Indicações do PT podem gerar crise

 
Não são apenas as indicações em nível federal que podem gerar crises e problemas. O anúncio de que as secretárias de Educação e de Agricultura serão entregues ao Partido dos Trabalhadores-PT acendeu a luz vermelha entre as forças de sustentação de Confúcio Moura que consideram que está sendo dado muito espaço aos petistas. Pelo menos esta é a reclamação feita em surdina por um alto dirigente partidário que manifestou, segundo ele, a insatisfação que já grassa entre os apoiadores de Confúcio que dizem que, apesar do governador eleitor, falar com muita gente, ouvir muito, observa-se que as decisões estão sendo tomadas por muito poucas pessoas e sem levar em conta o peso político dos partidos e a importância que tiveram na sua eleição. Há queixas de que apenas alguns caciques estão sendo ouvidos e até mesmo estes tem tido seus nomes prediletos preteridos por razões que, para muitos, são “desculpas esfarrapadas”.

Descontentamento encoberto

Muitos dos descontentes não conseguem compreender os critérios de nomeação que estão sendo adotados até mesmo quando se trata de membros de seus partidos como é o caso de uma suposta nomeação de uma pessoa de um partido importante para a eleição de Confúcio que nem tem peso no partido nem reconhecimento por parte das pessoas que, realmente, se engajaram na linha de frente da eleição. A mesma coisa acontece no que consideram que é um peso desproporcional para o pouco que o PT representa oferecer duas secretárias que representam mais de 33% do governo, de vez que somente a Educação possui 25% do orçamento do Estado. Para alguns a nomeação de Epifânia ainda se explicaria por matar dois coelhos com uma só cajadada. Ao mesmo tempo que adoça a boca do Prefeito Roberto Sobrinho, que tem votos em Porto Velho e será um parceiro importante, consegue impedir que o Sintero, um sindicato com evidente vinculo petista, crie problemas para a futura administração. Não se entende, porém, a razão pela qual se entregar Anselmo a importante secretária de Agricultura na medida em que este sendo superado por um prefeito quase desconhecido demonstrou fragilidade política e não se observa nenhuma razão válida para tentar recuperar uma liderança petista em queda livre.

No fundo, porém, são os interesses contrariados que estão aflorando. Havia, por parte em especial do Partido Democrático Trabalhista-PDT, a quase certeza que o nome para comandar a pasta de educação seria o de Mario Jorge, que tem toda uma história partidária, e teve participação decisiva para que o partido apoiasse o governador eleito. Ninguém fala muito a respeito na medida em que é o senador Acir Gurgacz o indiscutível líder do PDT, mas, a notícia provocou um certo desconforto e mesmo uma decepção. Outra similar vem do seio do próprio PMDB onde se esperava que fosse quase automática a assunção do secretário municipal de Saúde, Williames Pimentel, para a pasta estadual. Com o convite feito ao médico Hiram Gallo também houve uma visível sensação de desconforto no partido inclusive porque a preterição de Pimentel representa um golpe na influência que se esperava que o partido tivesse para emplacar alguns nomes. Com o governador eleito, porém, todo mundo continua só sorrisos e rapapés. Porém, a verdade é que este descontentamento virá à tona, mais cedo ou mais tarde, se a nomeação dos outros cargos não for feita de forma compensatória, mas, que há um forte descontentamento com o naco já ofertado ao PT não resta dúvida que há. Inclusive uma frase ouvida resume o sentimento dos próprios peemedebistas “Oferecemos a vice e não aceitaram. Depois vieram por falta de opção e, para ser claro, só devemos algo a Roberto. O PT até criou problemas na reta final”.

Fonte: Jornal Alto Madeira