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Menos de 50 novos nomes no Congresso


Agência O Globo BRASÍLIA - O Congresso que assume um novo mandato a partir de fevereiro derruba uma esperança do brasileiro: a da renovação. Os "novos" parlamentares não são tão novos assim, e verdadeiros estreantes não chegam a 50. As conclusões fazem parte de um estudo produzido pelo Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap) a partir das biografias e experiências políticas dos 513 deputados e 27 senadores eleitos em outubro. O levantamento do Diap demonstrou que, dos 243 "novos" deputados, 200 já exerceram algum mandato ou cargo público em alguma das três esferas de governo - federal, estadual ou municipal. Amapá e Distrito Federal propiciaram, percentualmente, a maior troca de cadeiras. Cada um tem direito a oito representantes e apenas dois no Amapá e dois no DF foram reeleitos. Goiás, ao contrário, manteve a maior parte dos deputados. Das 17 vagas, 14 continuaram com os mesmos titulares e três (17,65%) são novatos. O estudo do Diap traçou também o perfil sócio-econômico do grupo que assume. Estatisticamente, o novo Congresso será de elite. Em termos de escolaridade, a futura Câmara não deve nada aos parlamentos de países mais desenvolvidos: 413 dos 513 deputados declararam que têm curso superior (80,5%), e outros 37 (7,2%) têm formação superior incompleta, chegando perto dos 90% do total. A maior parte dos deputados é de profissionais liberais. São 265, entre eles 87 advogados, 54 médicos, 47 engenheiros, 20 economistas e 15 administradores. A segunda maior representação será dos empresários (120). Os assalariados serão representados por 88 deputados, enquanto trabalhadores rurais e operários somam 19. Para o coordenador-geral do estudo do Diap, o cientista político Antônio Augusto de Queiroz, o governo pode enfrentar dificuldades caso queira implementar reformas mais sociais. - O novo conjunto de parlamentares é mais liberal do ponto de vista econômico e mais conservador do ponto de vista social. Se o governo quiser implementar um discurso mais à esquerda, poderá ter dificuldades. Ganharam espaço as bancadas ruralista e empresarial. Perderam as dos sindicalistas e evangélicos. Os ruralistas, uma das categorias mais eficientes do Congresso, perderam em quantidade: caíram de 111 para 104 parlamentares. A bancada feminina no Congresso cresceu em relação a 2002. Foram eleitas 46 deputadas, por 20 estados e por 13 partidos, representando 8,97% das cadeiras da Câmara. No Senado, embora 20 dos 27 senadores que assumirão sejam considerados novos, todos têm experiência política anterior, inclusive de presidente da República, como o Fernando Collor (PRTB). Há pelo menos cinco ex-governadores, além de ex-deputados estaduais e federais e prefeitos.

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