Terça-feira, 16 de novembro de 2021 - 16h20
A julgar
pelas intenções declaradas na retórica dos palanques, o Brasil é pleno de
moralidade. O problema está nas atitudes. Ou nos gestos. “De boas intenções o
inferno está cheio” – dizia o santo francês São Bernardo de Clairvaux
(1090-1153). Conselheiro de reis e papas, ele exibiu a elasticidade moral das
próprias intenções ao defender a Segunda Cruzada, para combater àqueles que
eram considerados hereges, por ousarem interpretar de modos plurais a ortodoxia
católica. Mora exatamente aí – e nesse ponto pode ser adequadamente
dimensionada – a distância entre pregação e atitude.
Acuidade,
discernimento e zelo são regras gerais para aqueles que não querem se deixar
enganar. E a escolha democrática do novo presidente do Conselho Seccional da
OAB para o período de 2022/2024, programada para dia 23 de novembro, não está
imune a isso. É claro que o elevado padrão cultural e as facilidades do acesso
à informação pelo eleitorado dificultam isso. Mas não se pode considerar
exaurido o recurso a encômios e sarabandas.
Permanece
salutar, pois, a orientação bíblica de Mateus 26:41: Vigilate et orate. E isso
vale para qualquer eleição, de grêmio estudantil ao Conclave do Cardinalato.
Basta submeter às propostas dos candidatos ao escrutínio da verossimilitude e à
ponderação da razoabilidade. Pessoalmente, após cuidadosa análise das
proposições dos concorrentes, optei por apoiar a “Chapa 10” liderada pelo
advogado Márcio Melo Nogueira. É aquela que, no meu modesto entendimento, mais
se identifica com os princípios que considero fundamentais para a gestão dos
destinos da OAB Rondônia. Especialmente pelo apoio à jovem advocacia,
fortalecimento da participação da mulher advogada e atenção às subseções.
O
candidato não se limita a apontar o que é preciso fazer. Ele mostra em seu
projeto o que, porque e como fazer. Observa que, na nova realidade mundial, que
já começa a se apresentar ao mundo pós pandemia, é preciso a unificação de
propósitos para a construção da advocacia dos novos tempos, mais inclusiva,
participativa e inovadora, na qual todos os advogados se sintam representados,
ouvidos e valorizados. Uma OAB capaz de oferecer suporte permanente ao advogado
no seu dia a dia, especialmente a partir da implantação da tecnologia 5G,
prevista contratualmente para instalação já em todas as capitais até junho de
2022.
Márcio
Nogueira assegura que um considerável avanço será a adoção do aplicativo “OAB
na mão”, que irá aproximar ainda mais a tecnologia das atividades do advogado.
Por ele será possível acessar via celular, com rapidez e segurança,
requerimentos, certidões e guias, documentos hoje emitidos apenas
presencialmente. Será também criado o Advlab, uma incubadora para novos
advogados e aceleradora para profissionais já no mercado. A ideia é oferecer a
todos consultoria nas áreas de processos, tecnologia, gestão financeira e
marketing. Ele anuncia também a implantação do programa “Meu Escritório”, com
base física e escritório virtual gratuitos.
O
candidato que lidera a “Chapa 10” quer também estabelecer um programa de
incentivo à mediação e arbitragem, como forma de promover a solução
extrajudicial de problemas jurídicos, o que poderá poupar tempo e custos do
Poder Judiciário. E ainda criar um mercado promissor para a advocacia. Propõe
estender às subseções da Ordem em todo o estado a instalação de postos de
atendimento exclusivo do INSS para os advogados, a exemplo do que já é
realizado com sucesso em Porto Velho, nas dependências da CAARO.
Não integro
a chapa, pelo que deixarei o Conselho Federal da Ordem no próximo ano. Mas
estarei sempre presente: na condição de membro honorário vitalício, pretendo
continuar a servir à OAB, contribuindo com minha história, experiência e amor à
instituição para o fortalecimento da advocacia rondoniense. Permito-me
recomendar, porém, bastante atenção: os vilões de hoje não são mais aqueles que
torciam as bigodeiras, mas os que se escondem, camuflados, sempre à espreita de
condições favoráveis e dissimulados pela nobreza das boas intenções.
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