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Tucanos contestam decisão do partido


Agência O Globo BRASÍLIA - Um grupo de deputados do PSDB, que diz representar um terço da bancada do partido, pretende rever o apoio anunciado pelo líder tucano Jutahy Junior (BA) ao candidato petista. A consulta acabou no início da tarde desta quinta-feira, com 90% dos 66 deputados se manifestando pelo respeito à proporcionalidade dos partidos na indicação do sucessor de Aldo Rebelo. A avaliação é que quase 50 deputados expressaram claramente a preferência pela candidatura de Chinaglia. O grupo que contesta o apoio a Chinaglia é liderado por deputados muito ligados ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. A existência de dissidências no PSDB é um dos argumentos de Aldo Rebelo (PCdoB-SP) para justificar a permanência de sua candidatura. Os aliados de Aldo já contavam com defecções entre os tucanos, pois Jutahy aferiu as inclinações da bancada em consultas telefônicas, e não em uma reunião formal. Os deputados tucanos convocaram uma reunião da bancada do partido para terça-feira em Brasília. - Teremos pelo menos 20 deputados presentes para contestar a decisão do líder e exigir uma consulta democrática, e não um serviço de telemarketing como foi feito numa questão tão importante - afirmou o deputado José Aníbal. Na avaliação de Aníbal, o apoio declarado por Jutahy pode atender a interesses regionais do PSDB em alguns estados, mas ''compromete o partido diante da opinião pública''. Tucanos afirmam que em troca do apoio a Chinaglia, o PT garantiria a eleição de deputados estaduais do PSDB para presidir as assembléias legislativas de São Paulo e Bahia. O deputado eleito Paulo Renato Souza (SP), que participa do movimento para lançar um terceiro nome à Câmara, contra Chinaglia e contra o presidente da Casa, Aldo Rebelo, também criticou o formato da consulta e argumentou que uma decisão como essa teria que ser tomada em reunião da bancada e não por telefone. - Qual é a pressa de se tomar essa decisão faltando 15 dias para a eleição? Está se passando o rolo compressor - reclamou Paulo Renato. Paulo Renato já protocolou junto à direção do partido requerimento para que a decisão seja tomada em reunião da bancada. - Quando saímos do PMDB e fundamos o PSDB foi justamente porque as decisões não eram tomadas de forma democrática e não podemos aceitar esta que foi uma decisão não democrática. Esta decisão foi uma incompreensão do momento vivido pelo Congresso e representa uma ponte para o autoritarismo - afirmou o parlamentar. Paulo Renato disse ter conversado com parlamentares que demonstraram "profunda insatisfação" com o mecanismo de escolha adotado por Jutahy Júnior. Paulo Renato estranhou o fato de o líder tucano ter marcado uma reunião da bancada para o dia 31 de janeiro e, agora, anunciou o apoio oficial do PSDB a Chinaglia. - Ele não tem autonomia para tomar uma decisão como esta, mesmo porque não será mais líder em 1º de fevereiro - argumentou. O deputado Raul Jungmann (PPS-PE), um dos articuladores da "terceira via", disse que está mantida a reunião da próxima terça-feira para anunciar o nome que representará o grupo suprapartidário na eleição para a presidência da Câmara. - Por enquanto, até se resgatar os valores desta Casa, a "terceira" via continuará existindo - afirmou. Quanto ao PSDB, Jungmann disse que foi autorizado a dizer que não só o deputado Paulo Renato continuará defendendo a proposta, mas também os deputados Sílvio Torres (SP), José Aníbal (SP) e Gustavo Fruet (PR). - Alguns deputados do PSDB se sentiram constrangidos por um processo de consulta, mas não vou me imiscuir numa decisão de outro partido - ressaltou. - Temos que fazer essa avaliação internamente, na bancada. Não fui consultado, mas não descarto a possibilidade de não terem me encontrado. De qualquer forma, quero discutir isso com os meus colegas, quero avaliar meu voto - disse Emanuel Fernandes, de São Paulo, o deputado tucano mais votado no país. Também nesta quinta, o deputado tucano Silvio Torres (SP) divulgou uma nota contestando o anúncio oficial feito pelo partido. Segundo ele, a consulta feita pelo partido não abrangeu a totalidade da bancada, formada por 66 deputados. Torres também afirma que há uma corrente no PSDB que apóia o atual presidente da Casa e candidato à reeleição, Aldo Rebelo (PCdoB-SP). "Da mesma forma que parte da bancada possa vir a apoiar Chinaglia com o argumento da proporcionalidade, é público e notório que outros preferem a candidatura de Aldo Rebelo (PC do B) e, uma outra corrente, está trabalhando para encontrar uma nova alternativa, que ficou conhecida como terceira via, que se comprometa em defender mudanças na condução do Legislativo, em sintonia com as expectativas e os anseios da sociedade", diz o texto. Torres sugere ainda que a escolha do novo líder do PSDB seja antecipado para o dia 30 deste mês.

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