Tucano detona Dnit e sugere cadeia para Pagot

 
FERNANDA LEITE
REPÓRTER MT

O senador Mário Couto (PSDB-PA), que há tempos vinha pedindo à demissão do diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit), Luiz Antônio Pagot, em entrevista ao RepórterMT, nesta segunda-feira (04), disse que, somente agora, após a divulgação do suposto esquema de pagamento de propina para caciques do PR, em troca de contratos de obras com o Dnit, é que o povo brasileiro conhecerá, segundo ele, a verdadeira face de Pagot.

O senador ficou conhecido em MT após chamar o diretor do Dnit de "ladrão e burro", além de compara-lo com ex-ministro da Casa Civil, Antônio Palocci, que caiu após denúncias de enriquecimento incompatível com sua realidade.

"Se o Senado tivesse me ouvido, o Pagot não teria desviado dinheiro do Dnit, órgão que administra R$15 Bilhões. Ele [Pagot] tem que responder por crime penal e ir pra cadeia".

Couto disse que, estranhamente, na calada da noite, a cúpula do governo apagou nomes de senadores que já haviam declarado que iriam abrir uma Comissão Parlamentar Inquérito (CPI) contra Pagot, que, segundo eles, teve um enriquecimento incompatível com sua realidade após ter assumido a direção do Dnit.

A comissão foi cogitada depois que o senado recebeu relatórios do Tribunal de Contas da União (TCU) que apontou cerca de 350 irregularidades em 90% das obras executadas pelo Dnit. "Quando eu li o relatório fiquei assustado e disse: meu Deus o que é isto? Estava havendo um desvio de dinheiro muito grande naquele órgão e o senado não quis se pronunciar sobre o roubo de Pagot", disse.

O senador também acusou Pagot de tentar afastá-lo do Senado. Por diversas vezes, segundo ele, Pagot entrou com representação no Supremo Tribunal Federal e no Conselho de Ética do Senado para cassar o mandato do senador. "Queria calar a minha boca, porque eu incomodava. Por quatro vezes ele [Pagot], sem poder algum tentou me tirar o mandato, mas não conseguiu. Quem ele pensa que é pra me tirar do senado?", disse.

O tucano disse que ainda não está contente com a possível exoneração de Pagot e que vai continuar denunciando o diretor afastado, até que haja ressarcimento aos cofres públicos. "Vou denunciar até que ele devolva os milhões que foram desviados", acusou. Porém, o senador avalia que, devido ao diretor afastado fazer parte da cúpula do PR, que mantém boas relações com o governo, não responderá por crime algum.