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GilettePRESS: Dia do Deficiente Físico


 

 

 

 

 

As pessoas portadoras de deficiência física são vítimas de problemas congênitos, enfermidades ou causas traumatológicas. Como toda minoria, são relegadas a segundo plano, visto não existir uma consciência popular valorativa sobre os seus potenciais, como se a cabeça estivesse na disfunção de um membro locomotor ou no atrofiamento de um braço.

Ter um defeito físico, andar numa cadeira de rodas, geralmente significa ser inválido, estar cerceado do sagrado direito de auto-sustentar-se com o fruto do próprio trabalho. É a chamada rotulagem despreziva que tanto mal nos faz. Os órgãos estatais fecham as portas. E, para qualificar-se, nem se fala, pois as barreiras arquitetônicas das escolas relegam o aluno, logo no primeiro dia de aula, bem como o mobiliário das cidades e o transporte coletivo, que não são planejados para esses "imperfeitos seres".

 

Mens sana

A discriminação, por parte da própria família, que tem por tradição esconder os seus deficientes, é a mais crucial, numa amostragem, sem dúvida, de desumanidade. É o retrato de um país que não encara os seus problemas, não sabe transformá-los, aceitando, apenas, os fortes, perfeitos e vencedores. A sociedade não sabe conviver com essas pessoas. Ainda não conseguiu entender que o maior potencial humano é a mente e, se essa está ilesa, a vida é possível e o trabalho é digno dentro da capacitação. A informação e o espírito de solidariedade ainda são muito pequenos entre nós. Nunca paramos para pensar como é o dia-a-dia de uma pessoa que tem por pernas quatro rodas de uma cadeira.

 

Solidariedade

Estamos sempre ocupados com os nossos próprios problemas, esquecendo-nos de que as fatalidades não avisam, nem escolhem status. Quando deparamos com alguém de muletas ou cadeira de rodas, a idéia é de que está aposentado ou aposentando, embora sirvam as pernas, apenas, para cumprir a simples missão de andar. E, se a pessoa for do sexo feminino, principalmente, presume-se logo que jamais encontrará companheiro, ou, se a seqüela for recente, fatalmente será abandonada por ele. É como se, de repente, o ser humano se transformasse num objeto sem valor. É raro vermos uma pessoa deficiente física ocupando um cargo público de comando e, se a fatalidade ocorre durante o exercício dele, a aposentadoria é compulsória, sem nenhuma chance de readaptação dentro do órgão. Sequer, pensa-se numa transferência para outro cargo mais compatível com a limitação física adquirida.

 

Descartável

Simplesmente, descarta-se. Afinal, estamos na era dos descartáveis. É um marco da personalidade brasileira e do machismo arraigado de governantes desinformados que não sabem buscar, transformar, aproveitar, mesmo tanto tempo depois da teoria de Lavoisier: "...nada se perde, tudo se transforma". Quando uma parte do corpo se fragiliza, as outras se encarregam do trabalho, provando que não há problema sem solução. A mídia é a grande responsável por essa imagem, tão negativa, do deficiente físico. Fulcrada em desinformações, as novelas banem até a sua sexualidade, forçando-o, mesmo, a tornar-se um cadáver vivo. Estar deficiente, fisicamente, não significa estar assexuado.

 

Compensação

Sempre há uma saída, tendo em vista a lei da compensação e a perfeição da natureza. É costume, também, mostrar a penúria, a fatalidade, a invalidez do incapacitado físico, e nunca o seu trabalho digno, a sua competência, o seu esforço para vencer barreiras. Vê-se sempre o invólucro, e nunca o conteúdo. É pena que não entendam que do mínimo indispensável é possível construir uma obra de arte. "O essencial é mesmo invisível aos olhos. É preciso buscar com o coração". Apesar de não sermos detentores dos nossos movimentos físicos, não precisamos da caridade pública e não devemos ser excluídos do sistema sócio-econômico e político do país. Precisamos ser reconhecidos como força de trabalho, com o direito de competirmos e mostrar que somos capazes, quebrando tabus, preconceitos e discriminações. "...tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais na medida em que eles se desigualam". Sabedoria máxima de Rui Barbosa, que bem pode ser aplicada aos incapacitados físicos.

 

Direitos

Afinal, somos desigualdades, mas merecemos respeito e temos o direito de legar a nossa participação de trabalho. Partindo do princípio de que o veículo, além de instrumento de trabalho é o substituto de nossas pernas, torna-se de muita importância essa isenção fiscal, que nos facilita a celeridade do caminhar, inserindo-nos com mais facilidade no mercado de trabalho e na convivência social. Entretanto, sabemos que nem todos os artigos são auto-aplicáveis, necessitando de leis regulamentadoras (federais, estaduais e municipais), que morosamente arrastam-se pela burocracia. Mas, já é um avanço que tem melhorado a qualidade de vida do deficiente físico, aumentando-lhe a auto-estima e proporcionando-lhe o sustento com o próprio trabalho.

 

Motivação

Ousamos dizer que não se deve dar ao homem o que ele pode conseguir com fruto do seu trabalho, sob pena de roubar-lhe a dignidade. Depois, é o trabalho uma verdadeira terapia, que nos devolve o sentimento de utilidade e a oportunidade merecida para provarmos que poderemos ser, não apenas força produtiva, mas, força transformadora para aumentar a esperança em um país justo e progressista, diminuindo-lhe os problemas sociais, além de servirmos de motivação e incentivo aos muitos paralíticos andantes, que se estribam numa ociosidade crônica para nada fazerem ou mal fazerem. Com a abertura do mercado de trabalho, através da Carta Magna, chegou a hora de provar a que viemos.

 

Sem protecionismo

Chegou a hora de mostrarmos à sociedade que o mais perfeito caminhar executa-se com mente, além do famoso "querer é poder". Chegou a hora de darmos exemplo. Não obstante os muitos cerceamentos que sofremos na pele, impostos pela deficiência, temos que rebatê-los com uma só ação: CORAGEM de ir à luta e vencer, deixando sempre à amostragem a competência, o preparo técnico científico peculiar ao desempenho da função que conquistarmos, nunca nos escudando sob o pretexto da deficiência para auferirmos vantagens ou buscar protecionismo.

 

Sem paternalismo

Não há discriminação que resista à competência. Agora, resta-nos exigir o cumprimento das leis na satisfação dos direitos. Necessário se faz um trabalho conscientizador a partir do próprio deficiente, da sua família (que deve se engajar) até à sociedade e governantes, tão desinformados sobre os potenciais humanos. É preciso que a sociedade troque os sentimentos de paternalismo, compaixão ou desprezo por outros valorativos, respeitosos e reconhecedores, devolvendo ao deficiente físico a cidadania, o direito de participar dessa caminhada que chamamos de vida.

- Comentários que recebi de um leitor anônimo - certamente, deficiente - que muito bem define e manifesta o sentimento que devemos, hoje, extravasar.

 

Só brasileiro não vê

(ou não crê... neste país)

 

– A empresa espanhola OHL venceu o leilão para explorar cinco dos sete lotes de rodovias no país, na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). A construtora desbancou as brasileiras Companhia de Energia Elétrica do Paraná (Copel) e os grupos Ecorodovias, e J. Mallucelli, que também concorreram.
Além dos lotes que abrangem rodovias federais no Paraná, a empresa espanhola arrematou os trechos da BR-101 e da BR-381, e conquistou as concessões das cinco áreas por ter sido a concorrente que ofereceu o menor valor de tarifa para os trechos correspondentes.

Quanto custa?

Por exemplo, no lote 7, que liga Curitiba a Florianópolis, o valor da tarifa oferecido pela construtora foi de R$ 1,028 por praça de pedágio. Como haverá cinco delas no trajeto ligando a capital paranaense à de Santa Catarina, o usuário desenbolsará R$ 5,14 a mais por viagem. A paranaense Copel deu um lance cerca de 50% maior, correspondendo a R$ 1,95 por praça de pedágio, um total de R$ 9,75 pelo trajeto.

Outra gringa

A espanhola Acciona conquistou o direito de explorar outras duas rodovias: o lote 3, que corresponde ao trecho da BR-393 entre Minas Gerais e o Rio de Janeiro, e um  trecho da BR-153, que corta o estado de São Paulo.

25 anos

Durante esse período, elas se comprometem a fazer as obras de melhoria previstas pelo edital do leilão e a fornecer serviços de socorro e atendimento aos usuários da via. E  devem começar a operar em meados de 2008.

- Se não dá lucro, como é que os europeus vêm, lá de longe, faturar aqui?

- E, assim, continuamos entregando nosso solo pátrio - siderurgias, metalurgias, florestas, energia elétrica, Sivam... Aos poucos, outras nações se infiltram - com nosso consentimento - entre nós, e vão assumindo...

Fonte:
[email protected]

 

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