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Moradores do Joana D’Arc denunciam situação caótica


Uma comissão de moradores do Assentamento Joana D’arc I, II e III esteve na manhã de ontem, quarta-feira (16), e denunciou aos deputados integrantes da Comissão de Agropecuária e Política Rural a situação caótica que se encontram devido a alagação que tomou conta da região por conta da construção das usinas que estão sendo erguidas no rio Madeira, em Porto Velho. Pediram providências e exigiram novos terrenos para produzir e a suspensão dos impedimentos estabelecidos pelo Ibama, cerceando o direito de ir vir.

José Antônio de Souza, da Vila Franciscana Jatuarana, denunciou que as escolas estão com suas atividades paralisadas. Os ônibus não circulam e “toda redondeza virou um imenso lago. Tudo que se planta finda em prejuízo porque nada tem sustentação. Quem optou pela plantação agrícola tem como certo o prejuízo porque a cheia mata a plantação. Queremos outra área para podermos sobreviver com dignidade”. Já Maria de Jesus, presidente da Vila Francisca, falou que já procurou o prefeito Roberto Sobrinho em busca de solução para a comunicada de Joana D’arc e recebeu como resposta o fato de que “vai colocar nenhum metro de cascalho porque já fez o que devia”. Ela disse que a produção agrícola apodrece por conta do lençol freático que foi afetado pela enchente.

“Estamos entre duas usinas (Jirau e Santa Antônio) e de duas reservas e completamente esquecidos. Queremos outro local produtivo. A Santo Antônio Energia diz que o local é terra de ninguém e por isso não pode fazer nada. Nós não tivemos compensação. Não somos contra o empreendimento, mas queremos ser respeitados”, desabafou Maria de Jesus.

A deputada Ana da 8 (PT do B) foi enfática ao falar que “todos os órgãos federais estão se omitindo. Ninguém aparece para resolver a questão dos assentados. As empresas que estão construindo as usinas sempre foram alertadas sobre os impactos e nada foi resolvido até agora”. Ana da 8 lembrou que a Assembleia Legislativa aprovou a desafetação da área, mas o que ser observa são madeiras submersas, muito lixo ambiental e bastante produtos agrícolas estragados. Na Nova Mutum e no Jatuarana as casas estão sendo afetadas e que os donos dos barcos estão sofrendo porque não podem navegar. “A omissão é geral. Sou solidária ao povo sofrido que vive na região. Tem que se tirar todos de lá porque o local está condenado. O ideal é deslocar o povo para local onde possa produzir. O mais grave é que estão dando licença para madeireira funcionar. A liberação é por amizade ou parentesco. Isso precisa acabar. Precisamos ver in loco para ajudar essas pessoas que estão clamando por socorro”, completou a deputada do PT do B.

O deputado Luiz Cláudio, presidente da Comissão, disse que o impacto foi três vezes maior do que era previsto e os assentados do Joana D’Arc não estão podendo navegar no local porque o Ibama não está permitindo. “Ali tem mais de 900 famílias e mais de 250 alunos estão sem transporte escolar. Além disso, a área está encharcada prejudicando as culturas de mandioca e banana”, destacou.

De acordo com o presidente da CAPR, conforme informações preliminares das vistorias que já foram realizadas no local, 75 famílias precisam ser transferidas com urgência e será formada uma comissão com o Incra, Ministério Público e grupo de produtores para avaliar a situação. Informou que o Ibama também deverá prestar esclarecimentos sobre a situação. Disse ainda que o deputado Flávio Lemos (PR) possui um relatório sobre o impacto no Assentamento Joana D’Arc e que o mesmo será encaminhado ao Incra.

O chefe de gabinete do Incra, Valdomiro Barros, representando o superintendente Luís Flávio, justificou a ausência do titular por ele estar em viagem. Falou que acatou todas as reclamações e que o novo superintendente já foi à região verificar a situação. Explicou que Santo Antônio tem um termo de compromisso com o Incra de fazer um relatório antes e depois do impacto. Salientou que o Incra já está com equipe formada para fazer a remoção das famílias, mas que não será uma medida a curto prazo. Quanto às estradas, explicou que o assentamento não foi contemplado pelo programa de abertura de estradas. “Apesar das dificuldades o Incra tem lutado pelo desenvolvimento de Rondônia e nos colocamos à disposição para maiores esclarecimentos e ajudar em todo esse processo”, concluiu.

Fonte: ALE/RO

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