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Política - Nacional

OPINIÃO: Processo de transformação


No Brasil, assiste-se a um processo de transformação de miserável em pobre, acumulado com outro, de proletarização da classe média baixa. O primeiro até rende votos, mas o segundo é péssimo para a sociedade: quando jovens de classe média começam a mergulhar no crime, os assaltos ficam mais sofisticados, as quadrilhas mais estruturadas, os golpes mais difíceis de apanhar.

Algo vai mal, e isso já está bem claro pelo crack, pela desfaçatez do crime organizado, pelas prisões lotadas, pela insegurança crescente, pelo caos urbano. Tudo isso é um castigo divino, enviado pelos céus? Seria até fácil culpar os céus e entidades imaginárias demoníacas, mas trata-se da consequência de uma causa bem terra-a-terra. Charles Darwin diria que “se a miséria de nossos pobres não é causada pelas leis da natureza, mas por nossas instituições, grande é a nossa culpa”

Recursos que faltam para a infraestrutura do País e para a redenção social, do frágil esquema de saúde à débil educação, passando pela sofrível qualificação profissional, são torrados na dívida pública e numa estrutura tributária que asfixia os pobres e a classe média e alivia os grandes interesses.  

Não se trata de nenhum viés ideológico, mas de mera constatação: 47 mil grandes propriedades ocupam 43% de toda a terra agricultável disponível, enquanto 2,4 milhões de propriedades ocupam só 2,5% da terra, mas o Imposto Territorial Rural arrecada apenas 0,01% do PIB. Até a ONU já observou que o sistema tributário regressivo detona o efeito positivo e redistributivo de programas sociais como Bolsa-Família. Se é verdade que os pobres queimam quase a metade de sua renda em impostos, pode-se bem imaginar que a cada dois meses os pobres devolvem uma de suas Bolsas-Famílias para o fisco, que a direciona para pagar os elevados juros da dívida...

Essa esdrúxula situação é fruto dos presentinhos que o Estado brasileiro deu aos interesses estrangeiros, perdoando taxas para o investimento alienígena na bolsa de valores, acolhendo carinhosamente o capital externo, desumano e sem pátria, submetendo-o ao mesmo tratamento recebido pelo capital nacional e rejeitou o polêmico imposto sobre grandes fortunas.

O curioso da coisa, ao menos para quem não conhece a história de entreguismo e falsificações discursivas da política brasileira, é que FHC quando senador propunha taxar as grandes fortunas e Lula, então líder metalúrgico, apoiava a proposta. No poder, a cartilha pela qual rezariam seria bem outra: as grandes fortunas engordam enquanto as famílias pobres e remediadas pagam mais impostos.

Fonte: Carlos Sperança. 
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