Domingo, 22 de outubro de 2006 - 19h25
Os moradores dos populosos bairros da zona Leste de Porto Velho exigem explicações verdadeiras sobre os sucessivos e inexplicáveis "blackouts" ou cortes no fornecimento de energia elétrica, que atingem quase diariamente mais de 140 mil moradores da capital.
As reclamações se multiplicam porque a alta de estabilidade na corrente elétrica queima ou danifica aparelhos elétricos; semáforos param de funcionar; nas escolas públicas aulas são quase diariamente interrompidas, no período noturno; as redes telefônicas sofrem danos deixando centenas de telefones desligados; aparelhos de som e de vigilância ficam desativados nas lojas, comércios, consultórios e escritórios, facilitando arrombamentos, furtos e assaltos; formam-se quilométricas filas na Casa Lotérica instalada na Avenida José Amador dos Reis. "Além dos "blackouts", sem explicações satisfatórias da Ceron e da Eletronorte, nós ainda somos atingidos por interrupções no sistema de comunicação entre a Lotérica e a Caixa Econômica, o que impede depósitos, saques, pagamento de contas, e apostas nos jogos de prognósticos", disse à reportagem o pastor Theodorico Fernandes.
"É válido lembrar que os apostadores contribuem diretamente para aumentar as arrecadações de dinheiro para a Seguridade Social; Fundo de Financiamento aos estudantes do Ensino Superior; Fundo Penitenciário Nacional; Secretaria Nacional de Esportes; Fundo Nacional da Cultura; Comitê Olímpico Brasileiro e arrecadação da Receita Federal. Não se justifica, portando, interrupções de fornecimento de energia e Casas Lotéricas fora de sistema", acrescentou o pastor.
Dezenas de fiéis da paróquia São Tiago Maior, no bairro Tancredo Neves, denunciam e reiteram as reclamações contra os "blackouts". "Na semana passada não teve um único dia em que essa Lotérica não tenha ficado sem comunicação com a Caixa Econômica. E quase sem o sistema fica fora do ar depois dos cortes no fornecimento de energia elétrica", disse um pastor da Igreja Universal, instalada também na Amador dos Reis.
"Sexta-feira o "blackout" começou nas primeiras horas da noite e o fornecimento de energia somente foi normalizado na manhã de sábado, quando dezenas de apostadores, aposentados, grávidas e clientes foram avisados que em virtude dos danos causados pela falta de energia elétrica na sexta-feira a Casa Lotérica estava mais uma vez sem comunicação", disse dona Marta Oliveira. "O fornecimento de energia elétrica é serviço essencial e nós estamos a exigir mais responsabilidade da Ceron e da Eletronorte", disse uma professora lotada na escola estadual Risoleta Neves. Fonte: (A/J)
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