Ganância por cargos move Moreira Mendes

INGRATIDÃO - Fontes internas ligadas ao governador Cassol criticam posicionamento oportunista do deputado federal.

Não foi somente o presidente regional do PSDC do Estado, Edgar do Boi, que considerou ser “muito estranho” o posicionamento do deputado federal Rubens Moreira Mendes, presidente regional do PPS em Rondônia, ao fazer críticas à gestão do ex-governador Ivo Cassol (PP) e as pré-candidaturas de Tiziu Jidalias (PP), ao Senado, e do presidente da Assembléia Legislativa, deputado Neodi Carlos (PSDC), ao cargo de vice-governador na chapa encabeçada por João Cahulla (PPS). A insatisfação com Moreira se estendeu também a muitos aliados do ex-governador que, na sua volta, a Rondônia foi saudado efusivamente, mas, também teve os ouvidos muito “alugados” com reclamações contra o comportamento esdrúxulo de Moreira Mendes que, muitos, creditaram ao desejo de ter mais poder e cargos.

Esquecimento e ingratidão

Moreira Mendes teceu críticas ao ex-governador Ivo Cassol e não escondeu sua insatisfação por não compor o quadro do governo durante a gestão Cassol. Talvez, justamente, por o governador ser muito cioso do seu poder e conhecer bem o temperamento “expansionista” do deputado que dizem que no começo “pede o dedinho, mas, depois quer avançar sobre tudo”. È do temperamento do governador Cassol, e daí também sua eficiência, o fato de ter controle sobre seu governo razão pela qual mesmo com parceiros que fizeram muito mais que Moreira não abre espaço, exceto quando as pessoas são de sua estrita confiança tanto que o próprio PSDC, como disse Edgar do Boi, não faz parte da administração do atual governo, mas, sempre foi um importante e indispensável parceiro na base política do governo. “Por outro lado, temos a nossa independência política partidária. Estamos estruturado nos 52 municípios de Rondônia. Nas últimas eleições elegemos 34 vereadores e hoje contamos com três prefeitos e quatro vice-prefeitos, além de ter o presidente da Assembléia Legislativa, deputado Neodi, como liderança no Estado”. Ou seja, administração é administração, vida partidária é vida partidária.

Um dos críticos de Moreira lembra que este se elegeu com todo o apoio do governador Cassol e que “Foi uma troca justa na medida em que Cassol se abrigou no partido que era dele”. No entanto, “é uma característica de Moreira querer sempre mais”. È o que ocorre agora quando deveria estar comemorando o fato de que o PPS indicou seu filho, o ex-vereador Guilherme Erse, para a Casa Civil, e o secretário geral do partido, Benedito Orlando de Oliveira, para ocupar o cargo de presidente do Iperon além de beneficiado com cargos em várias secretarias regionais no interior do Estado o que só acontece “pelo estilo de Cahúlla ser diferente, mas, não se pode esquecer que é também graças a Cassol”. É um desserviço ao próprio Cahulla que, como candidato a governador, precisa agregar e não desagregar os grupos políticos que se consolidaram nos últimos anos graças, especialmente, à competência de Cassol. Tanto membros do PTB e PP demonstraram grande insatisfação com as declarações de Mendes à gestão do ex-governador Ivo Cassol. Segundo uma das lideranças próximas ao ex-governador Moreira deveria repensar seu posicionamento na medida em que é preciso não esquecer “Que quem foi rei não perde a realeza em especial quando tem importância eleitoral do ex-governador”.

Fonte: Jornal Alto Madeira