Viajou para comprar patente em Manaus

AGÊNCIA AMAZÔNIA

MANAUS – O diretor-presidente da empresa que comprou os direitos de comercialização do primeiro produto patenteado pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) era um dos passageiros do avião da Gol que caiu no Mato Grosso, informou a assessoria de imprensa do órgão.

Márcio Aquino de Oliveira, proprietário da Manausrio Ltda, com sede no Rio de Janeiro, foi a Manaus para assinar a primeira comercialização da sopa de piranha. Ele voltava nessa sexta-feira ao Rio de Janeiro, depois de participar na quinta-feira à noite de uma degustação da sopa de piranha durante evento realizado em um restaurante de Manaus, com diversas autoridades e pesquisadores presentes.

A empresa Manausrio Ltda, com sede no Rio de Janeiro, comprou os direitos de exportar a sopa, em sachê, para o mercado asiático. O Inpa possui nove produtos patenteados, mas a sopa de piranha solúvel, desenvolvida pelo pesquisador Edison Lessi, será o primeiro a ser licenciado para escala industrial, em mais de 50 anos de existência do órgão.

Em entrevista à imprensa local, Oliveira afirmou que a empresa já havia iniciado as instalações do parque industrial na cidade. Segundo suas previsões, o primeiro lote de concentrado protéico da piranha seria fabricado em dois meses. Ele havia estimado que a partir de janeiro de 2007 o produto já estaria à venda no mercado. A Manausrio assinou convênio com a Cooperativa dos Pescadores do município de Iranduba, a 27 quilômetros de Manaus.

A piranha é um peixe comum na região amazônica. Ele é rico em proteínas. Segundo Lessi, a piranha também tem poderes afrodisíacos. Apesar de não ser muito consumida por ribeirinhos e caboclos, a piranha é apreciada em caldos, devido a seu poder energético. A sopa instantânea desenvolvida no Inpa leva amido, farinha, leite e outros derivados.