas – que foram despejadas na última terça-feira (21) de uma área do Alfaville, mais 220 serão assentadas. O Projeto conta com outros dois assentamentos, o Ayrton Sena, com cerca de 700 famílias, no bairro Marcos Freire, e outro no Teixeirão, com 103 famílias. O trabalho terá continuidade para beneficiar os demais moradores cadastrados na Semur. A Secretaria mantém um monitoramento constante para evitar que as áreas doadas sejam utilizadas para especulação imobiliária. “Temos uma equipe de fiscalização e averiguamos qualquer denúncia neste sentido”, explica Mônica Carvalho.

Fonte: Ana Aranda