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GRAVIDEZ PRECOCE: Sobrinho determina suspensão da distribuição de cartilhas


 

Apesar de adotar abordagem padrão do MS, cartilha virou polêmica familiar e religiosa

Após ouvir algumas instituições como o Ministério Público Federal e pais e mães de famílias, o prefeito Roberto Sobrinho determinou a suspensão da distribuição de cartilhas que tratam da sexualidade na pré-adolescência e na juventude, com uma abordagem voltada para a prevenção da gravidez precoce e indesejada. 

Roberto Sobrinho disse que a cartilha será reavaliada juntamente com instituições e representantes das famílias e, se houver aprovação, voltará a ser distribuída, mas para um público mais adulto, a partir dos 17 anos.
 
A linguagem usada nas cartilhas distribuídas pelas secretarias municipais da Educação e da Saúde não diferem em nada das cartilhas distribuídas pelo Ministério da Saúde e pela Secretaria Estadual da Saúdes. A forma da abordagem segue uma diretriz padronizada pelo Ministério da Saúde para todo o país, porém, foi em Porto Velho que sua distribuição virou polêmica familiar e religiosa. Em função disso, o prefeito optou por suspender sua distribuição, para que a estratégia das ações de prevenção à gravidez precoce seja reavaliada. 

Apesar de toda a controvérsia, segundo o prefeito Roberto Sobrinho, “o que não se pode fazer é fechar os olhos e fingir que o problema não existe, quando sabemos que milhares de famílias convivem diariamente com algum tipo de conseqüência da sexualidade precoce, seja por meio da gravidez indesejada ou da contaminação por doenças sexualmente transmissíveis”. 


Números


Essa preocupação do prefeito é sustentada por números que dispõem as secretarias da Educação e da Saúde. A Semed, por exemplo, fez um levantamento de sua clientela do Pro-Jovem e descobriu que dos 1.500 jovens, quase 500 são pais ou mães. 

O mesmo quadro é encontrado na Educação de Jovens e Adultos (EJA). Muitos são pais e mães. Das mães, um número significativo está na segunda gravidez. 

É na Saúde, entretanto, que os problemas são mais acentuados, revelando uma realidade aterradora da juventude de Porto Velho. Para começar, enquanto que a média de iniciação sexual dos brasileiros está em torno dos 15 anos de idade, segundo estudos do Ministério da Saúde, em Porto Velho o relacionamento sexual dos jovens é mais precoce ainda, começando por volta dos 10 a 12 anos. 

Segundo dados da Maternidade Municipal Mãe Esperança, dos 12.921 partos registrados de julho de 2006 a agosto de 2009, 28,34%, ou seja, mais de 3 mil, foram de jovens na faixa etária dos 10 aos 19 anos. Do total de abortamentos, a maioria provocado por medicamento adquirido clandestinamente, 22,36% estão na faixa etária dos 13 aos 19 anos. 

As ações do planejamento familiar só no primeiro semestre deste ano atingiram um público de 478 mulheres. Dentre elas, oito tinham idade entre 10 a 14 anos e 150 tinham entre 15 a 19 anos. A maternidade já registrou também a gravidez em crianças de apenas nove anos. 

As doenças sexualmente transmissíveis, um dos grandes problemas da saúde pública, também atingem em cheio pré-adolescentes e jovens de Porto Velho. A taxa de incidência de AIDS em Porto Velho atinge mais pessoas na faixa dos 20 aos 34 anos. Se considerar que o tempo que vai do contágio à manifestação dos primeiros sinais da doença pode levar de cinco a dez anos, deduz-se que essas pessoas estão se contaminando na mais tenra juventude. 

De 51 casos notificados entre 97 a 2006 de gestantes infectadas pelo HIV, um total de 14 casos eram de jovens na faixa dos 10 aos 19 anos. Neste caso, além da adolescente infectada, corre-se o risco de a criança ser também contaminada antes de nascer.
Também alarmante é o número de casos de gestantes jovens acometidas de sífilis, doença que causa perda gestacional e doenças congênitas, como prematuridade, baixo peso, surdez neurológica e dificuldade no aprendizado, dentre outras. 

“Sozinho o Poder Público não tem como solucionar esse problema. Precisamos envolver a sociedade, instituições e as famílias para juntos discutirmos o desenvolvimento de ações articuladas. Só não podemos é fechar os olhos”, observou o prefeito Roberto Sobrinho. 

Fonte: Ascom

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