Sábado, 2 de fevereiro de 2008 - 10h03
Leandro Martins
Agência Brasil
Brasília - A cada mês, duas novas vítimas de escalpelamento chegam à emergência dos hospitais de Belém e Macapá, no Pará. E a tendência é de que os acidentes continuem ocorrendo, porque apenas 100 dos 60 mil pequenos barcos que navegam nos rios da Amazônia receberam o protetor de eixo, doados pela empresa de alumínio Albrás-Alunorte.
O equipamento evita que os cabelos e o couro cabeludo sejam arrancados violentamente da cabeça da pessoa quando se enroscam no eixo descoberto de motores de barcos em movimento.
De acordo com o assessor da Câmara Setorial de Políticas Sociais do Pará Pedro Nazareno da Rosa Júnior, para equipar os barcos com o protetor de eixo, que custa R$ 100, serão necessários R$ 6 milhões. Ele disse que , para obter tais recursos, o governo estadual vai procurar prefeituras da região amazônica, empresas privadas e bancos públicos.
Pedro Rosa ressaltou, porém, que já está sendo tomada uma medida educativa de prevenção contra o escalpelamento, com a distribuição de panfletos a passageiros de pequenas embarcações, com instruções para evitar acidentes. Até agora, o governo estadual já distribuiu 5 mil panfletos. "Nossa meta é a erradicação, mas isso não vai se dar em médio prazo", afirmou.
O cirurgião Cláudio Brito, especialista que atende vítimas de escalpelamento na Santa Casa de Belém, aponta o problema da falta de agilidade para definição, fabricação e distribuição de protetores de eixo dos barcos. O médico disse que essas ações devem ser encaradas como de curto prazo, com regime de urgência para evitar novos acidentes. Segundo Brito, grandes empresas do Pará se propõem a financiar os protetores de eixo.
"Se você tem o modelo, se você já teve envolvimento com o governo, eles têm essa informação - a Assembléia Legislativa tem a informação, os deputados têm a informação. O que é que falta? Eu me pergunto sempre e não consigo me responder."
O médico disse que não consegue entender por que não são ouvidos os alertas dos especialistas sobre um problema que afeta toda uma sociedade ribeirinha, que é quem realmente legitima a Amazônia como brasileira. "Ninguém quer escutar o que a gente fala, ninguém entende que vai ser melhor, vai ser barato, vai ser respeitoso. Então, é um negócio muito difícil a gente conviver com essa falta de escuta."
Segundo o cirurgião, entre 1997 e 2000, foram registrados 66 casos de escalpelamento. De 2000 a 2003, foram 59 casos. Em 2006, foram registrados 12 casos e, em 2007, mais 24. Somente em outubro, época da festa popular do Círio de Nazaré, em Belém, foram registrados 10 acidentes. E a cada mês, dois novos casos são registrados na região. O cirurgião tem hoje cinco vítimas em tratamento. Sete estão em um albergue esperando atendimento.
Cláudio Brito alerta que pode haver mais casos, porque muitas vítimas tentam se recuperar em casa, e só procuram auxílio médico quando percebem que os cabelos não voltaram a crescer. Além disso, em alguns locais, os acidentes são registrados com outros nomes, o que dificulta a identificação correta.
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