Servidores do INCRA e da PF paralisam em busca da tão sonhada isonomia salarial

Por João Serra Cipriano

Em Rondônia o INCRA sempre foi ancora social para alcançarmos o atual progresso por vários aspectos, com destaque para as mais de 110 mil famílias assentadas ao longo dos anos, proporcionando o surgimento do maior projeto de colonização que se tem conhecimento, resultante inclusive de um moderno sistema produtivo ligado a agricultura familiar. “Segundo maior produtor de café cunillon; Quinto maior rebanho de gado de corte e de leite; e Sétimo maior produtor de feijão do Brasil”.

Graças aos esforços inclusive dos servidores deste importante órgão federal de regularização fundiária, é possível comemorar os atuais indicativos sociais e econômicos, orgulho de todos nós, principalmente aos mais de 110 mil agricultores que um dia foram atendidos pelos técnicos do INCRA e hoje, esses colonos podem desfrutar de paz social no campo, frente aos exemplos negativos de outros Estados.

É preciso lembrar a sociedade rondoniense como um todo, que o INCRA-RO, dispõe em seu quadro funcional, de profissionais altamente qualificados no quesito social de colonização e regularização fundiária, servindo inclusive de modelo para outras Unidades do INCRA.

Quanto ao atual sucateamento das condições de trabalho e logística de campo vivenciadas pelas comunidades em geral, esta situação vem de pelo menos três décadas de descasos dos políticos e da falta de compromissos orçamentários em favor das demandas de regularizações fundiárias e assentamentos de famílias ligadas ao campo, sem falar é claro, nas constantes ingerências partidárias nas montagens das superintendências e até na formação da direção nacional do INCRA. Em alguns casos, os governantes e Congressistas ignoraram os valores técnicos dos quadros funcionais das 27 unidades da Federação e acabaram trazendo para o seio da gestão fundiária pessoas sem a menor qualidade técnica. (puxador de bandeira partidária foi nomeado como superintendente e assim, não dá pra cobrar resultados do INCRA).

O momento é propício para que a bancada federal rondoniense assuma a sua responsabilidade e busque força política no Congresso Nacional para que a União reconheça a ISONOMIA e a progressão salarial, com a reestruturação funcional, agora já neste mês de abril, haja vista as declaradas sobras de dinheiro no orçamento da União, a eminente troca dos comandos políticos face às eleições gerais de 2010 e acima de tudo, o fato dos trabalhadores rurais se amontoarem pelos acampamentos de lona preta pelo Brasil a fora, todos esperançosos que a Nação lhes garanta um pedaço de terra para plantar e criar os seus filhos. “Sem a valorização funcional e melhorias das condições de trabalho do INCRA, todos os discursos políticos caíram na vala da mentira e principalmente no descaso social”.

Precisamos como sociedade organizada, voltarmos os nossos olhos sociais para a valorização deste órgão federal responsável pelo equilíbrio social, manutenção da paz no campo e a diversificação da produção de alimentos.

Esta semana dei uma passada pelo INCRA-RO e vivenciei uma manifestação dos servidores de forma responsável, liderada pelas sindicalistas Dermeval Lima Silva, atual presidente do SINCRA, da secretária geral, Maria Socorro Valério, além do companheiro Antonio Carlos, ex-presidente do SINCRA, cujas preocupações sociais desses servidores vão além dos seus direitos funcionais, passando pela visão também de levar ao povo um serviço social relacionados aos assentamentos e regularizações fundiárias cada vez melhor e com maior eficiência.

O governo brasileiro anda pelo mundo a fora pregando mudanças de atitudes dos países ricos, vive questionando relações internacionais entre palestinos e israelenses quanto aos conflitos agrários nos seus assentamentos e esquece-se de cuidar dos graves problemas domésticos e acima de tudo, relega à segundo plano os direitos trabalhistas cobrados nas últimas três décadas dos servidores públicos federais e quando apresenta uma proposta, esquece de praticar a ISONOMIA, inclusive para com os trabalhadores do INCRA.

Aproveito a ocasião para lembrar as lutas dos servidores federais da também corajosa Policia Federal, liderada pelo servidor e sindicalista João Bosco. É bom lembrar que a PF é responsável pelo combate a corrupção e o narcotráfico internacional.

· O autor João Serra Cipriano é jornalista e suplente de deputado federal pelo PSB-RO.