Terça-feira, 12 de fevereiro de 2008 - 18h23
Marcos Chagas
Agência Brasil
Brasília - O PMDB, maior bancada no Senado, não desistirá da presidência da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investigará o uso dos cartões corporativos. O líder peemedebista no Senado, Valdir Raupp (RO), convidou hoje (12) o senador Neuto de Conto (SC), colega de partido, para assumir o cargo, mas não obteve sucesso.
Mesmo assim, Raupp só admite abrir o cargo para negociação caso os senadores que representarão o PMDB na CPMI rejeitem o convite. Ele argumenta que o partido já cedeu as presidências das comissões de Constituição e Justiça (CCJ) e de Assuntos Econômicos (CAE), além da relatoria da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga os repasses de recursos federais para organizações não-governamentais (ONGs).
Raupp destaca que, apesar de compor a base aliada ao governo, o PMDB atuará com independência na presidência da CPMI. O PMDB já deu demonstrações em outras CPIs que não balança a cabeça sempre favorável ao governo, argumentou.
Ele citou como exemplos as atuações do deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR) na relatoria da CPI dos Correios e a do próprio presidente do Senado, Garibaldi Alves Filho (PMDB-RO), quando relatou a CPI dos Bingos.
O líder peemedebista também recomendou ao governo que se articule no Senado para que a base aliada compareça em Plenário e dê uma resposta efetiva as ameaças de obstrução dos trabalhos. O governo tem de começar a colocar a base, mesmo que seja com maioria simples [41 senadores], para dentro do plenário e começa a votar e deixar a oposição cumprir com o seu papel, afirmou.
Outro governista que é contrário a eventuais negociações para garantir a presidência ou a relatoria da CPMI que vai investigar os cartões corporativos é o primeiro vice-presidente do Senado, Tião Viana (PT-AC). Ele defende a aplicação pura e simples do Regimento Interno do Congresso Nacional que estabelece o princípio da representatividade na Câmara e no Senado nas escolhas do presidente e do relator de uma CPMI.
Não temos de ter nenhum tipo de bondade, de generosidade, com a oposição. A oposição sempre foi muito cruel com o governo nesta relação. Temos de defender a aplicação do regimento. Fico olhando a oposição falar de uma CPI que tem que estar pautada em fato determinado. Será que eles acham que o Brasil esqueceu a CPI dos Bingos que era chamada de CPI do Fim do Mundo?, questionou o petista.
Os líderes do Democratas e do PSDB insistem em dividir o comando da CPMI. Estamos convictos de que a base aliada vai ceder ao bom senso, afirma o líder tucano no Senado, Arthur Virgílio Neto (AM). Já o líder do Democratas na Casa, José Agripino Maia (RN), destacou que na reunião de líderes hoje foi praticamente consensual o entendimento que a relatoria ou a presidência da CPI deveria ficar com a oposição
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