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Política - Nacional

Novas regras para a propaganda dividem especialistas


Luisa Valle - Agência O Globo RIO - Fazer uma campanha eleitoral pode ser um desafio, principalmente quando algumas das principais armas para a promoção de um candidato deixam de ser permitidas. As novas regras da propaganda eleitoral, aprovadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), chegaram causando polêmica entre candidatos e eleitores que, além das dúvidas, reclamam de restrições como a proibição do uso de outdoors e dos showmícios, algumas das novidades anunciadas pelo TSE. Entre as principais reclamações está a falta de clareza sobre os limites da propaganda nas eleições. A juíza Adriana Moutinho, responsável pela fiscalização da propaganda eleitoral no Rio de Janeiro, rebate as críticas. Segundo a magistrada, o Tribunal Regional Eleitoral do Rio (TRE - RJ) vem fazendo reuniões com os candidatos regularmente para esclarecer qualquer dúvida. - A coordenadoria de fiscalização do TRE não é um órgão de consulta, mas nós fizemos e continuamos fazendo reuniões com os representantes regionais dos partidos políticos para que sejam sanadas todas as dúvidas. Na minha opinião, as dúvidas foram sanadas, o que não se confunde com, em razão de uma determinada lei, de o candidato ou o partido tentar burlar aquela redação pela sua maneira de agir - disse, lembrando que os eleitores também podem tirar suas dúvidas sobre as regras com o TRE do Rio, por telefone ou pela internet. Apesar das críticas, o publicitário Carlos Pedrosa, da agência Contemporânea, acredita que as mudanças nas regras não devem afetar as campanhas em curto prazo. Pedrosa salientou que as novas regras podem ter um efeito positivo nas campanhas. Para ele, muitos eleitores vão para as urnas sem saber em quem votar e escolhem o candidato do qual se lembram, especialmente nas eleições proporcionais. As restrições vão evitar que os políticos se destaquem às vésperas das eleições. Agora, eles serão obrigados a aparecer durante quatro anos, e não apenas nos últimos meses antes da eleição - prática criticada por grande parte dos eleitores, especialmente os de baixa renda. - Até do ponto de vista da propaganda, o candidato não se fará de uma hora para a outra. Agora acho que eles vão ter que fazer mais coisas ao longo do mandato. Até mesmo os sem mandato vão ter que aparecer mais entre uma legislação e outra - disse. Já na opinião do professor Marcos Figueiredo, cientista político do Iuperj, as mudanças nas regras da propaganda eleitoral acabam distanciando os candidatos do eleitor, pois impedem que ele tenha um meio para se informar sobre os candidatos. Para Figueiredo, a propaganda eleitoral é do interesse do eleitor. - Quem vai perder mais com as novas regras de propaganda eleitoral são os candidatos a deputado federal e estadual, pois essas são as ferramentas que eles têm para conseguir votos. Os candidatos aos cargos majoritários não serão tão afetados, pois o forte das campanhas deles será no horário eleitoral - lembrou. Para Figueiredo, a mudança mais dramática é a proibição dos outdoors e da propaganda fixa, pois era uma forma que o eleitor tinha de identificar os políticos. O publicitário Carlos Pedrosa tem uma opinião diferente. Para ele, a proibição do outdoor foi algo positivo, pois nem todos os candidatos têm recursos para bancar esse tipo de propaganda: - Se o candidato fizer campanha muito antes no outdoor é possível que consiga fixar melhor o seu nome, mas deixando para os últimos dois meses acaba sendo inócuo. A presença de alguns candidatos nos outdoors acabava marcando os candidatos de maior poder econômico. Por isso, essa mudança é uma coisa boa. Não será o outdoor ou o showmício que vai ganhar a campanha. Os vícios continuam e acabar com eles é muito mais difícil que mudar a propaganda.

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