Cassol confirma mudanças na Ceron

 
Em duas importantes reuniões ontem, terça-feira (19), em Brasília, o senador Ivo Cassol confirmou com os ministros Luiz Sérgio, das Relações Institucionais, e Edson Lobão, das Minas e Energia, a solução de dois grandes problemas que afligem os rondonienses: a assinatura e publicação da transposição dos servidores estaduais para o quadro federal e as mudanças na Ceron para melhorar a prestação dos serviços no estado.

Pela manhã, durante encontro no Palácio do Planalto, Cassol e o deputado federal Nilton Capixaba conversaram com o ministro Luiz Sérgio, cobrando rapidez na tramitação da minuta da transposição, que irá beneficiar milhares de servidores públicos estaduais que poderão optar por fazer parte do quadro federal e trazer uma significativa economia aos cofres do Governo do Estado, calculada em cerca de R$ 20 milhões mensais. Durante a reunião o ministro garantiu que a transposição sai neste semestre, e que estão sendo tomados todos os cuidados para não haver problemas judiciais. Disse também que por se tratar de uma Lei aprovada no Congresso e ser de interesse de toda a bancada não haverá mais atrasos, apenas que a demora decorre dos trâmites burocráticos para assinatura e publicação.

O senador Ivo Cassol não saiu satisfeito da reunião, mesmo tendo a garantia do ministro que a minuta chega em breve no Palácio para sanção presidencial e publicação para efetivamente começar a valer. “Essa novela está demorando muito, nós estamos fazendo o que está ao nosso alcance politicamente, mas tenho certeza que em breve os servidores do estado terão este benefício”, disse o senador.
 

Ceron: redução dos apagões,
mais autonomia e substituição de diretores

No início da noite o senador Ivo Cassol participou de uma das mais importantes reuniões desde assumiu sua cadeira no Senado: ao lado dos senadores Welington Dias (PI), Bendito Lira (AL), Valdir Raupp (RO), Eduardo Braga e Vanessa Graziotin (AM), Cassol tratou com o ministro das Minas e Energia, Edson Lobão, de importantes mudanças na forma de atuação da Ceron, que não tem atendido a contento a população rondoniense, que paga uma das mais altas tarifas de energia elétrica do país.

Cassol fez um relato da situação no estado, destacando a grande quantidade de “apagões” que tem acontecido, causando sérios prejuízos aos usuários, além da falta de autonomia da empresa em tomar decisões locais, pois toda a diretoria está no Rio de Janeiro, enquanto os problemas acontecem em Rondônia. “Não tem cabimento o usuário ser atendido pelo 0800 no Rio, ficar esperando um tempão e não ser atendido quando precisa. Além de apagão praticamente todos os dias, não se vê mais expansão de redes, execução de projetos e pouca eficiência da empresa no estado, pois não tem autonomia prá nada, nem para implantar uma rede ou colocar um poste”, explicou Cassol.

Os demais senadores presentes foram unânimes em suas críticas à prestação de serviço das geradoras e distribuidoras em seus estados: no Amazonas além de falta de redes no interior, a população urbana é praticamente obrigada a fazer ligações clandestinas pois a concessionária local não instala novas linhas, o que acaba sobrecarregando o sistema e causando interrupções. A senadora Graziotin, inclusive, levou à reunião a edição de domingo do principal jornal do estado que trazia na capa matéria destacando que a maternidade de Manaus faz partos à luz de velas, por falta de energia e geradores. Além de órgãos públicos, as empresas da Zona Franca de Manaus padecem com os apagões, paralisando a produção todos os dias. “São 76 horas mensais sem energia na capital, enquanto a média nacional é de 11 horas” afirmou o senador Eduardo Braga.
 

Mudanças confirmadas
em todas as concessionárias

O ministro Edson Lobão ouviu atentamente as explicações e concordou com todas as ponderações dos senadores presentes, afirmando que todas as empresas concessionárias na região Norte estão com problemas financeiros e administrativos, e que o ministério já tomou a decisão de implementar as mudanças solicitadas para diminuir os apagões na região e melhorar o atendimento à população dos estados atingidos.

Entre as principais mudanças confirmadas pelo ministro estão a descentralização das ações operacionais, com a volta das diretorias estaduais com poder de decisão, mesmo vinculadas à diretoria geral, que permanecerá no Rio de Janeiro. Também estão previstos o aumento das equipes de atendimento, projetos e instalações de redes de alta e baixa tensão, para aumentar e melhorar a prestação do serviço ao usuário; maior fiscalização e combate às ligações clandestinas, que poderão resultar na redução da tarifa tornando as empresas prestadoras superavitárias, uma vez que praticamente todas são deficitárias atualmente. “Em todos os estados onde as empresas foram federalizadas temos problemas, por isso vamos mudar a forma de atuação para melhor atender a população. Todas as reivindicações que os senadores apresentaram são de nosso conhecimento e serão atendidas o mais rápido possível”, afirmou Lobão.

Ao encerrar a reunião, o senador Ivo Cassol também cobrou do ministro mais agilidade e rapidez no processo de construção do linhão que vai interligar as usinas de Santo Antonio e Jirau ao interior de São Paulo para ser distribuída. “As obras precisam ser iniciadas imediatamente, pois corremos o risco das usinas estarem prontas e não haver uma linha de transmissão para levar a energia aos consumidores, trazendo prejuízos para todos”, alertou. O ministro afirmou que os procedimentos de licenciamento ambiental realmente atrasaram o cronograma da obra, mas este tempo será recuperado durante a construção das torres, uma vez que o terreno por onde o linhão vai passar não requer grandes estruturas de apoio.

Fonte: Marco Antônio