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Planeta está se aquecendo mais rápido, diz brasileiro que atua junto à ONU


Flávia Albuquerque
Agência Brasil

São Paulo - Não só o planeta está se aquecendo como está se aquecendo de maneira muito mais rápida do que se imaginava. As previsões são as de que a temperatura do planeta deve continuar as se elevar independentemente da trajetória de emissões que ocorra daqui em diante, segundo o economista membro do Painel Intergovernamental de Mudanças do Clima (IPCC) Roberto Schaeffer.

Schaeffer participou do painel Sustentabilidade dos Biocombustíveis Mudanças Climáticas e o Novo Modelo de Desenvolvimento (MDL e Créditos de Carbono), durante o seminário Novas Fronteiras do Etanol – Os Desafios da Energia no Século 21, organizado pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Única).

Schaeffer lembrou ainda que os estudos do IPCC alertam para o fato de que vários impactos sobre abastecimento de água, suprimento de alimentos, saúde pública, ecossistema e zonas costeiras ocorrerão devido ao aumento da temperatura. “Com a temperatura média do planeta oscilando entre +0 e +5 graus centígrados, todas essas áreas serão profundamente afetadas, e daí nosso motivo de preocupação.”

Segundo o pesquisador, nos últimos 35 anos, as emissões globais de gases do efeito estufa aumentaram em média 70%, enquanto, nos últimos 15 anos, aumentaram em cerca de 25%, e a maior parte desses valores corresponde a aumentos do CO² (gás carbônico) de origem fóssil. “Daí a importância dos biocombustíveis. Entre os setores que estão emitindo mais emitindo gases estão o de geração de energia elétrica, transportes, industrial, agricultura, florestas, todos nos quais o biocombustível tem papel importante a cumprir.”

Na avaliação de Schaeffer, as tendências para o futuro indicam que, se nada for feito com rapidez as emissões dos gases continuarão a crescer violentamente nos próximos 30 anos, impossibilitando a inversão das tendências de aumento de concentração dos gases que causam o efeito estufa. “O IPCC chama a atenção de que há potenciais razoáveis de redução de emissões a custos absolutamente aceitáveis muito em linha com os resultados de relatórios anteriores que chamavam a atenção de que o grande custo é não agir sobre a mudança climática.”

Schaeffer criticou o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo, estabelecido pelo Protocolo de Quioto, um acordo internacional ratificado por mais de 140 países e em vigor desde 2005. O MDL possibilita que empresas de países com metas de redução da emissão de gases poluentes comprem papéis no mercado por meio dos quais financiam empreendimentos que reduzem ou evitam a poluição em outros países sem metas a cumprir. 

Segundo o economista, existem cerca de 700 projetos de MDL espalhados pelo mundo. Em número de projetos, a Índia é responsável por 35%, seguida do Brasil e da China. Em termos de volume de redução de emissão de carbono, a China é responsável por 44% das reduções por meio do MDL, Índia,14% e Brasil, 11%.

Segundo ele, não há garantia de que as emissões foram reduzidas de fato, por meio do MDL. “Na minha visão, na melhor das hipóteses, o MDL é neutro para fins de clima", disse ele. Para Schaeffer, o MDL funciona como um "cheque em branco" para os poluidores. "O MDL não é um mecanismo para resolver o clima da Terra e sim para ajudar países anexos a cumprir seus compromissos a um custo mais baixo”, disse. 

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