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Política - Nacional

'Povo deve dizer se empresas continuam a financiar campanhas políticas', diz Padre Ton


Ao defender ontem (5) no plenário consulta popular para a reforma política, o deputado federal Padre Ton (PT-RO) disse que em sua opinião o ponto central é dar oportunidade ao povo de dizer se quer que as “empresas continuem financiando a política e os políticos.”

“Penso que a saída da nossa presidente (Dilma Rousseff) pelo plebiscito, para fazer uma reforma política, foi uma saída para questionarmos tantos escândalos que estão ocorrendo”, disse o deputado, opinando que não importa se o plebiscito ocorra somente no ano que vem ou de que forma o povo possa contribuir.

É unanimidade entre os especialistas que a corrupção na política está vinculada ao financiamento empresarial de campanha. “Nós estamos cansados de tantos escândalos, então para mim o ponto central da mudança na política é discutir com o povo se ele quer que as empresas continuem financiando os políticos”, disse Padre Ton.

Manifestando-se “envergonhado” por causa da Operação Apocalipse, desencadeada pela Polícia Civil na quinta-feira (4) em Rondônia, e que afastou deputados e prendeu vereadores de Porto Velho, Padre Ton disse que o estado tem instituições frágeis, e que desde o começo de sua existência a Assembléia Legislativa tem problemas.

“Tivemos um presidente da Assembléia preso, um está corrido da Polícia Federal e outro foi agora afastado por 15 dias. Foram presos três vereadores e cinco deputados afastados, e a desconfiança nas investigações é de que há uso de narcotráfico nas campanhas desses políticos. Por isso é necessária a reforma política”, argumentou.

Ele lembrou que grandes construtoras de Jirau e Santo Antonio financiam políticos da região, e indagou se “o povo quer ainda uma BR-364 esburacada, onde uma empresa ganha licitação e não consegue fazer o serviço”.

“Vi nos municípios de Alta Floresta e Nova Brasilândia secretários da Saúde saírem ricos, e a saúde é pobre e deprimente”, continuou o deputado, registrando novamente defesa do plebiscito para “saber se queremos que as empresas continuem dando as cartas no resultado das eleições”.

Padre Ton lembrou, ainda, que do jeito que as campanhas são hoje financiadas ocorre grande distorção na representação do parlamento. “Aqui é uma casa (Câmara) burguesa. Não representa o povo em sua totalidade. Não tem deputados índios, que são quase 1 milhão de habitantes. As mulheres são apenas um punhado, e elas são maioria do povo. E mais de 200 deputados aqui são ricos, nem precisariam dos salários”, disse.

Grito das ruas

Qualificando as manifestações ocorridas no país de “grito das ruas”, o deputado disse que elas ocorreram porque, como diz a canção, “o povo não quer só comida.”

Em primeiro lugar, para o deputado, a população grita por melhoria nos serviços públicos da saúde, educação e transporte. “Não é uma crítica somente aos políticos, mas também àqueles que prestam esses serviços, seja no âmbito dos governos estaduais, municipais ou federais.”

Um outro “grito”, para o deputado, é que o povo pede respeito à democracia e o terceiro grito seria o respeito às instituições para “sermos de fato republicanos.” Padre Ton criticou o uso feito pelo presidente da Câmara de avião da FAB, e o presidente do STF, ministro Joaquim Barbosa, que viajou ao Rio de Janeiro para ver o jogo da Copa das Confederações com dinheiro “do erário público.”

“É preciso se aproximar do povo, ouvir mais o povo, e o debate da reforma política é um debate a que a Câmara dos Deputados não pode fugir”, declarou Padre Ton, concluindo ser necessário “dar resposta às ruas, e as ruas perdem melhor qualidade dos serviços públicos prestados, o fortalecimento da nossa democracia e o respeito à República.”

Fonte: Mara Paraguassu
 

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