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Política - Nacional

PF: filho de João Alves recebeu maiores propinas


Jaílton de Carvalho - Agência O Globo BRASÍLIA - O relatório reservado da Polícia Federal aponta o empresário João Alves Neto, filho do ex-governador de Sergipe João Alves Filho, como destinatário das maiores propinas pagas pelo empresário Zuleido Veras, acusado pela Polícia Federal de chefiar o esquema de corrupção de políticos e autoridades públicas desvendado pela Operação Navalha. O documento, em poder da ministra Eliana Calmon, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), descreve vários casos de pagamento de propina a João Alves Neto, num deles o valor do suborno chegaria a R$ 330 mil. Mas a cifra pode passar de R$ 500 mil. Essa teria sido a propina mais alta paga por Zuleido captada pelas escutas de 2006 até hoje. João Alves está entre os 46 integrantes do suposto esquema de Zuleido presos quinta-feira passada. Segundo a Polícia Federal, num determinado momento Zuleido decidiu até fazer pagamentos mensais a João Alves, em troca da liberação de verbas para a construção de uma adutora do Rio São Francisco, em Sergipe. Orçada em mais de R$ 28 milhões, essa obra estava a cargo da Gautama, empresa de Zuleido. João Alves não ocupava cargo público, mas, segundo a Polícia Federal, era ele quem mandava nas finanças do estado, governado pelo pai até o fim do ano passado. A Polícia Federal sustenta a denúncia de pagamento de propina num histórico da movimentação de Zuleido, João Alves e funcionários da Gautama. Em 8 de agosto do ano passado, Zuleido requisitou ao diretor financeiro da Gautama, Gil Jacó Carvalho, um saque de R$ 430 mil. Numa conversa com Jacó, às 11h12m, Zuleido confirmou que ia a Aracaju "por causa do dinheiro que saiu lá". O empresário acrescentou que é "para fazer o que puder para Aracaju". Dois dias depois, numa conversa cifrada, Zuleido confirmou que aquilo que João Alves estava esperando sairia no dia seguinte. - Aquele negócio do pessoal tá chegando amanhã, aqui. Teve um problema em São Paulo - disse Zuleido. Em seguida, Zuleido fez uma reclamação. Disse que "as coisas" não estavam andando. Do outro lado da linha, João Alves retrucou e disse que as coisas estavam saindo. E, em seguida, fez uma cobrança. - Agora, veja aí, viu ? - disse João Alves. - Amanhã. Com certeza! - respondeu Zuleido. O esquema de pagamento de propina quase foi abortado pela Polícia Rodoviária Federal. Em 30 de agosto do ano passado, Humberto Rios, funcionário da Gautama encarregado de levar o dinheiro do suborno de Salvador, sede da empresa, até Aracaju, teve o carro revistado pela polícia, numa barreira instalada ao longo da rodovia que liga as duas cidades. Os policiais chegaram a ligar para a Gautama para checar a origem da "grande quantidade" de dinheiro transportado por Rios. Os dirigentes da Gautama mandaram a polícia liberar Rios. O relatório reservado descreve ainda que até Flávio Conceição, ex-chefe de Gabinete do ex-governador João Alves Filho, intermediou pagamentos de Zuleido para João Alves Neto. "Em 6 dezembro, Flávio Conceição, ainda no cargo de chefe de Gabinete, fez o último pedido de propina, referindo-se a valor de que deveria ser entregue a João Alves Neto, no valor de R$ 216 mil". João Alves Neto teria até se empenhado para que o governo estadual tomasse dinheiro emprestado na Caixa Econômica para repassar a Gautama.

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