Quarta-feira, 24 de abril de 2024 | Porto Velho (RO)

×
Gente de Opinião

Política - Nacional

'Oposição não precisa de senha para atuar', diz Marco Aurélio Mello sobre crítica de Lula


Mylena Fiori
Agência Brasil


Brasília - O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Marco Aurélio Mello, disse hoje (29) que as críticas feitas ontem à noite pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Judiciário não abalam a harmonia entre os Poderes. "Mantido o alto nível na divergência de idéias, nós temos a harmonia. De qualquer forma, da minha parte, essa harmonia será preservada, mas harmonia com independência", afirmou Marco Aurélio à Agência Brasil.

Na noite de ontem, durante inauguração de um viaduto em Aracaju, o presidente afirmou que Executivo, Legislativo e Judiciário não deveriam se intrometer em assuntos um do outro.

"Seria tão bom se o Poder Judiciário metesse o nariz apenas nas coisas deles, o Legislativo apenas nas coisas deles e o Executivo apenas nas coisas dele. Nós iríamos criar a harmonia que está prevista na Constituição, para que a democracia brasileira seja efetivamente garantida", afirmou Lula. Em outro momento do discurso, o presidente reiterou: "O governo não se mete no Poder Legislativo, não tem um palpite meu no Poder Legislativo. E o governo não se mete no Poder Judiciário. Se cada um ficar no seu galho, o Brasil tem chance de ir em frente".

Lula demonstrou indignação com o fato de programas sociais do governo serem chamados de eleitoreiros e questionados no Supremo pela oposição, como ocorreu recentemente com o Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci) e o Territórios da Cidadania, lançado na última segunda-feira (25).

Sem mencionar nomes, o presidente criticou um "ministro da Suprema Corte" por incentivar a oposição a questionar a constitucionalidade do Territórios da Cidadania. "De repente, alguém fala: 'Olha, se entrarem na Justiça, eu vou analisar'. Na verdade, ele deu a senha para o DEM [antigo PFL] e para o PSDB. Foi uma senha", disse Lula.

Marco Aurélio Mello rebateu: "A oposição não precisa de senha alguma para atuar". Disse, ainda, que apenas tentou alertar o governo de que o lançamento ou ampliação de programas sociais em ano eleitoral contraria a Lei 9.504 (Lei das Eleições, de 1997). "Eu tentei, numa atuação pedagógica, alertar o governo quanto à existência de uma lei que veda peremptoriamente qualquer criação de plano social no ano das eleições e também aumento de plano social", frisou Marco Aurélio, defendendo a norma como "salutar", pois impede o uso da máquina pública para arregimentação de votos e, assim, garante maior equilíbrio na disputa eleitoral.

No discurso de ontem, o presidente destacou que não é candidato a nada, pois em 2008 não há eleição para presidente. E falou que a proibição de programas sociais em ano eleitoral inviabilizaria qualquer governo. "Eu não posso ser candidato, não tem eleição para presidente agora. Se a teoria deles valer, nós paramos de governar o país, porque se eu não posso governar no ano que tem eleição presidencial e se não posso governar no ano que tem eleição municipal, e tem uma a cada dois anos, eu fico me perguntando: quando é que nós vamos governar este país?", discursou.

Marco Aurélio Mello diz que não ficou "magoado" e que atribui as declarações do presidente ao ambiente e às circunstâncias. "Eu relevo, muito embora lastime a acidez das palavras do presidente", afirmou.

Hoje, em Aracaju, Lula deu entrevista coletiva sobre o assunto. O ministro da Justiça, Tarso Genro, também comentou.


 

Gente de OpiniãoQuarta-feira, 24 de abril de 2024 | Porto Velho (RO)

VOCÊ PODE GOSTAR

STF tem maioria para determinar recálculo de cadeiras na Câmara dos Deputados

STF tem maioria para determinar recálculo de cadeiras na Câmara dos Deputados

O Supremo Tribunal Federal (STF) formou nesta sexta-feira (25) maioria de votos para determinar que a Câmara dos Deputados faça a redistribuição do

Governo Federal se compromete a incluir plano de carreira da ANM na LOA 2024

Governo Federal se compromete a incluir plano de carreira da ANM na LOA 2024

O Sindicato Nacional dos Servidores das Agências Nacionais de Regulação (SInagências) conseguiu uma solução direta do governo após intensa articulaç

Deputado estadual Pedro Fernandes será o relator da CPI das Reservas em Rondônia

Deputado estadual Pedro Fernandes será o relator da CPI das Reservas em Rondônia

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Reservas foi instaurada em Rondônia para investigar possíveis irregularidades nos processos de criação

Ministro Paulo Pimenta trata sobre parceria entre Rede IFES de Comunicação Pública, Educativa e de Divulgação científica com a EBC e o Governo Federal

Ministro Paulo Pimenta trata sobre parceria entre Rede IFES de Comunicação Pública, Educativa e de Divulgação científica com a EBC e o Governo Federal

Na tarde dessa segunda-feira (06), o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (SECOM), Paulo Pimenta, esteve r

Gente de Opinião Quarta-feira, 24 de abril de 2024 | Porto Velho (RO)